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UFRB lamenta o falecimento do escritor baiano João Ubaldo Ribeiro

18/07/14 14:52 , 13/01/16 15:50 | 3549

A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) lamenta a morte do escritor e acadêmico João Ubaldo Ribeiro, ocorrida na madrugada desta sexta-feira, 18 de julho. O autor baiano faleceu em sua casa no Rio de Janeiro, vítima de embolia pulmonar. Ele ocupava a cadeira 34 da Academia Brasileira de Letras desde 1993.

João Ubaldo Ribeiro nasceu na ilha de Itaparica em 23 de janeiro de 1941. Tem entre seus romances “Setembro não tem sentido", “A casa dos budas ditosos” e “Viva o povo brasileiro”. Sobre esta última obra, o reitor Paulo Gabriel Nacif destaca o livro como elemento substancial para o entendimento da cultura nacional. “Viva o povo brasileiro é uma obra incontornável para quem quer entender o Recôncavo, a Bahia e o Brasil”, afirma o reitor. O livro com narrativa satírica e não linear percorre quatro séculos de história do Brasil (1647-1977). Contos, crônicas e livros infantis também fazem parte da obra do escritor.

“João Ubaldo Ribeiro, com sua trajetória de escritor, construiu uma narrativa singular sobre a Bahia e seu patrimônio cultural. A importância de sua obra se deve pela predileção a inventar prosas e reinventar lembranças e histórias de manifestações culturais negras vividas e recontadas pelos mestres da cultura popular, pelo povo da ilha de Itaparica e do Recôncavo da Bahia”, relata a Pró-reitora de Extensão da UFRB, Ana Rita Santiago. Ela possui doutorado em Letras e Lingüística pela Universidade Federal da Bahia e, entre outros, estuda temas relacionados à literatura afro-feminina e escritoras negras.

O professor Carlos Ribeiro do Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL), campus de Cachoeira da UFRB, que também é membro da Academia de Letras da Bahia, falou sobre o autor: “vai fazer muita falta, pois era um dos últimos escritores cuja voz ainda tinha o peso de uma autoridade em nosso país. E que tinha a capacidade de denunciar e resistir ao que há de pior na onda do politicamente correto e na crescente interferência do Estado na vida privada dos cidadãos, entre outras mazelas. Em nível nacional, restam-nos poucas vozes tão atuantes quanto a dele: Ferreira Gullar, Ariano Suassuna, Affonso Romano de Sant´Anna. É, com certeza, uma grande perda para nós, brasileiros”.

O velório do escritor é realizado nesta sexta-feira, 18, na Academia Brasileira de Letras, Rio de Janeiro. O enterro será realizado no Cemitério São João Batista, no Botafogo, em 19 de julho. 

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