A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e a empresa Calçados Bibi celebraram nesta quarta-feira, 20 de abril, o termo de Cooperação Técnica, Científica e Cultural com vistas ao desenvolvimento do projeto de utilização de resíduos do Etileno Acetato de Vinila (EVA) da indústria calçadista. O objetivo é produzir placas/mantas prensadas para aplicação como revestimento/isolamento acústico e térmico em laboratório de aulas práticas do campus universitário de Cruz das Almas.
De acordo com a coordenadora do projeto, professora Jania Betania Alves, o EVA é um material de custo relativamente baixo e que possui grande aplicação na indústria calçadista, sendo utilizado na confecção de placas expandidas para posterior corte de solados, palmilhas e entressolas de calçados de menor preço final e do tipo “full-plastic”. Ela explica que o processo de corte e acabamento de chapas expandidas de EVA gera uma média de 18% em massa de material residual. Na indústria local, isso significa em torno de 160 kg/mês ou aproximadamente 1.920 ton/ano.
A ideia é caracterizar os resíduos de EVA provenientes de chapas expandidas da Bibi Calçados quanto à moforlogia, propriedades térmicas e mecânicas e determinar o custo da moagem destes resíduos visando sua reutilização como revestimento em laboratório de aulas práticas da UFRB. A metodologia do trabalho irá envolver atividades voltadas ao treinamento de recursos humanos, que serão qualificados no desenvolvimento de produtos e/ou processos de relevância científica e tecnológica para região e que poderão ser absorvidos pelo setor industrial e acadêmico.
Além do fortalecimento da infraestrutura de pesquisa nas áreas de materiais/mecânica da UFRB, o vice-coordenador do projeto Jacson Machado acredita que a cooperação firmada com a Bibi Calçados fortalece a interação academia e empresa, necessária ao desenvolvimento social, e pode gerar produtos com potencial econômico a partir dos resíduos industriais, o que contribui para minimizar problemas ambientais.
O projeto está sendo desenvolvido no Laboratório de Materiais/Processos de Fabricação do curso de Engenharia Mecânica da UFRB, com financiamento do CNPq (edital Universal) e com a colaboração dos laboratórios de Análises Aplicadas e Biomateriais (Lapbim) e de Catálise e Materiais (Labcat) da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).