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Mulheres na Ciência

No Dia da Mulher, UFRB inicia série com cinco pesquisadoras destaques em suas áreas

08/03/19 09:05 , 15/08/24 16:21 | 6934

A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) comemora o Dia Internacional da Mulher (08 de março) com uma homenagem a cinco pesquisadoras destaques em suas áreas de conhecimento. Inspirada pela série Pioneiras da Ciência no Brasil, lançada pelo CNPq em 2013, o objetivo desta sequência de relatos é contar a história dessas mulheres que contribuem de forma relevante para o avanço do conhecimento científico e, principalmente, na formação de recursos humanos.

As pesquisadoras homenageadas pela UFRB são Adriana Bagaldo (Zootecnia), Ana Fermino (Agronomia), Ângela Figueredo (Ciências Sociais), Franceli da Silva (Biodiversidade e Recursos Naturais) e Simone Alves (Melhoramento Genético). A seleção teve como critério o fato de essas cientistas terem sido contempladas com Bolsas de Produtividade em Pesquisa ou em Desenvolvimento Tecnológico e Extensão Inovadora do CNPq no período 2014-2019.

De acordo com o CNPq , “o estabelecimento de figuras exemplares femininas é um importante recurso para diminuir os estereótipos de gênero e motivar as meninas e as mulheres para as carreiras científicas e para as ciências em geral, como apontam diversos estudos e relatórios”. 

Durante o mês de março, apresentaremos a história de cada uma delas:

Adriana Bagaldo - Zootecnia

A professora Adriana Regina Bagaldo nasceu na cidade de São Paulo, em 22 de maio de 1973, e cresceu em São Caetano do Sul, região do ABC. Mesmo tendo crescido na cidade, seu pai sempre foi produtor de leite no interior de São Paulo, onde ela passava a maioria de suas férias e feriados. Foi aí que a paixão por animais, especialmente vacas leiteiras, foi crescendo. Não teve dúvidas, prestou o vestibular em Zootecnia e foi cursar na Universidade Federal de Lavras (UFLA), no período de 1992 a 1997.  Não satisfeita apenas com a graduação, ingressou em 1998 no mestrado em Ciência Animal e Pastagens na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo (USP), e em 2001 no doutorado na mesma instituição, finalizando em 2004. Em 2006, aprovou um projeto de pós-doutoramento na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), e veio à Bahia, especificamente à Universidade Federal da Bahia (UFBA), para o curso. Foi quando conheceu e firmou uma forte parceria científica como o professor Ronaldo Lopes Oliveira, da Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia da UFBA. Grande amigo e colega de profissão, até hoje são parceiros em trabalhos e projetos científicos. Incluindo as suas referências do mestrado e doutorado, ela se recorda que os homens sempre foram maioria em sua área de pesquisa. Como relata: “Eu nunca parei para pensar porque somos tão poucas mulheres nessa aérea. Quando eu entrei em Zootecnia, nós éramos uma turma de 25 alunos, com cinco mulheres e 20 homens. Acredito que talvez, no futuro, essa diferença diminua, porque hoje as turmas têm mais mulheres”. Atualmente, Adriana é professora adjunta na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Em 2008, foi aprovada no concurso público para docente na área de Bromatologia, no campus de Cruz das Almas, e, no mesmo ano, foi credenciada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal. Foi coordenadora do mesmo programa no período de 2010 a 2014. Hoje, coordena o laboratório de Bromatologia, que é um laboratório de multiusuários e que atende a um grande número de mestrandos do Programa. É bolsista em produtividade do CNPq desde 2013, e faz pesquisas na área de avaliação de alimentos para pequenos ruminantes: ovinos e caprinos. Seu interesse é em alimentos alternativos, em especial coprodutos regionais, como torta de dendê, torta de licuri, farelo de algaroba, torta de cacau. Há três anos, ela concilia o trabalho de pesquisadora com o seu papel de mãe da pequena Lucina. “Quando me tornei bolsista produtividade, eu não tinha filha e podia me dedicar mais, agora eu realmente sei as dificuldades para participar de congresso, trabalhar em casa... Tenho que tentar ser mais eficiente em um curto prazo de tempo que tenho para me dedicar”, avalia. Dentre as homenagens que já recebeu em sua carreira está a menção de Honra ao Mérito como destaque do Programa de Aperfeiçoamento de Ensino (PAE) da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" da USP em 2004. Além desse reconhecimento, Adriana é autora de mais de 70 artigos em revistas nacionais e internacionais, soma cerca de 50 orientações concluídas de discentes da graduação ao pós-doutorado e mais de 30 orientações de bolsistas de Iniciação Científica.

Currículo Lattes.

Ana Fermino - Agronomia

A professora Ana Cristina Fermino Soares nasceu em Moçambique, no sudeste da África, e viveu até os dezoito anos na ilha de Cabo Verde, localizada a 570 km da costa da África Ocidental. Estudou dois anos em Lisboa, Portugal, mas concluiu o ensino fundamental e médio em Cabo Verde. Na época, como não havia universidades em seu país, concorreu a uma bolsa do African American Institute e foi estudar nos Estados Unidos, na área de Microbiologia. Para ela, foi uma “escolha natural”, uma vez que sempre gostou das ciências e o curso tinha uma boa perspectiva profissional. A escolha pelas ciências agrárias também é tradição familiar. Filha de cabo-verdianos, seu pai foi agrônomo, na área de Solos; fundou o primeiro instituto de pesquisas na área de ciências agrárias em Cabo Verde e gerenciou um instituto de pesquisa no Níger. “Eu acompanhava essa trajetória e, para mim, a pós-graduação e a pesquisa sempre estiveram muito presentes. Não me conseguia ver só com a graduação”, lembra. Ela graduou-se em Microbiologia e Imunologia na Universidade do Arizona, Tucson (1988). Ao longo do curso, trabalhou como assistente de laboratório e recebeu a oferta de bolsa para continuar os estudos na pós-graduação. Cursou o mestrado também em Microbiologia e Imunologia, na Universidade do Arizona, Tucson (1990), quando conheceu o marido e teve seu primeiro filho. Mudou-se para o Brasil com a família e, aqui, atuou como pesquisadora na Embrapa do Semiárido, em Petrolina, na qualidade de bolsista de Desenvolvimento Regional pelo CNPq. Em seguida, fez o doutorado em Produção Vegetal, área de Solos/Microbiologia do Solo, pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (1998). Nesta época, teve dois filhos e precisou conciliar ainda mais a função de mãe com a de pesquisadora. “Foi bem difícil, ainda não existia a licença maternidade para bolsistas Capes”, diz Ana, que avalia: “a partir do momento que uma mulher se torna mãe, tem os filhos como prioridade e precisa abrir mão de algumas coisas pela educação de seus filhos. Isso realmente nos coloca em certa desvantagem em relação aos homens”. Atualmente, Ana tem nacionalidade brasileira e é professora titular da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Foi membro da Câmara de Assessoramento em Ciências Agrárias e da Câmara de Bolsas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB). Foi Pró-Reitora de Pesquisa, Pós-Graduação, Criação e Inovação (2011-2015) e Superintendente de Assuntos Internacionais (2015-2018) na UFRB. E é a atual Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Microbiologia Agrícola. Desenvolve pesquisas na área do manejo agroecológico da cultura do sisal na região semiárida da Bahia, expandindo recentemente para outras culturas regionais. Seu foco é o controle biológico das plantas e o desenvolvimento de subprodutos a partir de resíduos pós-cultivo. Tem parcerias com docentes da UFRB, UFMG, UEFS e UNICAMP e pesquisadores da Embrapa, IAC e CEPEM-LNBIO. É autora de dois depósitos de patentes junto ao INPI, um deles por “processo de obtenção de extrato e produção de biofungicida a partir de folhas de juá” (2014) e outro por “método de produção de pigmento fungico amarelo” (2016). Tem três livros publicados e 75 artigos em periódicos. Orientou mais de 85 trabalhos acadêmicos e 50 de iniciação científica. Ela acredita que a participação das mulheres na ciência tem aumentado e se tornado mais marcante. “Já conquistamos vários espaços, percebemos isso em sala de aula. Temos várias mulheres hoje em cursos que antes eram considerados para homens”, comemora a pesquisadora, sugerindo que ainda existem mais espaços a ocupar.

Currículo Lattes.

Ângela Figueiredo - Ciências Sociais

A professora Ângela Lucia Silva Figueiredo é natural de Lauro de Freitas, na Bahia, mas estudou boa parte de sua vida em Salvador. É uma das filhas mais novas de uma família numerosa, na qual a educação e o gosto pelas ciências exatas sempre foi estimulado. Cursou o ensino técnico no antigo Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET), hoje Instituto Federal da Bahia (IFBA). No entanto, optou pelas ciências humanas em sua carreira acadêmica. Além de suas habilidades comunicativas, ela conta que foi ao assistir as aulas do professor e sociólogo Hélio Rocha num cursinho preparatório para o vestibular que se identificou com as Ciências Sociais. “Fiquei encantada com o fato de ser uma área das ciências em que você pode falar de várias coisas do cotidiano, em que você pode aprender sobre o cotidiano e em que você pode teorizar sobre o cotidiano”, diz. Ângela ingressou na Universidade Federal da Bahia (UFBA) em 1988, onde se graduou em Antropologia (1994) e concluiu o mestrado em Ciências Sociais (1998). Realizou o doutorado em Sociologia pela Sociedade Brasileira de Instrução (SBI) no Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ), no período de 1998 a 2003, e pós-doutorados no Carter Woodson Institute, na Universidade da Virgínia, em 2006, e na Universidade de Berkeley, Califórnia, em 2016. Esta relação acadêmica e política com intelectuais afro-americanos e de outras minorias nos Estados Unidos tem rendido boas oportunidades de diálogos e isto tem se refletido tanto no seu trabalho com a classe média negra quanto nos estudos desenvolvidos sobre gênero, raça e classe e sobre o feminismo negro. Ângela é coordenadora do Coletivo Angela Davis, um grupo de pesquisa ativista nas áreas de gênero, raça e subalternidade e coordenadora da primeira Escola Internacional Black Feminism Thought, criada em 2017. Atualmente, é professora associada no centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL) da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e a primeira pesquisadora da instituição a conquistar uma bolsa de Produtividade em Pesquisa (PQ2) pelo CNPq na área de Ciências Sociais. Atua no Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da UFRB e em dois programas na UFBA: a Pós-Graduação em Estudos étnicos e Africanos (POSAFRO) e a Pós-graduação em Estudos Interdisciplinares de gênero (PPGNEIM). Como pesquisadora, tem atuado nas áreas de desigualdades raciais e de gênero, cultura negra, classe média negra, beleza negra, identidade negra, feminismo negro e emprego doméstico. Inspirada pela perspectiva do feminismo negro, adota diferentes formas de apresentação dos resultados de suas pesquisas e por isso já realizou dois filmes-documentários: Deusa do ébano (2004) e Diálogos com o sagrado (2013). O primeiro aborda a noite da beleza negra do bloco afro Ilê Ayê, enquanto o segundo trata da experiência de mulheres rezadeiras no Recôncavo da Bahia. Foi curadora da exposição Global African Hair, que ocorreu no Centro Cultural da Caixa Econômica Federal, em Salvador (2012). Realizou o curso de extensão sobre empreendedorismo negro em parceria com o Colégio Estadual de Cachoeira (2012, 2013 e 2014). Publicou três livros: “Novas elites de cor: um estudo sobre os profissionais negros em Salvador” (2002), “Classe média negra: Trajetórias e perfis” (2012) e “Beleza Negra” (2016). Realiza oficinas e workshops sobre feminismo negro e escrita para as mulheres negras. Nos últimos anos, publicou artigos nas áreas de gênero, raça e feminismo negro. Envolvida nessas temáticas, Ângela avalia claramente o impacto de sua dupla jornada como pesquisadora e mãe de dois filhos. Para ela, a presença das mulheres nas ciências cresceu, embora nos locais de destaque os homens continuem sendo maioria, uma vez que conseguem um maior número de publicações. “A desigualdade da socialização de gênero e raça de algum modo se repercute dentro da Universidade, que reproduz muito da lógica da sociedade mais abrangente. É um boicote silencioso, as pessoas não ouvem, não nos percebem”, pontua, reafirmando-se como mulher negra e feminista.

Currículo Lattes.

Franceli da Silva - Biodiversidade e Recursos Naturais

A professora Franceli da Silva nasceu na cidade de São Paulo, em 16 de março de 1973. Sua trajetória na ciência se inicia ainda no colégio, ao ser desafiada pela professora de biologia a montar a Sala do Mel, na Semana de Ciências, no Instituto Tecnológico de Osasco (ITO). Foi sua primeira experiência com a atividade de pesquisa. Em seguida, na graduação em Engenharia Agronômica na Universidade Federal de Viçosa (UFV), conheceu já na semana dos calouros o Grupo Entre Folhas – Plantas Medicinais. Quando percebeu, estava totalmente inserida no grupo, participando das atividades e reuniões. Obteve sua primeira bolsa CNPq de Iniciação Científica, que dividia com uma amiga, sob orientação do Prof. Dr. Vicente Wagner Dias Casali. E daí começou sua pesquisa com plantas medicinais. Primeiro o cultivo e secagem e depois pós-colheita. A IC rendeu sua primeira publicação no primeiro número da Revista Brasileira de Plantas Medicinais, sua primeira grande conquista na área. Seguiu para o mestrado na mesma instituição, a UFV, sob orientação do Prof. Dr. Ricardo Henrique Silva Santos, que acabava de voltar dos Estados Unidos com informações novas a respeito da pesquisa. Finalizado o mestrado, passou no doutorado na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), na área de Engenharia Agrícola, e foi trabalhar com secagem e armazenamento de plantas medicinais. O Prof. Dr. Kil Jin Park foi o seu orientador e, assim como os demais orientadores, foi uma fonte de inspiração e aprendizado. Trabalhou neste período no Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA), onde teve a oportunidade de atuar com pesquisadores que são referências na área de Plantas Medicinais, tais como Pedro Mellilo Magalhães, Ílio Mantanari Jr e Glyn Mara Figueira. Finalizada sua formação, passou pela empresa Natura, onde prestou consultoria no desenvolvimento de cadeias produtivas de bioativos. Em seguida, passou no concurso na UFRB, e já está na instituição há 12 anos. Ao longo deste período, constituiu o Grupo de Pesquisa em Plantas Medicinais, Condimentares e Aromáticas (GEPLAM), no qual orienta alunos de IC, mestrado e doutorado. Durante sua carreira, conseguiu aprovar projetos no CNPq de grande relevância, tais como o Projeto Ervas / Extensão Tecnológica. Hoje, tem estabelecida uma parceria forte com outros professores na UFRB e parcerias em Portugal, Espanha e Inglaterra. “A pesquisa requer foco e muita persistência, pois os obstáculos precisam ser vencidos para que se consiga realizar um trabalho de qualidade, por isso, as parcerias nacionais e internacionais são de suma importância”, destaca. Atualmente, sua pesquisa se concentra no semiárido baiano. Ela explica que essa região é promissora com relação às espécies medicinais e já tem algumas selecionadas que demonstram potenciais bioativos no controle de fungos fitopatogênicos e nematóides. Também há pesquisas promissoras com uso de bioativos em embalagens inteligentes e ainda aromas que podem inserir serviços ecossistêmicos em agroecossitemas produtivos. “Temos muito a pesquisar ainda, mas estamos no caminho. Cada defesa, cada aluno que passa por aqui e continua sua trajetória acadêmica, empreendedora, enche-me de felicidade e orgulho e me faz relembrar o quanto a vivência no ensino, pesquisa e extensão ao longo da minha trajetória foram importantes para chegar até aqui”, diz Franceli.

Currículo Lattes.

Simone Alves - Melhoramento Genético

Simone Alves Silva nasceu em Salvador, Bahia, em 22 de setembro de 1972. Conviveu sua infância e adolescência nos municípios de Brumado e Caculé, na região sudoeste da Bahia, e no município de Novo Acre (Jiquy), na Chapada Diamantina. Começou sua carreira científica na Escola de Agronomia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), na cidade de Cruz das Almas, no ano de 1992. No segundo ano do curso, ingressou na Iniciação Científica como bolsista do CNPq, orientada pela professora Ana Cristina Vello Loyola Dantas. Desde então, a ciência tornou-se o elo de sua satisfação profissional e pessoal e a área de Genética e Melhoramento de plantas iria percorrer toda sua trajetória em pesquisa. As inquietações e o gosto pela área fizeram com que a pesquisadora optasse por se especializar, buscando sua pós-graduação fora do seu Estado. Ingressou na Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e lá permaneceu pelo período de 1997 a 2002, onde cursou o mestrado e o doutorado. Durante este tempo atuou como Bolsista CAPES, estabelecendo o marco de sua vida científica. Cursou o Programa de Mestrado em Fitomelhoramento e o doutorado vinculado ao Programa de Ciência e Tecnologia de Sementes, ambos na área de Genética e Melhoramento de plantas. Em seguida, fez o Pós-Doutoramento em Biotecnologia (Marcadores Moleculares) no Laboratório Avançado de Genômica e Melhoramento do Programa de Fitomelhoramento da UFPel, como bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS). Teve como orientadores, neste período, os professores Fernando Irajá Félix de Carvalho (in memoriam), Antônio Costa de Oliveira e Jorge Luiz Nedel (in memoriam) e o pesquisador Vanderlei da Rosa Caetano. Seu retorno à Bahia se deu com a sua inserção na Escola de Agronomia da UFBA, no final de 2002, quando assumiu o Programa ProDoc/CAPES, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Agrárias. Em 2004, por meio de concurso público, começou a trabalhar como professora da Escola de Agronomia da UFBA, sendo em 2006 incorporada à Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Atualmente, é Professora Associada da UFRB e, desde então, se mantém por 15 anos na linha de pesquisa em Genética e Melhoramento de fruteiras e oleaginosas. Foi responsável pela criação do Núcleo de Melhoramento Genético e Biotecnologia (NBIO) da UFRB, culminando no primeiro laboratório da Instituição credenciado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Foi coordenadora de Iniciação Científica e Tecnológica na Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da UFRB, no período de 2006 a 2011, e atualmente contribui com o Núcleo Docente Estruturante (NDE) do curso de Agronomia (2018 - atual). Ao longo de sua carreira, orientou 58 alunos de iniciação científica, 18 bolsistas DTI e ITI, 15 alunos de TCC, 25 em nível de mestrado, 13 de doutorado e 13 pós-doutores. Tem três livros publicados, além de 67 artigos em revistas nacionais e internacionais e mais de 200 trabalhos em anais de eventos nacionais e internacionais. No período de 2012 a 2016 atuou como pesquisadora do CNPq, bolsista de produtividade em pesquisa. No decorrer deste período, viveu sua segunda gestação e contou com o apoio da bolsa parturiente, alongando o período da bolsa PQ por mais um ano para favorecer seu retorno à pesquisa. “Enfrentaria uma maratona de ações com duas crianças, acrescido do ritmo acelerado das pesquisas, que me fez repensar no papel da ‘mulher na ciência’ e o quão desafiador é para atender as demandas e manter todos os segmentos da satisfação profissional, pessoal e social”, diz. Hoje, Simone avalia como uma decisão acertada, pois atualmente seus filhos têm seis e nove anos, com sua estrutura familiar e profissional mantida, pronta para novos desafios na ciência. 

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