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Raios ascendentes são registrados pela primeira vez no Brasil

Publicado: Quarta, 30 Janeiro 2013 14:23

Um tipo de raio que, em vez de descer das nuvens e atingir o solo – como ocorre com a maioria das descargas atmosféricas –, parte de algo na superfície e se propaga em direção à nuvem começou a chamar a atenção nos últimos anos em países como os Estados Unidos e o Japão, em função dos prejuízos que pode causar para o funcionamento de estruturas altas, como geradores de energia eólica.

O Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) capturou pela primeira vez imagens de raios ascendentes no Brasil. Quatro raios ascendentes que tiveram início a partir de uma das torres situadas sobre o Pico do Jaraguá, na cidade de São Paulo, e foram registrados em um intervalo de apenas vinte minutos. Eles foram gravados com uma câmera rápida de velocidade de 4000 quadros por segundo. Estas observações poderão contribuir para aperfeiçoar as normas de proteção contra raios no país.

“Esta é a primeira comprovação de ocorrência de raios deste tipo no Brasil”, afirmou Marcelo Saba, pesquisador do ELAT e responsável pelas observações. O registro de quatro raios ascendentes também foi algo que chamou a atenção dos pesquisadores. Este é um número muito alto ainda mais quando considerado o pequeno intervalo de tempo.

Para se ter uma noção comparativa, no Empire State Building, que foi construído com mais de 100 metros na cidade Nova York, ocorrem em média 26 raios ascendentes por ano. A grande maioria dos raios (99%) é nuvem solo, ou seja, raios que se originam nas nuvens e chegam ao chão. Apenas 1% dos raios é ascendente - partem de algo na superfície. Esses percentuais apenas se alteram em locais específicos, construções muito altas, onde o número de raios ascendentes pode superar os raios nuvem solo.

“Esta é a primeira comprovação de ocorrência de raios deste tipo no Brasil” Marcelo Saba, Pesquisador do ELATOs raios ascendentes são em geral artificiais, no sentido de responder às alterações ambientais produzidas pela atividade humana. Eles se originam devido a construções elevadas, como torres de telecomunicação, ou pára-raios de edifícios altos. Os pesquisadores afirmam que estudos poderão estimar qual a freqüência e quais as condições (como a altura das estruturas e os tipos de nuvens e tempestades) para que o fenômeno ocorra. A pesquisa também poderá aprimorar os sistemas de detecção de descargas atmosféricas que monitoram a incidência de raios no Brasil. Em alguns países, como o Japão, raios ascendentes têm trazido grandes prejuízos quando atingem turbinas de geração eólica, e em um cenário em que este tipo de geração de energia tem grandes chances de expansão e aplicação no Brasil, torna-se relevante intensificar as pesquisas no país que apresenta a maior incidência de raios do mundo.

Poucos países possuem imagens deste fenômeno, entre eles os EUA, o Canadá, o Japão e a Áustria. Ainda assim, há pouco conhecimento sobre a física e as características dos raios ascendentes, o que torna este registro ainda mais importante para as pesquisas.

A equipe do ELAT responsável por este estudo é composta pelo pesquisador Dr. Marcelo Saba e os mestrandos Carina Schumann e Jeferson Alves.

Saiba mais:

- Instituto de Pesquisa Espaciais - INPE : http://www.inpe.br/

 

Fontes:

- http://www.inpe.br/webelat/homepage/menu/noticias/release.php?id=16

- http://agencia.fapesp.br/15373

- http://info.abril.com.br/noticias/ciencia/raios-ascendentes-sao-capturados-pela-1o-vez-no-brasil-01032012-39.shl

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