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Professor da UFRB recebe Prêmio Capes de Tese 2010

21/12/11 16:28 , 13/01/16 15:47 | 2515

O professor Nilson Weisheimer, do Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL) da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), foi o vencedor do Prêmio Capes de Tese 2010 na área de Sociologia, considerada a maior distinção a trabalhos acadêmicos do Brasil. A cerimônia de premiação ocorreu em Brasília no último dia 15 de dezembro.

O prêmio anual é concedido às melhores teses de doutorado defendidas e aprovadas nos cursos reconhecidos pelo MEC, levando em consideração os quesitos originalidade, inovação e qualidade. Weisheimer concorreu com a tese “A situação juvenil na agricultura familiar”, defendida na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 2009.

No trabalho empreendido, o pesquisador faz um estudo representativo de toda a população jovem ocupada na agricultura familiar no estado do Rio Grande do Sul. Dentre as principais características dessa juventude, Weisheimer enumera: baixa autonomia material, intensa socialização no trabalho e representações positivas sobre a agricultura familiar.

Essas representações positivas fazem com que os jovens construam projetos profissionais de permanência na agricultura familiar. “O jovem quer permanecer no campo, mas a agricultura não lhe assegura as condições materiais de autonomia”, diz Weisheimer. Em sua pesquisa, ele defende que é necessário consolidar as políticas públicas para garantir ao jovem o acesso a terra e a crédito, principalmente.

“Pelo menos 30% da população ocupada na agricultura familiar é formada por jovens, mas essa força de trabalho não é igual na hora de ter acesso aos benefícios”, constata. Daí a importância de um estudo que traz à tona o potencial que representa a juventude para a agricultura, seja pelo volume, seja pela inovação, sobretudo tecnológica, de que são responsáveis na maioria das vezes.

Outro ponto defendido por Weisheimer é a valorização do trabalho da mulher nesse contexto. “Embora os homens sejam maioria, as mulheres são fundamentais para a permanência do homem no campo. No entanto, elas não são reconhecidas como detentoras de direito a terra”, relata. A consequência é que as mulheres são mais refratárias, têm projetos de estudar e sair do campo.

Weisheimer pesquisa a situação juvenil na agricultura há mais de dez anos. Na UFRB, ele é coordenador do colegiado de Ciências Sociais e, como professor, leciona as disciplinas Sociologia Rural e da Juventude. De acordo com a sua experiência, ainda há poucas pesquisas na área. “A juventude é um ativo importante para a agricultura familiar, mas persiste numa certa invisibilidade”.

O estudo inédito no Brasil vem suprir essa lacuna. Os resultados já inspiram uma pesquisa nos mesmos moldes que está sendo realizada pelo professor na região do Recôncavo da Bahia, através de Edital Universal CNPq e com a colaboração de bolsistas PIBIC/UFRB. O prazo de conclusão é novembro de 2012.

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