Dois pesquisadores mexicanos vão estar na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) a partir desta segunda-feira, 16, para dar início ao processo de implantação da primeira biofábrica de sisal do Brasil, que vai funcionar em Cruz das Almas, numa parceria com a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI).
Durante uma semana, os pesquisadores Neftali Uchoa Alejo e Rafael Ramírez Malagón ministram curso teórico e prático sobre técnicas de micropropagação de espécies de Agave, com foco no Agave-Sisalana, nome científico do sisal. O projeto de engenharia da biofábrica está em fase de elaboração e as obras devem ficar prontas nos seis primeiros meses do próximo ano.
O professor Rafael Ramírez Malagón é doutor em Biotecnologia de Plantas, professor da Universidade de Guanajuato e trabalha atualmente com cultura de tecidos vegetais, com foco em espécies de Agave. Já o professor Neftali Ochoa Alejo é pesquisador do departamento de Engenharia Genética de Plantas e coordenador do Laboratório de Cultura de Tecidos Vegetais e Manipulação Genética de Plantas no México.
Os pesquisadores vão dar orientações sobre como efetivar, pela primeira vez no Brasil, um sistema de micropropagação por cultura de tecidos de plantas do gênero Agave, que inclui a Agave-Sisalana, o híbrido 11648 (planta resistente à podridão vermelha, principal doença do sisal) e a Agave-tequilana, que por ser rica em açúcar (frutose) permite a produção de destilados, como a tequila mexicana, bioetanol, xaropes e o fitoterápico inulina.
Será uma retribuição da visita que técnicos da SECTI fizeram ao México em abril deste ano para conhecer as pesquisas realizadas pelas universidades que trabalham com a Agave e fechar parcerias. Na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), a pesquisadora e Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Ana Cristina Fermino lidera o projeto.
"Esta é apenas uma das ações sendo desenvolvidas em parceria com a SECTI para o desenvolvimento e transferência para o produtor de tecnologias para a cultura do sisal, visando a recuperação e expansão dos plantios de sisal, o melhor aproveitamento da planta, a prevenção e controle da podridão vermelha do sisal e a consequente melhoria da qualidade de vida do produtor", diz Ana Fermino.
O secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Paulo Câmera, destaca que já está sendo feito, em parceria com a UFRB, um estudo com imagens de satélite para fazer um zoneamento agroecológico da região sisaleira e do semi-árido baiano. “O objetivo é identificar em que condições de solo e clima poderemos montar os campos experimentais para introduzir as diversas espécies de Agave”, diz o secretário.
Com informações do Portal Fator Brasil.