Seminário UFRB em Foco destaca pesquisas acadêmicas sobre a instituição
Difundir as práticas institucionais de ensino, pesquisa, extensão e ações afirmativas da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Esse é o objetivo do Seminário UFRB em Foco, que realizou sua primeira edição nesta quarta-feira, dia 23 de agosto, às 10h, no Anfiteatro da Reitoria, campus Cruz das Almas.
A iniciativa, promovida pelo Núcleo de Formação para a Docência do Ensino Superior (NUFORDES) da Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD), tem como proposta destacar a cada edição o trabalho de pesquisadores que coloquem em foco a UFRB, suas políticas de gestão ou a relação com o seu espaço sociorregional. De acordo com o chefe do NUFORDES e organizador do evento, Lucas Lima, “a ideia é prestigiar e reconhecer a produção intelectual dos pares, em razão de um expressivo quantitativo de trabalhos nesse âmbito”.
As convidadas do I Seminário foram as professoras Marta Lícia de Jesus, da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e colaboradora da linha de pesquisa sobre Educação, Sociedade e Cultura na UFRB, e Lúcia Trindade, do Centro de Formação de Professores (CFP) da UFRB, além da técnica em Assuntos Educacionais, Mariana Simões, da Superintendência de Regulação e Registros Acadêmicos (SURRAC) da UFRB. Todas apresentaram o resultado de trabalhos desenvolvidos ao longo de cursos de Doutorado ou Pós-Doutorado.
Valorização dos docentes
A professora Marta falou sobre “Os significados atribuídos à política de valorização dos docentes da educação básica: um estudo sobre a elevação da escolarização dos professores após a LDB (Lei 9394/96)”. Segundo seu relato, a partir da implantação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, foi exigido que os professores da educação básica tivessem curso superior de Licenciatura, o que levou ao estigma de “professor leigo” para estes profissionais. Inseridos nesse contexto, ela trabalhou com a história de vida de professores da Educação Infantil e Ensino Fundamental I. “Nós podemos contar essas e tantas histórias sobre fenômenos que estão diante de nós. É uma tarefa coletiva a construção da nossa versão para o que estamos vivenciando no âmbito das políticas e práticas de formação dos professores”, provocou, ao final da explanação.
Avaliação da extensão
Com a palavra, a técnica Mariana apresentou o resultado de sua tese “A avaliação da extensão universitária nas Universidades Federais da Bahia”, defendida no âmbito do Doutorado Interinstitucional (DINTER) em Ciências da Educação da Universidade do Minho (UMinho). De acordo com Mariana, a avaliação é um conceito amplo, considerado, ao mesmo tempo, político e particularizado. Com base em entrevistas a gestores de extensão e membros das Comissões Próprias de Avaliação da UFBA e UFRB, ela concluiu que as concepções de avaliação são, em sua maioria, burocráticas, diferente das concepções de extensão expressas como progressistas. “O nosso processo de avaliação não é instituinte, é instituído. Ainda precisamos construir nossas próprias concepções de avaliação e para que ela serve”, disse.
Docência e formação
A professora Lúcia encerrou as apresentações com seu trabalho sobre “Docência e formação: a profissionalidade dos professores universitários iniciantes”. A pesquisa envolveu professores com até cinco anos de docência, lotados no Centro de Formação de Professores (CFP) da UFRB. Lúcia relatou o desafio de trabalhar com formadores de formadores, que muitas vezes não se reconhecem como necessitando de formação, e com formadores em início de carreira, que ainda não acumularam experiência. “No relato biográfico, os sujeitos narram suas experiências, mas, quando eles estão começando, de onde eles falam? Como eles constroem essa profissionalidade, esse saber específico, sendo professores iniciantes?”, questionou, ressaltando que sua pesquisa propôs aos participantes refletir e ressignificar suas histórias de vida.
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