Quarenta mulheres, entre 20 e 62 anos, moradoras da comunidade Quilombola da Baixa da Linha, em Cruz das Almas, estão sendo beneficiadas pelo projeto de extensão da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) que propõe alternativas para geração de renda e fomento ao empreendedorismo.
A iniciativa é realizada por meio da Escola Profissionalizante de Corte e Costura, criada através do Edital Proext/MEC/SESU 2014. A estrutura da Escola profissionalizante foi inaugurada no dia 02 de maio e a primeira turma teve sua aula inaugural no último dia 18.
O professor do curso de Tecnologia em Gestão de Cooperativas e coordenador do projeto, José da Conceição Santana, relembrou na ocasião as dificuldades e lutas enfrentadas para conseguir alcançar e operacionalizar os recursos para a infraestrutura da Escola e ressaltou ainda a importância do engajamento dos moradores da Baixa da Linha para que o projeto tenha sucesso: “O que vai ser a partir de agora depende de vocês. Essa escola surgiu de um desejo manifesto da comunidade de aprender corte e costura para que possam produzir autonomamente e se tornem um núcleo produtivo pra atender as demandas locais”, explica.
A pró-reitora de Extensão, Tatiana Velloso, reforçou a concepção dialógica de Extensão defendida pela UFRB e considera que a Escola pode ser o começo de um empreendimento de economia solidária. “Estamos aqui para trocar conhecimentos e saberes, com o envolvimento da comunidade da Baixa da Linha e da UFRB neste projeto que foi conquistado pelas mulheres desta comunidade”, aponta.
O projeto da Escola Profissionalizante é realizado em parceria com a Incubadora de Empreendimentos Solidários (INCUBA) e com a Associação Comunitária da Linha (Ascol), que atua como interlocutora junto à comunidade, e hoje colabora cedendo o espaço para a realização das atividades.
Saiba mais - O curso do Projeto da Escola Profissionalizante de Corte e Costura da Comunidade da Baixa da Linha será realizado em um período de três meses e objetiva colaborar para que a comunidade estabeleça para si novos meios de sustentabilidade como forma de inclusão social, trazendo a universidade como agente público desta inclusão. A Escola foi uma demanda apresentada pelas mulheres da Baixa da Linha em um estudo realizado no ano de 2011 pela Socióloga Iolanda Oliveira. A pesquisadora investigou os anseios da comunidade para o enfrentamento do desemprego.
O gestor de recursos da Pró-Reitoria de Extensão, Robson Oliveira, responsável pelo processo de compra dos equipamentos para montagem da Escola, relata que é uma alegria ver o projeto se materializar: “É muito gratificante ver os esforços para o desenvolvimento de projetos e programas de extensão, e os seus resultados de envolvimento da comunidade local e da comunidade acadêmica. Isso nos fortalece para continuar lutando para que a extensão universitária ocupe o lugar que merece na Universidade para a formação acadêmica”.
A Comunidade da Baixa da Linha está ao lado do campus da UFRB em Cruz das Almas, a 4 km do centro da cidade.