Egressa do curso de jornalismo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Luana Souza, recebeu o prêmio Mulher Imprensa na categoria “revelação”. A premiação visa reconhecer o trabalho jornalístico das mulheres dentro e fora das redações brasileiras.
Luana afirma que “esse troféu é fruto, não apenas do meu trabalho, mas também, de tudo aquilo que me constitui como profissional e pessoa” e reforça a importância da comunidade negra ocupar esses espaços que por muito tempo foram negados, consciente de que hoje ela é uma referência para outras meninas e mulheres.
Em sua trajetória no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo, Luana reafirmou o seu espaço e lutou pela descolonização do conhecimento, tentando sempre mudar as perspectivas da produção do conhecimento, e teve bons frutos, como o "Rádio - Quilombo: uma experiência na Bahia do Iguape", que foi produzido com colegas da graduação e juntos conquistaram o primeiro lugar da EXPOCOM (Exposição de Pesquisa Experimental em Comunicação), promovida pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (INTERCOM).
Durante a sua graduação, Luana participou de programas de pesquisa e extensão, como o "Saberes Cruzados", que em parceria com a TV Kirimurê, deu início a sua jornada como repórter e apresentadora de TV.
Lei de Cotas
Em meio às comemorações aos 10 anos da Lei de Cotas, Luana Souza reconhece a importância dela na sua trajetória, e também o papel significativo daqueles que chegaram antes, “os ancestrais iniciaram essa caminhada e eu estou aqui, do meu jeito, dando continuidade. Estou falando, também, das políticas públicas conquistadas por essa mesma comunidade e que me formou jornalista, mestra e agora doutoranda”.
A Lei de Cotas (nº 12.711/2012) prevê que 50% das vagas em universidades e institutos federais sejam direcionadas para pessoas que estudaram em escolas públicas. Desse total, metade é destinada à população com renda familiar de até 1,5 salário mínimo per capita. A distribuição das vagas da cota racial e deficiência é feita de acordo com a proporção de indígenas, negros, pardos e pessoas com deficiência da unidade da Federação onde está situada a universidade ou instituto federal, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Troféu Mulher IMPRENSA - 16ª edição
O Troféu Mulher IMPRENSA tem como objetivo reconhecer o trabalho jornalístico das mulheres dentro e fora das redações brasileiras por meio de votação popular. Essa edição visa prestigiar as jornalistas que se destacaram em suas áreas de atuação no biênio 2021/2022, além de fomentar a pauta dos direitos humanos por meio do tema “Pertencimento e Inovação”.
A apresentadora do programa Mosaico Baiano, da Rede Bahia, concorreu junto com as profissionais Alice Pataxó (comunicadora indígena), Jeniffer Mendonça (Ponte Jornalismo), Larissa Carvalho (Negrê) e Paula Guimarães (Portal Catarinas).
Sobre Luana Souza
Luana Souza é de Cachoeira, no Recôncavo Baiano. Jornalista e comunicóloga de formação e atuação. Mestra em Cultura e Sociedade, tem experiência com rádio, TV, assessoria de comunicação e imprensa. É pesquisadora afrodiaspórica, com olhar sensível para as relações étnico-raciais, com enfoque nas cosmovisões afrodiaspóricas e nos estudos da comunicação contracolonial.
É co-fundadora da Controversas, um coletivo de mulheres pesquisadoras das culturas, repórter e apresentadora do programa Conexão Bahia, Conversa Preta, apresentadora do especial São João da Rede Bahia 2020 e do projeto Uma Rede Por Todos.
Com informações da Agência Senado.