Celebrando a Literatura Feminina: Conceição Evaristo - A Voz da Mulher Negra
À medida que nos aproximamos do Dia Internacional da Mulher, é fundamental reconhecer e celebrar as contribuições das mulheres em todas as esferas da vida, incluindo a literatura. Na Biblioteca do Cecult, nos próximos dias, iremos destacar algumas das escritoras mais influentes e inspiradoras que deixaram uma marca indelével na história da literatura. Seus escritos atravessam fronteiras, desafiam convenções e oferecem uma visão única do mundo através da lente feminina.
Hoje começamos com:
Conceição Evaristo - A Voz da Mulher Negra
Nascida em uma favela de Belo Horizonte, Minas Gerais, em 1946, Evaristo enfrentou muitos desafios ao longo de sua vida. Suas obras refletem as experiências e lutas das mulheres negras em uma sociedade marcada pela discriminação racial e de gênero.
Além de sua carreira como escritora, Evaristo é uma acadêmica reconhecida, com doutorado em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Ela também é uma destacada ativista, dedicada à promoção da igualdade racial e de gênero e à valorização da cultura afro-brasileira.
Conceição Evaristo é uma das mais proeminentes escritoras negras do Brasil. Em romances como "Ponciá Vicêncio" e "Becos da Memória", oferece um retrato vívido da vida nas periferias urbanas brasileiras, explorando temas como identidade, memória e resistência com uma linguagem rica e envolvente.
Foi agraciada com diversos prêmios literários, incluindo o Prêmio Jabuti, um dos mais prestigiados do país, e o Prêmio Nacional de Literatura, na categoria de literatura afro-brasileira. Em fevereiro de 2024, Conceição Evaristo ocupa a cadeira de nº 40 na Academia Mineira de Letras. As suas obras transcenderam as fronteiras do Brasil e receberam reconhecimento internacional.
É uma figura inspiradora para muitas mulheres, especialmente para aquelas que se identificam com suas experiências e lutam por justiça e igualdade em uma sociedade ainda permeada por desigualdades estruturais.
Frases marcantes de Evaristo:
"A questão do negro, a questão indígena, não são questões para as pessoas que são vítimas resolverem. São para a nação resolver." (Programa Roda Viva, da TV Cultura, 2021)
"Fico muito feliz com a nova geração. Isso envolve pesquisadoras jovens que estão em um trabalho sério, trazendo outras perspectivas de leitura, perspectivas políticas, principalmente das mulheres jovens." (Programa Roda Viva, da TV Cultura, 2021)
"A gente tem que ter uma política de produção e distribuição de livros. O que foi muito perigoso quando se discutiu a taxação sobre livros era dizer que quem lê é quem tem dinheiro. Se livros continuam sendo caros, vão continuar lendo as pessoas que têm dinheiro. Por isso, os primeiros lugares de distribuição têm que ser as escolas públicas, na educação. E com autores dos mais diversos possíveis." (Programa Roda Viva, da TV Cultura, 2021)
Principais Obras:
Ponciá Vicêncio (2003).
Becos da Memória (2006) .
Poemas da recordação e outros movimentos (2008).
Insubmissas lágrimas de mulheres (2011).
Olhos d'água (2014).
Histórias de leves enganos e parecenças (2016).
Canção para ninar menino grande (2018).
Não me deixe dormir o profundo sono (2020).
Macabea, flor de mulungu (2023).
Assista “ História que meus livros não contam” e saiba mais sobre essa mulher extraordinária!
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