UNIATER é destaque no segundo dia do encontro do Agrovida

No segundo dia (07/12) do V Encontro sobre Agricultura Familiar e Agroecologia da UFRB, promovido pelo Movimento de Apoio à Agricultura Familiar e Agroecologia – Agrovida, o destaque ficou por conta do programa UNIATER que propõe a universalização da Assistência Técnica e Extensão Rural na Bahia. A equipe técnica do Agrovida envolvida com o UNIATER e os agricultores beneficiados se reuniram para debater as ações do programa, iniciadas em outubro de 2010.

Desde então, o Agrovida é uma das instituições parceiras do programa do Governo do Estado, com convênio firmado para atender cerca de 2 mil famílias nos territórios do Baixo Sul e Recôncavo através da metodologia de agentes multiplicadores agroecológicos. São jovens, filhos e filhas de produtores rurais, que disseminam as informações aprendidas, gerando ocupação, renda e cidadania para si e contribuindo para a melhoria de vida dos agricultores familiares da região.

Além dos agentes, a equipe inclui também técnicos agrícolas responsáveis pelas capacitações e visitas às propriedades. “Antes os agricultores viam o técnico como alguém superior a eles, de difícil acesso. No UNIATER todo mundo é filho de agricultor, o campo é o nosso ambiente”, diz o coordenador do projeto pelo Agrovida, Edson França. “Com isso, conseguimos maior confiança do agricultor e ele realmente aplica o que a gente orienta na prática”, completa.

Para Martins dos Santos, engenheiro agrônomo responsável pela equipe técnica do Baixo Sul, a própria visão dos produtores do que é a agricultura mudou. “Eles só queriam cultivar produtos para exportação, como guaraná, cravo, cacau etc, e acabavam vulneráveis aos atravessadores, porque tinham que vender para comprar o que comer. Hoje, eles já querem produzir alimentos”, diz, citando ainda outra vitória: “conseguimos colocar a assistência na pauta das associações e os agricultores já sabem o que demandar de nós técnicos”.

O coordenador Edson França lembra, porém, que nem tudo é motivo de comemoração. Ele recorda as dificuldades iniciais para implementação do programa e algumas que persistem. “Nossos técnicos precisam ter uma remuneração digna para ir a campo”, reivindica. Hoje, cada um atende a uma média de 300 famílias de agricultores. “A assistência técnica também deve ser continuada para que seja efetiva”, diz. E desafia: “nós já demos o primeiro passo e foi um passo muito largo. Quando o grupo tiver um apoio maior, vamos ainda mais longe”.

No debate sobre o UNIATER, esteve presente ainda a engenheira agrônoma responsável pela equipe técnica do Recôncavo, Isabel de Jesus. Logo após o evento, os agentes multiplicadores e a equipe técnica do programa foram recebidos pelo reitor da UFRB, Paulo Gabriel Nacif, e pelo vice-reitor, Silvio Soglia. O V Encontro sobre Agricultura Familiar e Agroecologia segue até amanhã (08/12), no Anfiteatro da Reitoria.

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