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I Encontro de Pesquisadores de Língua de Sinais debate a inclusão do surdo na sociedade

29/10/14 11:16 , 13/01/16 15:51 | 2426

O I Encontro de Pesquisadores de Língua de Sinais do Recôncavo da Bahia (I EPLIS) foi realizado no Centro de Formação de Professores (CFP), campus de Amargosa, nos dias 23 e 24 de outubro. Na conferência de abertura, o professor Nilson Damasceno da Universidade Estadual da Bahia (UNEB) falou sobre a importância do uso da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) na sociedade.

“A comunicação é feita pela língua, na comunidade surda, é pela língua de sinais. É através da língua que trocamos ideias, relacionamo-nos uns com os outros e, a partir disso, quebramos barreiras e solidificamos a inclusão social”, relatou Damasceno, que também atua no Centro de Capacitação de Profissionais da Educação - Wilson Lins, em Salvador. Em sua opinião, é necessária a presença de um intérprete em LIBRAS em todos os órgãos públicos. Da mesma forma, para ele, o atendimento do artigo 93 da lei Nº 8.213/91, que fala sobre a contratação de deficientes nas empresas, deve ser observada com práticas inclusivas, a mais importante, o ensino-aprendizagem da língua de sinais entre os funcionários da empresa. Sua fala foi traduzida pela intérprete e professora Aline Pontes do CFP/UFRB.

Na mesa de abertura do evento, o diretor Clarivaldo Sousa do CFP falou que, além da Administração Pública, todo cidadão brasileiro deve se comprometer com a aprendizagem de LIBRAS, de forma a promover a inclusão das pessoas surdas à sociedade. Ao seu lado, as coordenadoras do I EPLIS, as professoras Fabíola Barbosa e Emanuelle Félix do CFP. A servidora Jamile Ferreira da UFRB fez a interpretação em LIBRAS da abertura.  

“Acho que existe muita dificuldade de comunicação em relação ao surdo dentro da sociedade. É importante que as pessoas possam se desenvolver e, para isso, é necessário momentos como esse”, destacou a coordenadora Fabíola Barbosa, primeira professora surda da UFRB. “É necessário que o ouvinte tenha conhecimentos sobre o surdo, o surdo na sociedade, quem é esse surdo, sobre acessibilidade, cultura e identidade. Eu, como representante, resolvi disseminar essas informações através do encontro para mostrar e apresentar a toda comunidade da UFRB as informações que são importantes para o nosso desenvolvimento. Estamos promovendo também oficinas, ensino básico da língua de sinais e outros temas que serão abordados para que os alunos possam se desenvolver e ter um maior conhecimento sobre a realidade dos surdos. Acredito que esse encontro vai ser o primeiro de muitos para facilitar a comunicação entre professores e alunos dentro da universidade”, afirmou.

Já a professora Emanuelle Félix percebe a necessidade e urgência de políticas públicas de formação na região do recôncavo da Bahia que possibilite ao surdo acesso ao conhecimento e à informação. “A política educacional para o surdo na Bahia carece de muitos esforços. Fator que deve ser discutido com a educação básica e fortalecida em toda região pra que haja fomento da pesquisa, da formação e que ocorra o entrelace de conhecimentos”, falou Emanuelle.

O evento contou com colaboração da Pró-Reitoria de Extensão (PROEXT/UFRB), prefeituras municipais de Ipiaú e Amargosa, além de comerciantes da região. Mesas redondas, oficinas, minicursos e apresentações culturais também fizeram parte da programação.

Confira fotos do evento:

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