A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) será a nova sede do vasto acervo de livros e documentos históricos reunidos pela Fundação Clemente Mariani e transferidos à universidade, através de doação, em fevereiro de 2012. Renomeado como Acervo de Memória e Documentação Clemente Mariani (AMDOC), todo esse conjunto documental estará disponível a partir do mês de junho à consulta dos pesquisadores nas dependências do Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL), campus da UFRB na cidade de Cachoeira.
São mais de 30 mil itens, entre livros, folhetos, periódicos, dissertações, teses, manuscritos, fotografias, CD-ROMS e vídeos de valor histórico inestimável. Grande parte deles concentra-se nas áreas de História, Literatura, Educação, Arquitetura, Economia e, sobretudo, em temas relativos à Bahia. “Seguramente é um dos maiores acervos de livros raros do Estado, reunindo publicações que remontam aos séculos XVIII e XIX”, afirma o professor Walter Fraga, doutor em História e assessor para Desenvolvimento de Programas de Cultura da UFRB.
Para o reitor da UFRB Paulo Gabriel Nacif, a transferência deste acervo da capital para o Recôncavo contribuirá decisivamente para a consolidação da interiorização da excelência acadêmica. Ele destaca que o espaço será um importante laboratório para os cursos do CAHL e irá promover uma maior circulação de pesquisadores neste centro de ensino. “A incorporação do acervo Clemente Mariani, agora patrimônio das comunidades do Recôncavo e da UFRB, pode representar ainda a expansão da pós-graduação na universidade, pois capacita a aprovação de novos cursos de mestrado e doutorado”, avalia Nacif.
Sobre o acervo - A formação do acervo Clemente Mariani teve grande impacto na pesquisa histórica da Bahia, já que colocou à disposição do público obras raras e documentos dificilmente encontrados em bibliotecas e arquivos do Brasil. Foi formado em 1993, quando a Fundação Clemente Mariani adquiriu a biblioteca do colecionador e bibliófilo Renato Berbet de Castro. No ano seguinte, a Fundação criou o Centro de Documentação e Informação Cultural sobre a Bahia (CEDIC), setor que passou a gerir, ampliar e disponibilizar ao público. A partir deste ano, o Núcleo de Memória e Documentação da UFRB é que será o responsável pela administração do acervo.