O reitor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Silvio Soglia, e a vice-reitora Georgina Gonçalves participaram nesta segunda-feira, 13, do encontro com parlamentares da bancada baiana para discutir a decisão do Ministério da Educação (MEC) de contingenciar 30% da verba destinada às Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes). O encontro, promovido pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), aconteceu na antessala do Gabinete do Reitor e reuniu representantes das universidades e institutos federais de todo o Estado.
Na ocasião, o coordenador da bancada baiana no Congresso Nacional, o deputado federal Daniel Almeida, entregou uma carta assinada pelos três senadores e 38 dos 39 deputados da Bahia, na qual “manifestam total apoio à luta em defesa das universidades públicas e institutos de educação no Brasil e, em especial, as instituições baianas”. Além do coordenador, também estiveram presentes no encontro o senador Otto Alencar e os deputados federais Afonso Florence, Alice Portugal, Daniel Almeida, Jorge Solla, Joseildo Ramos, Lídice da Mata, Nelson Pellegrino e Valmir Assunção, que sinalizaram preocupação diante do cenário político atual.
O reitor da UFRB, Silvio Soglia, falou em nome dos dirigentes das universidades federais do interior da Bahia e destacou o movimento de solidariedade dos diversos setores da sociedade em relação ao bloqueio orçamentário anunciado pelo MEC. “Boa parte dos movimentos sociais e da mídia nacional e local vem se posicionando no sentido de questionar os dados apresentados pelo Governo e nós temos que aproveitar momentos como esse para informar, de fato, quais serão os impactos para as nossas instituições”, disse.
Segundo Soglia, as universidades vêm sofrendo restrições orçamentárias desde 2015, o que tem levado a uma série de ajustes no pagamento de custeio e manutenção de suas estruturas físicas. “Não há mais espaço para reduções. O bloqueio atual inviabiliza as universidades do ponto de vista do seu funcionamento já a partir de agosto deste ano”, afirmou o reitor, de acordo com a previsão apresentada pela UFRB em reunião de seu Conselho Universitário, no último dia 09. “O impacto regional para uma universidade criada no âmbito da expansão do ensino superior será ainda maior. Isso significa, por exemplo, que recursos deixarão de circular nestas cidades”, prevê.
Ao final, as autoridades presentes seguiram para a Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), onde participaram da sessão especial “Ato em Defesa das Universidades e Institutos Federais da Educação e da Democracia”, no auditório Jornalista Jorge Calmon. A sessão foi presidida pela deputada Olívia Santana, proponente do encontro, que defendeu que a redução no investimento é uma estratégia para enfraquecer os espaços de reflexão e produção de conhecimento. “Contingenciamentos outros governos já fizeram, mas o que está acontecendo agora não tem precedente. Os cortes vieram acompanhados de uma narrativa para a desconstrução das universidades federais”, disse.
Além dos reitores das Ifes, o ato reuniu representantes da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Universidades Públicas Federais no Estado da Bahia (Assufba), do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe-IFBA), da União Nacional dos Estudantes (UNE), da União dos Estudantes da Bahia (UEB) e da Associação dos Ex-Alunos da UFBA (Aexa).
A comitiva da UFRB foi composta pela assessora do reitor, Valdíria Rocha; pelo assessor da vice-reitora, Neilton Paixão; pelo Pró-Reitor de Gestão de Pessoal, Wagner Tavares; pela vice-diretora do Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas (CECULT), Laura Bezerra; pelo vice-diretor do Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL), Gabriel Ávila; pela representante local da Assufba, Aída Maia; por docentes, servidores técnico-administrativos e estudantes.
Com informações da UFBA e da ALBA.
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