A pró-reitoria de extensão da UFRB em conjunto ao colegiado do curso de comunicação promoveu, no dia 05 de dezembro, um debate sobre Internet pública - banda larga, no Centro Cultural Dannemann, São Félix.
O evento teve como palestrantes Vilson Vedana, consultor legislativo da Câmara dos Deputados, Zilton Rocha, deputado presidente da Comissão de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia da Assembléia Legislativa da Bahia, Antônio Assis, assessor da Agência Geral de Comunicação da Bahia (AGECOM), Ernesto Marques, assessor da Secretária de Desenvolvimento Social (SEDES) e mediado pelo professor Luiz Nova, da UFRB.
Com a proposta de democratização e inclusão digital, Vilson Vedana levantou a discussão sobre o que seria de fato Internet acessível. “Internet para todos é na casa das pessoas, Internet nas escolas é um projeto pedagógico e não alcança a média de 23 horas por mês, que é a média dos brasileiros e a maior do mundo”. Segundo ele, há uma necessidade de união entre os três governos federal, estadual e municipal para implantação de uma Internet básica com velocidade máxima definida e gratuita.
Um dos maiores problemas, apontados por Vedana, é o monopólio de algumas empresas das regiões do Brasil, como a Telemar no Nordeste, que é a única que oferece o serviço de banda larga. Vedana afirmou que o governo anunciou a possibilidade de “ressuscitar” a Telebrás ou criar uma nova empresa que viabilize a utilização das fibras óticas das companhias de eletricidade ou Petrobrás para implantar a conexão para todos.
Antônio Assis, em sua palestra, disse que o comércio das telecomunicações é beneficiado pela Internet discada, já que garante grande lucratividade com a venda dos minutos. Ele afirmou que a AGECOM tem feito estudos na área de comunicação buscando projetos-piloto e estudando a melhor alternativa para implantar tecnologias acessíveis na Bahia.
Já Ernesto Marques ressaltou o quanto foi equivocado o modelo de privatização implantado no Brasil no primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso. Para ele, o Brasil tinha base tecnológica, mercado consumidor forte e influência no Cone Sul (grupo de países da América do Sul) capaz de desenvolver a telecomunicação antes das privatizações. “Eu considero que esse foi o maior crime cometido pelo Estado na história do Brasil”, afirmou Marques. Ele lembrou também que é importante a participação das universidades nas discussões sobre a temática da telecomunicação.
Contando com a presença de Gestores Públicos, representantes dos municípios do Recôncavo, organizações civis e do diretor do Centro de Artes Humanidades e Letras, o debate foi encerrado com uma provocação do assessor do deputado Zilton Rocha, Charles Carmo. “Existem 20 municípios com esse projeto de banda larga gratuita no país e nenhum deles é no Nordeste. O que está se buscando é o interesse dos órgãos, universidade, representantes do municípios e a PROEXT, aqui presente, unir os poderes e efetivar a primeira Internet em banda larga gratuita no Recôncavo ”.
Cobertura do evento pelas estudantes de Jornalismo Lorena Andrade e Tamires Peixoto
Para saber mais:
O objetivo da UFRB com este evento foi abrir o debate com os Poderes Públicos e a Sociedade Civil do Território do Recôncavo. Segundo Val Rocha, do Núcleo de Cultura e Comunicação da PROEXT, ‘este é um momento especial e apropriado para avançarmos de forma parceira nessa perspectiva, posto que o governo Federal colocou em discussão, ainda na semana passada, a democratização das comunicações e o fortalecimento das empresas públicas nesse setor’.
Pensando no Recôncavo como Território de Vanguarda cultural, a UFRB acredita que a cultura e a comunicação, juntas, poderão fortalecer a democracia participativa por propiciar produção e difusão de conhecimentos, difusão de informações, facilitação da pesquisa, além de propiciar um ambiente virtual privilegiado de diálogo dos Poderes e Organizações com as populações locais.
Para Aelson Almeida, Pró-reitor de Extensão, o Brasil já deu sinais de avanço, instalando internet pública em 5 municípios do Sudoeste. ‘A Bahia pode ser a vanguarda no nordeste. E o Recôncavo, a vanguarda da Bahia’ completa.
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