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Com apoio da Fapesb, pesquisador da UFRB encontra solução para podridão vermelha do sisal

12/07/12 16:33 , 13/01/16 15:47 | 4753

Crédito da foto: FapesbA cultura do sisal é uma das poucas adaptadas às condições semiáridas do nordeste brasileiro. No Estado da Bahia são produzidos 94% do sisal nacional, gerando anualmente cerca de 101 milhões de dólares em divisas para o país. O sisal tem uma grande importância social, pois possibilita que as famílias mais carentes do Brasil permaneçam no campo. Somente no Estado da Bahia, cerca de 700 mil trabalhadores dependem desta atividade.

Apesar do sisal ser considerado uma planta rústica e pouco suscetível ao ataque de doenças e pragas, na Bahia tem sido constatado um aumento significativo na incidência da podridão vermelha do pseudocaule do sisal, que leva a planta à morte, resultando em perdas consideráveis para os produtores. O agente causal da doença é o fungo Aspergillus niger, identificado com base em características morfológicas.

Coordenada pelo professor Jorge Teodoro de Souza da UFRB, a equipe formada por pesquisadores da UFRB, da EBDA e da Embrapa Mandioca Fruticultura, através do Edital de Apoio a Pesquisas para o Semiárido da FAPESB, realizou estudos para obter informações sobre a doença. O grupo constatou que o fungo da podridão vermelha é o mais disseminado e com as maiores densidades populacionais nas plantações. Além disso, o Aspergillus niger sobrevive no resíduo do sisal, utilizado para adubação das plantações. Os pesquisadores descobriram que o fungo só sobrevive bem no resíduo fresco. Por isso, recomendam que seja feita a fermentação do resíduo, para matar o fungo, antes de aplicá-lo como fertilizante.

Os pesquisadores encontraram outra alternativa de controle do Aspergillus Níger: a aplicação de bactérias antagonistas nas plantas para que elas possam combater o causador da podridão vermelha. Esta bactéria é encontrada no próprio sisal. “Isolamos e crescemos a bactéria fora da planta e a colocamos em mudas antes de plantá-las”, explica Souza. A bactéria é implantada em mudas para que elas permaneçam sadias durante seu crescimento: “Para isso, precisamos fazer uma formulação, pois se colocarmos apenas a bactéria na planta, ela morrerá”. As bactérias são produzidas em laboratório na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, em Cruz das Almas.

A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, em parceria com a UFRB, está financiando um projeto de instalação da primeira biofábrica de sisal do Brasil, que funcionará em Cruz das Almas. Além de mudas melhoradas para a região sisaleira, a Biofábrica produzirá espécies que servirão para produção de bioetanol, bebidas destiladas e produtos farmacêuticos. “Juntando este projeto da SECTI com o projeto desenvolvido com o apoio da FAPESB, conseguiremos evitar a podridão vermelha no sisal”, diz Souza, que recebeu da FAPESB cerca de R$ 100 mil para o desenvolvimento das pesquisas.

Fonte: Ascom/Fapesb

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