A Pró-Reitora de Pesquisa, Pós-graduação, Criação e Inovação (PPGCI) da UFRB vem desenvolvendo o projeto Sisal de Base Tecnológica, que objetiva estimular o desenvolvimento de tecnologias para o manejo sustentável dos plantios de sisal e o melhor aproveitamento da planta, envolvendo o aproveitamento dos resíduos sólido e líquido oriundos do processo de desfibramento das folhas de sisal.
Uma das metas da pesquisa é a produção de cogumelos comestíveis utilizando o resíduo de sisal, que resulta numa alimentação altamente proteica. A produção dos cogumelos comestíveis vem crescendo em escala industrial em todo o mundo, devido ao seu alto valor nutricional e medicinal, sendo fonte de vitaminas, minerais e proteínas. Segundo a pofessora Ana Cristina Fermino, coordenadora do projeto, com a colheita diária dos cogumelos, esses estudantes estão obtendo excelentes resultados de pesquisa, o que demonstra o potencial desses resíduos agrícolas para a produção de cogumelos. “Até chegar neste ponto de colheita de cogumelos, foram feitos vários estudos em condições de laboratório para o desenvolvimento de melhores substratos (combinação de resíduos) para a produção deste cogumelo. Será feita ainda a análise nutricional e toxicológica desse cogumelos e analisada a eficiência biológica, ou seja, a produtividade desses cogumelos por quilo de substrato (resíduo de sisal)”, explica Ana Fermino.
O projeto, já em desenvolvimento final, é realizado em parceria com a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação da Bahia (SECTI). Além da coordenação e orientação da professora Ana Cristina Fermino Soares, a pesquisa de produção de cogumelos (Pleurotus ostreatus) conta com a participação dos estudantes do Programa de Pós-Graduação
Fonte de renda - A cultura do sisal possui a sua produção concentrada nos 20 principais municípios produtores do Brasil. Segundo dados do IBGE de 2010, o sisal aparece na terceira posição, ultrapassando em números grandes culturas como a soja, o palmito e o algodão. Porém, os baixos preços da fibra e o tradicional sistema de produção agrícola e beneficiamento da folha, com o aproveitamento de apenas 4% da planta, colocam em risco a sustentabilidade e expansão desta cultura de extrema importância para a região semiárida.
Para o mestrando Cristiano Oliveira, a produção de cogumelos comestíveis permitirá a melhoria da qualidade de vida dos agricultores da região semiárida, além de disponibilizar um alimento com alto valor nutricional e medicinal. “A utilização de resíduos do sisal na produção de cogumelos comestíveis aumentará a geração de emprego e contribuirá para a sustentabilidade da cultura do sisal, pois permitirá que, a partir do resíduo que é descartado nas propriedades sem tratamento adequado, a geração de novas fontes de renda”, afirma.