O seminário “Ética e Direito à Informação” debateu as relações éticas na profissão de jornalista na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). O encontro foi organizado pelo curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo do Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL), campus de Cachoeira, ocorrido na última sexta-feira, dia 4 de abril.
Com o tema “preconceitos na cobertura midiática”, o seminário abordou aspectos sobre a atuação do Jornalista quando o assunto se refere às categorias minoritárias como os homossexuais, negros e mulheres. O antropólogo e professor paulista radicado na Bahia Luiz Mott, convidado especial do debate, frisou que a mídia constrói estereótipos relacionados a estes grupos.
“A mídia como um todo e, sobretudo, o Jornalismo tem contribuído para a criação de estereótipos e assim tem transformado o Brasil em um dos países com maiores índices de crimes homofônicos”, lembrou Mott, reconhecendo a melhora deste aspecto: “acredito que a formação dos jornalistas tem se dado com maior preocupação”.
O evento contou ainda com as presenças dos professores da UFRB, Jorge Cardoso e Emanoel Soares. Ambos abordaram o conceito de Ética e como ela é entendida na atualidade e sua prática dentro da profissão. “O estudante de Jornalismo precisa entender é que não se pode unicamente deixar a lógica do mercado prevalecer sobre seu trabalho. No mercado também há espaço para um profissional ético e responsável”, explicou Cardoso. “Só é possível ser ético quando nossas ações não são exclusivamente para benefício individual. Como profissionais, temos que pensar se nossa postura não irá contribuir para prejudicar pessoas ou grupos de pessoas”, esclareceu Soares.
O professor Luiz Nova, responsável pela organização do seminário, esclareceu que a proposta foi discutir a prática jornalística e sua relação com a ética. Ele apontou que esta questão é um aspecto fundamental na formação dos estudantes na UFRB.