Com a presença de pesquisadores, estudantes e ativistas pró-igualdade racial e inclusão social, teve início na última quarta-feira, 20, o XIII Fórum Pró-Igualdade Racial e Inclusão Social do Recôncavo, no Teatro Dona Canô, em Santo Amaro. O evento celebra a importância histórica, política e pedagógica do Dia Nacional da Consciência Negra. Formada por 83,4% de estudantes autodeclarados negros, a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) transformou a data em um dos principais marcos do seu calendário.
O ato de abertura foi realizado pela professora Rita Dias, idealizadora do Fórum, que na ocasião deu as boas vindas ao participantes e em seguida foi composta a mesa que contou com as presença do reitor Fábio Josué; do pró-reitor de Políticas Afirmativas e Assuntos Estudantis, Carlos Alberto Santos de Paula; do diretor do Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas, Danillo Barata; e do representante estudantil, Fernando Porfírio.
O diretor anfitrião abordou o panorama nacional de políticas públicas e criticou a redução dos repasses para assistência estudantil e políticas afirmativas. "Nos orgulhamos de ser a Universidade mais negra em um território historicamente esquecido e de população extremamente vulnerável. A Universidade se faz dessas pessoas e para essas pessoas. Sem elas não há sentido da nossa existência", disse.
Já o reitor Fábio Josué destacou o papel da universidade no combate ás desigualdades e comprometida com a população local. "O Fórum reafirma o nosso projeto de universidade inclusiva. Temos orgulho de ser uma universidade popular caracterizada pela marca da inclusão na constituição da nossa identidade. Estamos empenhados e dispostos para preservar essa marca que foi uma construção histórica", afirmou.
Em seguida foi realizada uma conferência ministrada pela professora Nicea Quintino Amauro, presidente da Associação Brasileira de Pesquisadores Negras (ABPN). De acordo com Niceia, o Fórum é espaço de reflexão para apontar políticas afirmativas. "Em 2022 teremos uma análise da Lei de Cotas, até lá é importante que nossos pesquisadores negros ou não negros que trabalham nessa pauta de combate ao racismo produzam dados, façam pesquisa para susbtanciar a manutenção desse instrumento de inclusão social e de reparação dessa dívida histórica", disse a professora que apresentou um extenso panorama dos indicadores de acesso da população negra ao ensino superior.
As atividades do Fórum seguem até o próximo dia 27 de novembro, com programação em todos os campi. No dia 21 as atividades acontecem no Centro de Ciências da Saúde (CCS), em Santo Antônio de Jesus; no dia 22 no Centro de Formação de Professores (CFP), em Amargosa; no dia 25 no Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas (CETEC) e no Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas (CCAAB), em Cruz das Almas, e no dia 26 no Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL), em Cachoeira. A programação de cada campi de ensino está disponível no site oficial do evento.
O encerramento será no dia 27, a partir das 8h, no Centro de Ciência e Tecnologia em Energia e Sustentabilidade (CETENS), em Feira de Santana. O tema central do evento é “(Re)cortes do Sertão Preto: Diferentes Formas de Resistir”, que também será tema da primeira mesa redonda do dia. A programação contará ainda com a mesa redonda “Diferentes Espaços de Resistência: Futuros Possíveis para o Povo Negro” e apresentações culturais do estudantes da Educação do Campo, Roda de Capoeira e Banda PsiCORDÉLicos.
Sobre o Fórum - O evento acadêmico tem como objetivo fomentar discussões e reflexões relacionadas às políticas e práticas afirmativas e reunir pesquisadores e ativistas comprometidos com as transformações sociais e com a contribuição do fazer científico para a sociedade.
Mais informações no site do evento: ufrb.edu.br/forum2019.
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