Mostra de Cinemas Africanos destaca documentários Africanos Contemporâneos – CONFIRA PROGRAMAÇÃO
Edição especial acontece em parceria com o Cineclube Mário Gusmão; filmes são exibidos na plataforma Spcine Play.
Entre os dias 12 e 22 de março de 2021 acontece a edição especial da Mostra de Cinemas Africanos junto ao Cineclube Mário Gusmão, projeto de extensão da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Composta por filmes africanos contemporâneos, muitos inéditos no Brasil, a programação inclui a exibição de 7 documentários em longa-metragem e 14 curtas de ficção, todos legendados em português e disponíveis apenas em território brasileiro. A exibição dos filmes acontece de forma online e gratuita, em parceria com a Spcine Play, única plataforma pública de streaming do Brasil: https://www.spcineplay.com.br/
Todos os filmes estreiam às 19h e cada filme fica disponível por 72h na plataforma da Spcine Play a partir da data de sua estreia. Há limites de visualizações específicos para cada filme (ver programação).
O foco desta edição especial está nos documentários africanos contemporâneos, gênero/formato dos sete longas-metragens que compõem a programação. Com curadoria de Ana Camila Esteves e Beatriz Leal Riesco, a ideia foi trazer para o Brasil filmes que giram em torno da ideia de ativismos africanos, traçando um breve panorama das formas contemporâneas de luta e resistência em diversos territórios do continente. Tanto no âmbito macro como no micro, as narrativas apresentadas oferecem ao público brasileiro um repertório atual sobre exercícios diários de lutas cotidianas, que vão desde enfrentamentos corpo a corpo na rua até investigações íntimas sobre o passado e a relação com diferentes gerações de uma família.
A ficção aparece nos três programas de curtas-metragens, cuja curadoria é assinada por Jamile Cazumbá, Ema Ribeiro e Álex Antônio, integrantes do Cineclube Mário Gusmão. O primeiro programa de curtas, intitulado Memória: performatividades entre-tempos, reúne cinco filmes que exploram linguagens experimentais em torno de nuances da memória. O segundo, Vivências do novo e perspectivas do agora, explora a diversidade de experiências das infâncias e juventudes africanas contemporâneas. Já o terceiro, Corpo-território: transversalizando os espaços, apresenta narrativas que colocam em disputa diferentes noções de territorialidades quando falamos de África.
Serão exibidos 14 curtas-metragens organizados em três programas que ficam disponíveis até o final da Mostra de Cinemas Africanos, sem limite de visualizações. Cada programa estará disponível na plataforma da Spcine Play às 19h do seu dia de estreia.
CONFIRA PROGRAMAÇÃO
12/03 (sexta): Pare de nos filmar (República Democrática do Congo, 2020) – 600 views
13/03 (sábado): Programa de curtas 1: Memória: performatividades entre-tempos. Filmes: Um cemitério de pombos (Nigéria), Invisíveis (Namíbia), A Lutadora de Boxe (Senegal), Treino Periférico (Guiné Bissau), Bablinga (Burkina Faso) – sem limite de views
14/03 (domingo): Softie (Quênia, 2020) – 600 views
15/03 (segunda) Programa de curtas 2: Vivências do novo e perspectivas do agora. Filmes: Encrenqueiro (Nigéria), Perdendo Minha Fé (Nigéria), Tab (África do Sul), Cabelo com Balanço (África do Sul), Boa Noite (Gana) – sem limite de views
Dia 16/03 (terça): Um Lugar sob o Sol (Marrocos, 2019) – 600 views
Dia 17/03 (quarta): Programa de curtas 3: Corpo-território: transversalizando os espaços. Filmes: Ethereality (Ruanda), Ward e a Festa da Henna (Egito), O Azul Branco Vermelho do meu Cabelo (França), Gagarine (França) – sem limite de views
Dia 19/03 (sexta): Sakawa (Gana, 2018) – 500 views
Dia 20/03 (sábado): Descobrindo Sally (Etiópia, 2020) – 500 views
Dia 21 (domingo): Vamos Conversar (Egito, 2019) – 400 views
Dia 22 (segunda): Me Chamo Samuel (Quênia, 2020) – 600 views
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SINOPSES
LONGAS:
Pare de Nos Filmar
(Stop Filming Us, Países Baixos/República Democrática do Congo, 2020, 95 min, Doc., Livre)
Direção: Joris Postema
Sinopse: Um grupo crescente de jovens em Goma, na República Democrática do Congo, está resistindo aos relatos sobre sua cidade que apenas mostram imagens estereotipadas de guerra, violência, doenças e miséria, resultado de anos de dominação ocidental. Tais imagens não refletem a realidade na qual eles vivem. Pare de nos filmar é uma importante autocrítica que conduz à pergunta: quem tem o direito de filmar a África e os africanos?
Softie
(Softie, Quênia, 2020, 96 min, Doc., 12 anos)
Direção: Sam Soko
Sinopse: Softie acompanha a trajetória do ativista queniano Boniface Mwangi, homem irreverente e audacioso reconhecido como o fotojornalista queniano mais provocativo. Mas como pai de três crianças, essas qualidades criam um conflito tremendo entre ele e sua esposa Njeri. Quando decide se candidatar a um cargo político ele é forçado a escolher: país ou família?
Um Lugar sob o Sol
(A Place Under the Sun, Marrocos, 2019, 75 min, Doc., Livre)
Direção: Karim Aitouna
Sinopse: A Rua Algéria em Tetouan é o coração vibrante da cidade, onde vendedores ambulantes vendem todos os tipos de mercadoria contrabandeada. De repente surge uma notícia: não será mais permitido aos mercadores venderem suas mercadorias nas calçadas. Tem um novo mercado fechado em construção – mas nem todos terão acesso a um quiosque para conduzir seus negócios. Para Mohamed, Abdel Slam e muitos outros que cresceram na Rua Algéria é como se o tempo, de repente, entrasse em suspensão. Alguns esperam o pior, outros formam uma associação e organizam protestos.
Sakawa
(Sakawa, Gana, 2018, 81 min, Doc., 12 anos)
Direção: Ben Asamoah
Sinopse: O documentário acompanha um grupo de jovens ganeses que se voltam para a fraude na internet para ajudá-los em uma situação desesperadora. Existe uma riqueza de informações a ser encontrada no lixo digital em Gana. É uma questão relativamente simples abrir discos rígidos e adquirir acesso a fotos e detalhes pessoais de seus antigos proprietários. Equipados com um nome e endereço, praticamente qualquer um pode ser encontrado online. Sakawa mostra essas atividades fraudulentas a partir da perspectiva do diretor Ben Asamoah, que retrata os perpetradores a partir de sua própria perspectiva africana.
Descobrindo Sally
(Finding Sally, Canadá/Etiópia, 2020, 78 min, Doc., Livre)
Direção: Tamara Dawit
Sinopse: Descobrindo Sally conta a história de uma mulher de 23 anos vinda da classe alta etíope que se tornou uma rebelde comunista com o Partido Revolucionário do Povo Etíope. Idealista e apaixonada, Sally foi pega pelo fervor revolucionário de seu país e acabou na lista dos mais procurados do governo militar. Ela foi para a clandestinidade e sua família nunca mais a viu. Quatro décadas após o desaparecimento de Sally, Tamara Dawit reúne as peças da vida misteriosa de sua tia Sally. Ela revisita a Revolução Etíope e o massacre pavoroso que aconteceu em seguida, que resultou em praticamente toda família etíope perdendo um ente querido. Sua busca a leva a questionar noções de pertencimento, convicções pessoais e ideais políticos em uma época em que, de novo, a Etiópia está passando por mudanças políticas importantes.
Vamos Conversar
(Let’s Talk, Egito, 2019, 95 min, Doc., Livre)
Direção: Marianne Khoury
Sinopse: Uma mãe e sua filha exploram juntas quatro gerações de mulheres da mesma família, uma família egípcia originária do Levante, na qual a vida e o cinema sempre estiveram, e continuam a estar, intrinsecamente ligados. Essa é uma história intimista entre filmagens de arquivo pessoal onde realidade e ficção se interligam com os filmes autobiográficos de Youssef Chahine. De Alexandria ao Cairo, passando por Paris e Havana, uma mãe e filha nos levam a uma viagem pessoal, tanto visceral quanto visual, enquanto questionam suas emoções e destinos.
Me Chamo Samuel
(I am Samuel, Quênia, 2020, 69 min, Doc., Livre)
Direção: Peter Murimi
Sinopse: Samuel cresceu na zona rural queniana, onde a tradição é valorizada acima de tudo. Ele é próximo de sua mãe, mas seu pai, um pastor local, não entende por que ele ainda não casou. Depois de mudar para a capital do Quênia em busca de trabalho e uma nova vida, Samuel se apaixona por Alex e encontra comunidade e pertencimento. O amor deles floresce, apesar do fato de que as leis do Quênia criminalizam qualquer um que se identifique como LGBTQ+. Apesar das ameaças de violência e rejeição, Samuel e Alex se movimentam entre seus mundos coexistentes, esperando obter aceitação em ambos.
PROGRAMA DE CURTAS:
Programa 1: Memória: performatividades entre-tempos
Um Cemitério de Pombos
(A Cemetery of Doves, dir.Sultan Sangodoyin. Nigéria, 2018, 15 min, Fic, Livre)
Sinopse: Um adolescente que está entendendo sobre a sua sexualidade ousa fazer confidências para alguém em quem confia numa sociedade onde é melhor manter tais descobertas em segredo.
Invisíveis
(Invisibles, dir. Joel Haikali. Namíbia, 2019, 17 min, Fic, Livre)
Sinopse: Dois indivíduos, sentindo-se irrelevantes para o mundo, encontram-se em uma fase ruim de suas vidas. Em vez de se afogarem juntos, eles partem em uma jornada de amor próprio e liberdade. Ao viajarem pelo majestoso interior da Namíbia, a paisagem da psique de uma nação pós-Apartheid e da sua própria psique, eles encontram o seu lugar.
A lutadora de boxe
(Boxing Girl, dir. Iman Dijonne. Senegal, 2016, 26 min, 2016, Fic, Livre)
Sinopse: O curta conta a história de amadurecimento de Adama, uma entediada cabeleireira de 17 anos que encontra luvas de boxe vermelhas depois de ser atropelada por uma moto. Ao calçar as luvas, ela é conduzida misteriosamente por toda a cidade de Dakar. Testada mental e fisicamente, Adama terá que lutar contra seus demônios para enfrentar a última luta.
Treino Periférico
(Treino Periférico, dir. Welket Bungué. Portugal/Guiné Bissau, 2020, 20 min, Fic, Livre)
Sinopse: Dois artistas saem para treinar, não cabem nos padrões do seu bairro, da sua cidade, nem da sua cultura impostora. Este é um filme feito na periferia da “grande Lisboa” e discursa poética e assertivamente sobre ocupação territorial, pós-colonialismo e desigualdade social ainda vigente na cultura portuguesa.
Bablinga
(Bablinga, dir. Fabien Dao. Burkina Faso, 2019, 14 min, Fic, 10 anos)
Sinopse: Moktar sempre disse que quando conseguisse fechar seu bar Bablinga ele voltaria para Burkina. Esse dia chegou, mas ele não está pronto para partir. Nesse dia fantasmas lhe convidam para celebrar a última noite do bar.
Programa 2: Vivências do novo e perspectivas do agora
Encrenqueiro
(Troublemaker, dir. Olive Nwosu. Nigéria, 2019, 11 min, Fic, Livre)
Sinopse: Obi está com calor, entediado e desesperado por algo a fazer. Quando seu melhor amigo, Emeka, lhe dá um pacote de fogos de artifício, os garotos decidem se divertir. Mas as coisas saem do controle e Obi aprende pela primeira vez que atos têm consequências e que há coisas que ele não consegue entender. Ambientado na Nigéria oriental, o curta é uma história de amadurecimento sobre masculinidade, violência e os efeitos da guerra em comunidades ao longo de gerações.
Perdendo minha fé
(Losing my Religion, dir. Damilola Orimogunje. Nigéria, 2018, 14 min, Fic, 12 anos)
Sinopse: Júnior é forçado a se converter religiosamente e as consequências são devastadoras.
Tab
(Tab, dir. Hlumela Matika. África do Sul, 2019, 13 min, 2019, Fic, Livre)
Sinopse: Khanya, com 15 anos de idade, é a mais velha de duas irmãs e anseia por uma vida normal. Todo dia, após a escola, seu pai, viciado em corridas de cavalos, a pega na escola e a leva ao ponto de apostas, onde a deixa com sua irmã caçula no carro por horas, com a instrução rígida de nunca entrar na arena de apostas. Um dia as coisas saem do controle.
Cabelo com balanço
(Hair that moves, dir. Yolanda Mogatusi. África do Sul, 2014, 19 min, Fic, Livre)
Sinopse: Uma jovem entra em uma competição de canto com a esperança de ganhar um carro que facilite seu trajeto para uma escola distante e tenta de tudo para que seu cabelo afro e curto balance ao vento como o de sua estrela pop favorita.
Boa Noite
(Da Yie, dir. Anthony Nti. Gana, 2019, 21 min, 2019, Fic, 12 anos)
Sinopse: Em um dia ensolarado em Gana, um estrangeiro se aproxima de duas crianças e as leva em uma viagem inesperada. Os três se dão tão bem que “Bogah”, o estrangeiro, começa a questionar sua intenção inicial.
Programa 3: Corpo-território: transversalizando os espaços
Ethereality
(Ethereality, dir. Kantarama Gahigiri. Ruanda/Suíça, 2019, 14 min, Doc.,Livre)
Sinopse: Abandonado por 30 anos no espaço. Como é a sensação de finalmente voltar para casa? Uma reflexão sobre a migração e o sentido de pertencimento.
Ward e a Festa da Henna
(Henet Ward, dir. Morad Mostafa. Egito, 2020, 23 min, Fic., 14 anos)
Sinopse: Halima, uma pintora de henna sudanesa, vai até a casa de uma jovem noiva egípcia para prepará-la antes de seu casamento, com sua filha de 7 anos “Ward”, que perambula para conhecer o lugar. Sob o olhar de Ward, o encontro entre as duas mulheres evolui da cumplicidade a tensões surgidas subitamente.
O Azul Branco Vermelho do meu Cabelo
(Le Bleu Blanc Rouge De Mes Cheveux, dir. Josza Anjembe. França, 2016, 21 min, Fic, 14 anos)
Sinopse: Com 17 anos, Seyna, uma adolescente de origem camaronesa, se apaixona pela história da França, o país que a viu nascer. Com a formatura e a maioridade se aproximando, Seyna quer apenas uma coisa: conseguir a nacionalidade francesa. Mas seu pai se opõe totalmente.
Gagarine
(Gagarine, dir. Fanny Liatard e Jérémy Trouilh. França, 2015, 15 min, Fic, 10 anos)
Sinopse: Youri tem 20 anos e mora com sua mãe em Ivry, a cidade que o viu crescer. Mas a demolição se aproxima: a cena de seus sonhos de infância desaparecerá. Como decolar quando já não há mais uma nave espacial?
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