Nesta sexta-feira (24) tem Roda de Viola e lançamento de livro em Cruz das Almas, no Anfiteatro da Reitoria da UFRB, às 17:30h. O evento faz parte do projeto Café Cultural, da Coordenadoria de Cultura e Educação da PROEXT.
A Roda de Viola será composta por quatro violeiros da região Sudoeste da Bahia: o poeta Elder Oliveira, Gutemberg Vieira, Dinho Oliveira e Paulo Macêdo. Um encontro feliz de grandes expoentes da música baiana, músicos carregados da força do regionalismo do Sudoeste de nosso estado e do lirismo mineiro, região de grande influência na carreira desses artistas.
O evento também será marcado pelo lançamento do livro “O Curumim Espião”, do poeta Elder Oliveira, que agora volta seu talento para o público infanto-juvenil. Elder Oliveira marcou a poesia baiana com sua obra anterior, Malungos e Vapores. Para José Carlos Capinan, a obra de Elder Oliveira é um “território com surpresas”. Para ele, uma das maiores qualidades de Elder Oliveira é sua capacidade de “tanger as palavras do espaço da convenção para o espaço da invenção”. O baiano Waly Salomão dizia que o livro de Elder era “tão lírico e genuíno que me pus a cismar: Será que o Só de Antônio Nobre, O Cactos de Manoel Bandeira, e as frutas e as moças e os pássaros e quintais de Rubem Braga se reencarnaram em Elder Oliveira, e fixaram residência na terra das cacimbas Poções?”, perguntava-se o irreverente Waly Salomão.
Quem for ao Café Cultural, nesta sexta-feira, poderá tirar suas próprias conclusões. O projeto foi criado em 2009 pela então gestora do núcleo de cultura, professora Alessandra Gomes (CFP). Um de seus objetivos é oportunizar o acesso às artes e ampliar os conhecimentos, através do diálogo com o público. Visando uma formação estética, política e cultural, o Café Cultural amplia os espaços de aprendizagem possibilitando um contato sensorial com os conhecimentos, através da música, da poesia, do cinema, da dança e de outras linguagens e manifestações artísticas e culturais.
OS VIOLEIROS
DINHO OLIVEIRA, cantor e compositor, busca a valorização dos ritmos do cancioneiro nordestino - coco, reisado, xote, samba de roda, tudo dentro de uma linguagem contemporânea na qual se misturam também elementos do jazz e do rock. Influenciado pelos violeiros e cantadores do Nordeste e pela harmonização mineira, o músico baiano fundamenta sua inspiração artística na qualidade e diversidades sonoras. Dinho Oliveira participou de importantes projetos culturais, entre os quais: Circuito Cultural do Banco do Brasil (Teatro Castro Alves), Terça da Boa Música (Teatro Acbeu), Qual é da Música? (Teatro Sesi), Pelourinho Dia & Noite (Largo Quincas Berro D’Água) e Varanda do Sesi (Teatro Sesi). Sua música já foi levada para outros estados como Minas Gerais, Espírito Santos, Sergipe, Alagoas e São Paulo.
No seu primeiro CD, Canto de Chegada (selo Tempo Record), lançado em 1998, o cantor já registrava sua personalidade musical. Atualmente, acompanhado do violinista Diego e do percussionista Hermógenes, Dinho faz releituras de suas músicas já consagradas e apresenta novas canções, criando perspectivas para um novo CD.
PAULO MACEDO é referência da música do Sudoeste Baiano, onde nasceu e foi criado. Foi influenciado pela cultura do sertão, ternos de reis, causos, modas de viola; pelas violadas com os menestréis Elomar Figueira e Xangai e pelas “prosas culturais” com intelectuais e mestres dos saberes como Idelbrando Oliveira e João Macedo.
Teve participações significativas no Coral Lírio dos Vales idealizado por Elomar e regido pelo maestro João Omar de Carvalho Melo; no projeto Em Vários Cantos, liderado por Edgar Mão Branca; projeto Doze e Meia no Mercado Modelo em Salvador e no Projeto Caymmi, com o músico e compositor Eduardo Boa Ventura. Em 1999, Paulo Macedo produziu seu CD intitulado “Pindorama”, considerado pela crítica como uma das melhores produções independentes da região Sudoeste da Bahia, na década de 90.
GUTENBERG VIEIRA - cantor, compositor e instrumentista nascido em Madre de Deus e radicado em Vitória da Conquista, iniciou sua produção artística em 1984. O seu trabalho expressa gêneros variados da MPB e temas sociais contemporâneos. Participou do álbum “Auto da Catingueira” e do especial “Elomar”, no programa Arrumação, de Saulo Laranjeira, da TV Minas, onde interpretou a canção “Incelença pra terra que o sol matou”.
No Festival Canta Bahia de 1994 e 1996 foi premiado com as canções “Duplo Sentido” e “Bahiando”, em parceria com o cantor e compositor Papalo Monteiro.
Atualmente lançou o CD “Collecta”, com composições gravadas entre 1991 e 2006. E compôs um trabalho intitulado “Canto dos poemas eskolhydos”, a partir do livro “Poemas eskolhydos” de Glauber Rocha, projeto que visa um novo CD.