Nesta quinta-feira, dia 10, o reitor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), professor Fábio Josué, recebeu representantes da União dos Estudantes da Bahia (UEB). A reunião aconteceu de forma retoma e fez parte da agenda de mobilizações do Dia Nacional em Defesa da Autonomia Universitária, apoiado por diversas entidades, como o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES) e o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (SINASEFE), além de estudantes de todo o país.
A presidente da UEB, Layane Cotrim, entregou simbolicamente ao reitor um ofício da entidade sobre a adoção de atividades não presenciais no ensino superior público da Bahia. Intitulado “A universidade precisa continuar sendo pública, inclusiva e de qualidade”, o documento está dividido em seis tópicos: 1- A preservação da vida em primeiro lugar; 2- Acesso universal à Internet de qualidade é apenas o ponto de partida; 3- A democratização do acesso à internet e aos meios digitais deve ser uma realidade para além da crise sanitária; 4- As medidas e políticas referentes à graduação, pesquisa, extensão e permanência adotadas pelo ensino superior público durante a Pandemia; 5- Considerações a respeito da realidade pós-pandêmica letiva e acadêmica no ensino superior público da Bahia; 6 - Unidade em favor da Ciência, da Educação e da Permanência.
“Achamos importante contribuir nesse momento que é novo, que é atípico, e reafirmar nossa defesa da universidade pública e de qualidade, mas também autônoma, seja na sua gestão financeira, didático-científica ou administrativa”, disse Layane. Representante regional da UEB na UFRB, o estudante Lucinaldo Ribeiro destacou que a atual gestão da entidade está empenhada nas pautas dos estudantes e na construção de um diálogo propositivo com as instituições, “compreendendo as dificuldades da atual conjuntura, que coloca desafios para todos”.
O vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) na Bahia, Victor Santos, também destacou o apoio da entidade às pautas e agradeceu o acolhimento da UFRB aos estudantes. “A UNE, como todas as entidades estudantis, vem travando essa luta diariamente e está à disposição para o diálogo e a construção conjunta dos processos de luta”, disse. “Esse documento expressa exatamente o que os estudantes baianos pensam sobre o ensino remoto, mas também pode vir a ser complementado com novas contribuições a partir das experiências que teremos daqui pra frente”, ressaltou Santos.
Posicionamento da UFRB
Receptivo às falas, o reitor da UFRB Fábio Josué afirmou que, desde a suspensão das atividades presenciais no dia 17 de março em função da pandemia, todas as medidas que a Universidade adotou foram resultado de muito debate. “Era algo muito novo, complexo, e precisamos chamar um debate interno junto a nossa comunidade acadêmica para a construção das alternativas. Constituímos o Comitê de Acompanhamento e Enfrentamento à Covid-19; realizamos o levantamento da situação de acesso à internet e a meios digitais entre estudantes, professores e técnicos; e só então desenvolvemos nosso calendário de aulas remotas”, explicou.
Apesar das resistências iniciais, o reitor pontuou que o ensino remoto é uma situação emergencial, que se apresenta como uma possibilidade, neste momento de pandemia, de manter o vínculo do estudante com a Universidade. “Tivemos o cuidado de oferecer um semestre suplementar não obrigatório, mantendo todos os auxílios de permanência qualificada e lançando novos editais de apoio aos estudantes voltados à inclusão digital”, disse Fábio Josué.
Ao final, o reitor parabenizou a UEB pela construção do documento e se colocou à disposição dos estudantes para o diálogo sobre as pautas apresentadas. Ele informou que o planejamento da UFRB para 2021 é oferecer o primeiro semestre também na modalidade de ensino remoto, com início em fevereiro, e os demais só serão definidos após uma nova avaliação do cenário epidemiológico.