Comunicação, Política e Cultura foi o tema da mesa-redonda que discutiu o cenário atual do jornalismo, da televisão e do rádio, no último dia III Encontro Baiano de Estudos em Cultura (Ebecult), 20 de abril. A exposição mais esperada por estudantes, profissionais e amantes da comunicação teve ainda a mediação da professora do Centro de Artes, Humanidades e Letras Rachel Severo.
“O trabalho jornalístico é importante para a formação cultural de uma sociedade”, avalia Leandro Fortes, repórter da revista Carta Capital durante a mesa-redonda, realizada na última sexta-feira.. Formado pela Universidade Federal da Bahia, o jornalista falou sobre a profissão que atua a mais de vinte anos. Segundo ele, o profissional é um livre pensador, no entanto, sua função social teria sido contaminada pelo neoliberalismo. Em sua opinião, a interface política e cultural do jornalismo precisa ser refletida. “Com a blogosfera, perdemos a mediação exclusiva e ganhamos novos protagonistas”, aponta o autor dos livros "Jornalismo Investigativo", "Cayman: o dossiê do medo'" e "Fragmentos da Grande Guerra".
José Valentim, professor do Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas, também fez parte da mesa-redonda com a exposição “TV Digital (aberta) e interatividade”. Para o pesquisador, o espectador passivo está com seus dias contados, pois a TV Digital pretende revolucionar a forma como as pessoas assistem a televisão. Ao lado dele, Mário Sartorello, assessor da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) e presidente da Associação de Rádios Públicas (ARPUB) focou a comunicação não como um quarto poder, mas como um direito humano. Falou ainda sobre a necessidade de um novo marco regulatório, que leve em consideração as novas tecnologias e a convergência de mídias, entre outros pontos.
Completou a mesa redonda Diego Casaes, integrante da Global Voices e do Grupo Avaaz. Sua experiência com jornalismo cidadão foi o ponto central de sua exposição, cuja defesa se baseou na construção da relação entre a sociedade e o jornalista. “As pessoas estão usando a tecnologia para trazer informações, com viés baseado no ser humano e não no interesse político ou econômico”. No entanto, ele aponta que é necessário trabalhar com as mídias tradicionais para que as informações cheguem a um público ainda maior.
“Nós temos um admirável mundo novo. É possível fazer uma nova comunicação a partir das circunstâncias em que você vive”, reflete Leandro Fortes sobre pergunta feita sobre o mercado de trabalho pela estudante do sétimo semestre de jornalismo, Lorena Morais. Para a discente, o saldo teórico da mesa-redonda foi positivo: “o debate serviu para pensar a comunicação de forma mais democrática e abrangente”, avalia.
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