Profissionais da área de saúde foram o público-alvo da Oficina Integrativa “Organização da Atenção às Pessoas com Doença Falciforme”, realizado nesta última quarta e quinta-feira, 19 e 20 de setembro, em Cruz das Almas. Médicos, psicólogos, enfermeiras e assistentes sociais dos municípios estiveram presentes no evento que buscou discutir e apresentar diretrizes ao apoio da identificação e assistência às pessoas com Doença Falciforme.
A melhoria no acesso, acolhimento e cuidado às Pessoas com Doença Falciforme foram abordados através do relato de experiências e bagagem profissional dos participantes. “Este evento é importante para tirar a doença falciforme da invisibilidade”, destacou a palestrante Andrea Broch, professora de enfermagem da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e faculdade São Camilo.
“É uma tentativa de popularizar o conhecimento sobre doença falciforme e implantar um serviço de referência nas microrregiões, através das ações conjuntas entre universidade, estado e municípios”, relata o professor Fábio Couto da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Representando a UFRB, o professor do Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas (CCAAB), trabalha junto com a Secretária de Saúde da Bahia na formação de um Centro de Referência em Atenção às Pessoas com Anemia Falciforme na cidade de Cruz das Almas.
Como resultado da Oficina Integrativa “Organização da Atenção às Pessoas com Doença Falciforme”, um documento foi criado com diretrizes de apoio a identificação e acompanhamento dos pacientes. Entre as propostas, o cadastramento das pessoas com a doença, a garantia da cobertura total da triagem neonatal e capacitação dos profissionais de saúde.
“Já vi hoje várias colocações. Tenho certeza que aprendemos muito”, afirma a diretora Maria José Moraes da Diretoria Regional de Saúde de Cruz das Almas (31ª DIRES), que acredita no protagonismo da região na criação do Centro de Referência em Atenção às Pessoas com Anemia Falciforme. O evento teve a participação da UFRB e da Associação Baiana das Pessoas com Doença Falciforme (ABADFAL). A produção ficou a cargo da Diretoria Regional de Saúde de Cruz das Almas e do Governo da Bahia.
Doença Falciforme: Trata-se de uma doença hereditária, resultado de alteração dos glóbulos vermelhos do sangue, deixando-os em forma de foice, por isso a nomenclatura “falciforme”. Segundo o professor Fábio Couto, a doença possui taxa de incidência elevada na população negra e afrodescendente. Calcula-se que cerca de 3 mil crianças nasçam por ano com a anemia falciforme e 200 mil seriam portadores do traço falciforme.
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