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I Expomeasb será reaberta no CAHL em janeiro

23/12/15 09:02 , 13/01/16 15:53 | 877

Após ter sido desmontada por anônimos no dia 15 de dezembro, a exposição do acervo do Measb, Personalidades da História da Agronomia no Recôncavo, será novamente montada em Cachoeira em janeiro. De acordo com informações da coordenação da  Expomeasb, algumas pessoas que não concordaram com o conteúdo da Exposição arrancaram os banners dos painéis no dia seguinte ao lançamento.

Em nota, a coordenadora do Memorial, Mestre em História Regional e Local pela UNEB e Especialista em Gestão Cultural pela UFBA, fala da importância da continuidade do projeto. Maitê Rangel explica que "expor um acervo museológico não significa fazer apologia a uma corrente historiográfica ou a determinados atores sociais: trata-se, antes de tudo, de um compromisso com o patrimônio musealizado, da responsabilidade de disponibilizar ao público bens culturais que estão sob a guarda do Measb, mas que pertencem à sociedade".

Segue nota de esclarecimento:

Measb - Memória, Patrimônio e Responsabilidade Social

O Projeto ExpoMEASB foi concebido com a proposta de montar e veicular exposições itinerantes, disponibilizando ao público o acervo do Memorial do Ensino Agrícola Superior da Bahia (MEASB). Montada inicialmente em Cruz das Almas, a exposição Personalidades da História da Agronomia no Recôncavo, que compõe o projeto e tem a curadoria da professora Rita de Cássia Silva Doria, seguiu para Cachoeira e teve sua abertura no Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL), na tarde do dia 14 de dezembro de 2015, com previsão de permanecer até fevereiro. Porém, no segundo dia, a exposição foi impedida de prosseguir. Sob a alegação de não concordar com o conteúdo exposto, algumas pessoas retiraram os banners dos painéis sem a autorização dos organizadores e jogaram numa área próxima à Xerox, conforme informações que chegaram à coordenação do projeto ExpoMEASB.

A exposição itinerante é uma ação que integra um projeto maior de dinamização e divulgação do Memorial, que visa suscitar o debate sobre a importância da memória e do patrimônio, bem como colocar em pauta a história da nossa instituição (UFRB). Não significa que toda a história se resume ao abordado na exposição. O que está posto no material é um fragmento dessa memória, parte dessa história que precisa estar em debate. Tampouco significa que fazemos apologia ao coronelismo, latifundiários ou a uma história contada de um único ponto de vista. Entendemos e compreendemos a diversidade de atores sociais envolvidos e atuantes na constituição do Imperial Instituto Baiano de Agricultura e da Escola Agrícola da Bahia e as transformações experimentadas ao longo dos últimos 150 anos.

O acervo do MEASB, em processo de documentação, vai muito além dos quadros que compõem a exposição. A escolha dos quadros em óleo sobre tela foi motivada pela presença da assinatura na Ata de fundação do Imperial Instituto Baiano de Agricultura (1859) pela primeira direção da Escola Agrícola da Bahia (1877) e pelo ciclo que marca a história da instituição em que muitos alunos, quando formados, tornaram-se professores e diretores. 

Enquanto equipamento cultural, não podemos nos furtar de publicizar o patrimônio sob a guarda do Memorial. Os quadros em questão também são vestígios da história da instituição. O que colocamos para a comunidade é a necessidade de debater sobre memória e preservação do patrimônio enquanto responsabilidade social. A exposição compõe um conjunto maior que objetiva colocar em foco a existência de um equipamento cultural na UFRB e qual deve ser o seu papel. Nossa proposta parte do princípio de que a preservação é indissociável da comunicação.

Esse acervo, de reconhecido valor histórico, cultural e científico, testemunha a memória da implantação do ensino superior no Recôncavo Baiano. Trata-se de coleções importantes para a história da educação, das tecnologias e ciências agrárias desenvolvidas no Brasil a partir do século XIX. São equipamentos didáticos e científicos, livros, teses, fotografias e documentos que estão sob a guarda do Measb/UFRB, mas que são patrimônio da comunidade do Recôncavo.

Como prevê o seu Regimento Interno, o MEASB tem como missão atuar para a preservação da memória do ensino superior agrícola e das ciências e tecnologias agrárias na Bahia e no Brasil, em concordância com a vocação potencial do seu acervo, sendo de sua responsabilidade documentar, conservar, preservar, valorizar e expor esse patrimônio, tornando esses bens culturais acessíveis.

O Memorial não se resume à casa que o abriga: ele existe em seu acervo que é reduto dessa memória do ensino agrícola. Para ter sentido, precisa estar em movimento. Nesse ponto fundamental é que focamos a comunicação como a chave para vivificar esse conjunto de peças, publicações e documentos; registros da história, dos desafios enfrentados pela instituição desde a sua fundação. Nesse movimento é que podemos refletir sobre as práticas museológicas, o fazer histórico e a preservação do patrimônio como responsabilidade social, em um debate que respeite as diferentes opiniões e expressões.

Maitê dos Santos Rangel
Coordenadora do Memorial do Ensino Agrícola Superior da Bahia (MEASB/UFRB)

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