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Professora do CETEC é destaque no site da SBF

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Publicado: Terça, 25 Julho 2023 11:34

A professora Rogelma Ferreira vinculada ao Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas (CETEC) da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (IFRB) e integrante da comissão de Justiça, Equidade, Diversidade e Inclusão da Sociedade Brasileira de Física (SBF), falou ao Portal da entidade sobre a desigualdade no financiamento de pesquisas em Física no Brasil.

Para a professora, para combater a desigualdade entre as regiões no financiamento das pesquisas em Física, é necessário que os editais de pesquisa levem em consideração que é injusta a concorrência entre os pesquisadores de grandes centros urbanos, nos quais já se consolidaram os grupos de pesquisa de excelência com alunos de pós-graduação contribuindo para a produção acadêmica, e os pequenos centros de ensino. Rogelma disse que a comissão de Justiça, Equidade, Diversidade e Inclusão está atuando em abordar esse tema dentro da própria SBF e repercutindo em outros espaços.

A maioria das instituições de ensino criadas mais recentemente no país fica em regiões afastadas dos grandes centros, onde se localiza a maior parte das universidades tradicionais brasileiras, nas quais existem grupos de pesquisa e se concentram os pesquisadores com maior nível de produtividade. No edital do CNPq usado como exemplo, 75% dos projetos da faixa A, contemplados com recursos que vão de R$ 50 mil a R$ 100 mil, ficaram com pesquisadores do nível 1 de produtividade, que atuam principalmente em universidades do Sudeste.

De acordo com Ferreira, nas universidades mais novas ainda não existem grupos de pesquisa, e sim profissionais que realizam suas pesquisas de maneira isolada. Isso ocorre porque elas, em geral, ainda não possuem programas de pós-graduação, que são os principais produtores de pesquisa científica nas universidades. Com isso, essas instituições não contam com um ambiente acadêmico que favoreça a pesquisa.

Rogelma Ferreira trabalha na área de Física Estatística com ênfase em dinâmica molecular. Ela realiza simulações para o estudo da dessalinização da água, dado que a escassez de água potável é uma preocupação mundial. “Procuro entender o comportamento da água interagindo especialmente com o nitreto de boro”, conta Ferreira. Os custos de suas pesquisas são altos, porque elas dependem do uso de um conjunto (cluster) de computadores para a obtenção dos cálculos referentes à dinâmica molecular. E tem sido difícil obter financiamento. “A maioria dos editais das agências de fomento faz algumas exigências que estão fora do contexto de pesquisadores que estão atuando em universidades relativamente novas, tais como a quantidade de artigos publicados em periódicos e o percentual do número de pesquisadores exigidos da mesma universidade do proponente”, relata Ferreira.

Mais informações no Portal SBF.
https://sbfisica.org.br/v1/sbf/desigualdades-no-financiamento-de-pesquisas-em-fisica-no-brasil/

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