Discente do CFP relata experiência em intercâmbio
A estudante Márjorie Carla dos Santos Macedo Dantas do curso de Licenciatura em Química foi selecionada pelo Programa Ciência sem Fronteiras e em setembro de 2012 para fazer um intercâmbio na Espanha na Universidade de Jaen. Ela que conheceu o programa através de uma palestra realizada pela Assessoria para Assuntos Internacionais (AAI) no campus de Amargosa e acha que o escore acadêmico foi o diferencial em sua classificação. A estudante têm no programa Ciência sem Fronteiras o instrumento que tornou possível a viagem e a estadia de dez meses no exterior.
Leia o relato de Márjorie:
A experiência de realizar um intercambio é algo realmente inexplicável, não só no âmbito profissional, cultural, social e principalmente educacional. Viver em uma cidade que mistura várias culturas, e consequentemente vários idiomas, é enriquecedor na vida de um discente. Parti nessa aventura sozinha, mas, em meio às seleções e listas de resultados, conheci uma estudante da UFRB que iria para outra universidade e um rapaz do Maranhão que seria meu companheiro de curso nessa jornada. Viajamos para Espanha juntos, a partir do aeroporto de Salvador. Cheguei a Madrid sem saber falar espanhol, o que dificultou muito minha vida no inicio. Direcionei-me a cidade onde iria passar por esse período de aprendizagem, seriam 10 meses intensos, de descobertas e agregação de valores.
Chegando a cidade de Jaén, na região de Andalucía – Espanha fiquei em um Albergue onde conheci duas pessoas, que passariam a ser meus companheiros de piso, um rapaz da Inglaterra e uma moça do Paraná, que naqueles meses iniciais seriam minha salvação, por saber falar o meu idioma e o idioma do país no qual me encontrava. Ficamos dois dias no albergue e logo o a tutora da minha nova colega conseguiu um apartamento para acomodar os quatro.Com a questão moradia resolvida, começava ali a parte de adaptações: clima, gastronomia, costumes, fuso horário, idioma... Enfim, toda uma nova vida em dez meses.
Iniciei as aulas na universidade, ao mesmo tempo em que comecei as classes de espanhol. Há um choque muito grande entre a estrutura física da universidade a qual me encontro e a realidade que estava acostumada no Brasil. A universidade é bem equipada, estruturada, organizada, e acolhe muitos estrangeiros, de todas as áreas. Comecei realizar um trabalho academicamente dirigido no Laboratório de Engenharia Química onde faço extração e caracterização de azeites de oliva com isso tive a oportunidade de manusear equipamentos que nunca havia imaginado.
Conheci pessoas de várias partes do mundo nas classes de espanhol. Isso é magnífico, é uma carga cultural enorme, e viver isso é indescritível. As adaptações foram difíceis no inicio. Quando cheguei o clima estava bem agradável para uma Soteropolitana, fazia em torno de 30 graus. Logo chegou o outono e foi esfriando, é lindo ver que aqui as estações do ano realmente acontecem, as folhas caem no outono, é lindo. Mas o frio ao qual eu não estava adaptada, isso foi bastante difícil, mas sobrevivi.
A culinária é bastante diferente, sofri muito com isso também, os espanhóis não tem o hábito de comer arroz, feijão, macarrão e carne, assim como nós. A variação de pratos é mínima, entre um prato de batatas para macarrão ao molho, ou carne de porco para frango. Uma pratica que muito me agrada nos espanhóis é a “siesta”, que ocorre durante a tarde, onde todos descansam, e é sagrado.
Em suma posso dizer que o mais difícil está na fase inicial, pois é tudo uma questão de tempo até conhecer o terreno, estudar as possibilidades, selecionar o que mais se encaixa ao seu perfil e seguir vivendo. Tudo se adapta. Para o frio existem agasalhos e aquecedor. Culinária é paladar, provar coisas novas, ver o que gosta. Universidade é aprendizado geral.
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Fazer intercâmbio no exterior é um dos principais desejos dos estudantes do país. Programas e bolsas cada vez mais ampliam a possibilidade de realização deste sonho. É o caso do Ciência sem Fronteiras, programa que pretende investir em mobilidade acadêmica R$3,2 bilhões até 2015. Na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, 14 estudantes foram beneficiados pelo projeto no primeiro semestre de 2012.
Saiba mais:
- http://www.cienciasemfronteiras.gov.br/web/csf
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