O antropólogo e professor visitante sênior da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Kabengele Munanga, é o homenageado na 15ª edição do Prêmio USP de Direitos Humanos. A cerimônia de entrega do prêmio será realizada no dia 29 de junho, às 10h, na Sala do Conselho Universitário, localizada na Rua da Reitoria, 374, Cidade Universitária, em São Paulo.
Munanga nasceu em 1942, em uma aldeia de Bakwa Kalonji, na República Democrática do Congo, e graduou-se em Antropologia Social e Cultural pela Universidade Oficial do Congo (1964-1969), onde iniciou sua carreira acadêmica como professor assistente. Em 1969, iniciou seus estudos de pós-graduação na Universidade Católica de Louvain (Bélgica) e foi pesquisador no Museu Real da África Central, em Tervuren (Bruxelas). Porém, por motivos relacionados à ditadura militar instalada em seu país, o doutorado só foi concluído em 1977, pela Universidade de São Paulo, onde se tornou professor titular do Departamento de Antropologia.
Desenvolveu pesquisas nas áreas de Antropologia da África e da População Afro-Brasileira, com ênfase em temas como o racismo, políticas e discursos antirracistas, negritude, identidade negra versus identidade nacional, multiculturalismo e educação das relações étnico-raciais, e foi um dos protagonistas no debate nacional em defesa das cotas e ações afirmativas.
Além da carreira acadêmica, Munanga desempenhou diversos cargos administrativos, como o de diretor do Museu de Arqueologia e Etnologia (1983-1989), vice-diretor do Museu de Arte Contemporânea (2002-2006) e diretor do Centro de Estudos Africanos (2006-2010).
Prêmio USP de Direitos Humanos
O Prêmio USP de Direitos Humanos foi criado pela Comissão de Direitos Humanos da Universidade em 2000, com o objetivo de identificar e homenagear pessoas e instituições que, por suas atividades exemplares, tenham contribuído significativamente para a difusão, disseminação e divulgação dos direitos humanos no Brasil.
A Comissão de Direitos Humanos da USP é presidida pelo ex-ministro de Justiça, José Gregori, e formada pelos professores Sueli Gandolfi Dallari (Faculdade de Saúde Pública), Maria Hermínia Tavares de Almeida e Pedro Bohomoletz de Abreu Dallari (Instituto de Relações Internacionais), Ricardo Alexino Ferreira (Escola de Comunicações e Artes), Eunice Aparecida de Jesus Prudente (Faculdade de Direito), Taís Gasparian (Instituto de Estudos Avançados), Gustavo Gonçalves Ungaro (Ouvidoria Geral do Estado de São Paulo) e Cristiano Buoniconti Camargo (discente).
Fonte: Jornal da USP