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Participantes do III EBECULT conhecem trabalho das ceramistas de Coqueiros

20/04/12 11:54 , 13/01/16 15:47 | 2291

Dona CaduOs participantes do III Encontro Baiano de Estudos em Cultura (EBECULT) tiveram a oportunidade de se aproximar dos saberes e fazeres do Recôncavo através de ‘vivências’ inseridas na programação do segundo dia do evento, quinta-feira, dia 19 de abril. O trabalho secular das ceramistas da comunidade de Coqueiros, no município de Maragogipe, foi uma das atividades desenvolvidas por artesões da região que puderam ser apreciadas in loco. Uma manhã de intensa descoberta desta arte e das mãos que sustentam a tradição.

O percurso da visita foi guiado pelos estudantes da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) Mariana Lyra, Josenildo Júnior e Sida da Silva, monitores do EBECULT e bolsistas do projeto de extensão ‘Mãos que modelam o barro’. O projeto que teve início em 2008 tem como objetivo contribuir para a preservação da memória e a sustentabilidade da comunidade de Coqueiros, através de uma série de ações direcionadas à Educação Patrimonial, ao Turismo e à Cidadania.

De acordo com a professora Patrícia Verônica (Museologia), uma das coordenadoras do projeto e que também esteve presente na visita, a proposta é conhecer melhor as múltiplas potencialidades locais, atuando na sua divulgação e contribuindo para o desenvolvimento da comunidade. “Existe todo um potencial aqui que ainda não é explorado, seja no turismo cultural, de raíz, gastronômico etc. A maioria das pessoas que visita a região passa direto para a cidade de Maragogipe”, diz a professora.

Preservação da memória - Outro problema é a desvalorização da produção artesanal pela nova geração. No ano passado, o projeto realizou seis oficinas com 145 alunos do Ensino Médio de Coqueiros, a fim de estimular os mais jovens a se engajar com a promoção da comunidade e a valorização da atividade da cerâmica.

Dona Cadu, 92 anos, uma das ceramistas mais experientes de Coqueiros, faz coro à falta de interesse dos mais novos. Em seu ateliê logo na entrada de casa, sem parar de produzir nem mesmo durante a conversa com os visitantes, ela era só vitalidade como que provando sua destreza com o barro. Já na outra ponta da rua, era Dona Santa, 65 anos, que trabalhava com a ajuda de alguns membros da família, mas também para ela é raro ver um jovem interessado em cerâmica. “Eu pensei que uns fossem passando e outros dando continuidade, mas não é assim que acontece”, desabafou.

Uma das exceções encontradas em Coqueiros foi o jovem Rodrigo, de 15 anos, que empregava seu tempo livre ao burnimento de algumas peças. A estudante Mariana explica que esta é uma das etapas da produção da cerâmica em que ainda se encontram alguns jovens, devido ao rápido retorno financeiro. Mas Rodrigo diz que o que levou mesmo à atividade foi o encanto com a beleza das peças. Ele aprendeu o ofício com a sua tia Antônia, que mais ao fundo da casa também trabalhava na confecção de panelas de vários tamanhos e formatos.

Vivendo o Recôncavo -
Durante as vivências do III EBECULT também receberam visitação projetos de arte popular e cultura material e imaterial dos municípios de São Félix e Cachoeira. Nos caminhos da cultura, os participantes puderam conhecer a Casa do Samba de Roda de Dona Dalva, a Fábrica de Charutos Dannemann, a Irmandade da Boa Morte, a Filarmônica Lira Ciciliana, o Museu-Casa Hansen Bahia, dentre outros.

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