Professores, pesquisadores, técnicos, terceirizados e estudantes da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) integraram a extensa programação da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica 2022), realizada no período de 3 a 6 de novembro passado, no Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL) e na Fundação Hansen Bahia, entre outros espaços públicos, em Cachoeira.
Nesta 10ª edição, pela primeira vez, a UFRB em articulação com a Cachoeira Literária (Cali) e a Fundação Hansen Bahia, participou da elaboração e execução da programação da Flica 2022 e sediou a Fliquinha e os Espaços Universitário e Educar para Transformar.
O tema da Flica "Liberdade, Literatura e Brasis" abordou as diversidades literária, cultural e artística dos baianos, em especial as de raízes no recôncavo da Bahia. O evento também exaltou o protagonismo da participação popular em diferentes momentos históricos, como a independência do País, como nação, há quase 200 anos.
Na UFRB e nos espaços em redor foram realizadas atividades como oficinas, rodas de conversa, mesas, palestras, lançamento de livros e e-books; e exposição de livros lançados pela EDUFRB (Editora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia). O auditório do CAHL sediou atividades dirigidas ao público infanto-juvenil, a Fiquinha.
Alunos e professores de escolas públicas e privadas de ensinos fundamental e médio de Cachoeira, Muritiba, São Félix, São Gonçalo dos Campos, Santo Amaro, Conceição da Feira, Governador Mangabeira, Saubara, Maragogipe, entre outras, aproveitaram a realizaram da Flica para a visitação dos espaços estruturais do CAHL e conhecerem o progresso dos cursos de graduação e de pós-graduação da instituição. Entre 60 mil e 80 mil pessoas participaram das atividades da Flica, nos cálculos dos organizadores.
Para a diretora do CAHL, professora Dyane Brito, “foi um momento festivo, de reencontros e sobretudo de trocas e muitos aprendizados”. Dyane disse que as presenças de professores de outras universidades como Unicamp, Unilab, Uneb e Ufba, além do Ministério Público Federal, este último em uma mesa de debates sobre Cotas no serviço público, contribuíram para o êxito da programação temática do evento.
Dyane destacou também “o grande fluxo de crianças, em função da Fliquinha, mas de estudantes do ensino médio de diversas escolas públicas e privadas da região, que puderam participar das atividades, conhecer o espaço da Universidade e saber mais sobre os cursos de graduação e pós-graduação da UFRB. Ações como essas são fundamentais para que esses jovens possam almejar o ingresso no ensino superior. Ter a Universidade como um sonho real e possível”.
Para ela, são muitos os ganhos com essa parceria e atuação na Flica, “mas vale observar principalmente a ideia de Universidade que expande, que sai das salas de aula ou que traz outras formas de saber/fazer para o seu interior”. “Nesse movimento todo mundo aprende, partilha e constrói. A Semana da Flica nos permitiu Esperançar no sentido 'paulofreiriano': levantar, ir atrás, construir!”, explicou Dyane.
Segundo a superintendente da EDUFRB, professora Rosineide Pereira Mubarak Garcia, a Editora da UFRB teve a honra literária de participar pela primeira vez da Flica 2022, com exposições de livros impressos e livros eletrônicos, possibilitando encontros de autores e autoras com os seus múltiplos leitores. “O acervo representa a produção científica dos cursos de graduação e pós-graduação, inovações pedagógicas e tecnológicas, ações extensionistas, ações afirmativas e outras experiências e trajetórias formativas”, disse Rosineide Mubarak.
Responsável pela mobilização da comunidade acadêmica para a Flica 2022, a professora Luciana Brito, gestora de pesquisa do CAHL, considera pelo menos dois ganhos imediatos para a UFRB com a parceria do evento. "O primeiro deles é inserir a UFRB num evento importante para a cidade de Cachoeira porque fortalece o papel da cultura, das artes e da literatura para a cidade com reflexos para o Brasil". "A participação da UFRB na Flica é uma contribuição importante para a universidade e da universidade para a cidade".
O segundo ganho destacado pela professora Luciana Brito é divulgar conhecimento e ciência produzidos pela UFRB para a sociedade; e divulgar a UFRB como uma universidade pública que é patrimônio do povo brasileiro; e do povo do recôncavo". Luciana Brito enalteceu o trabalho dos professores e das professoras das escolas do recôncavo durante o período da Flica para a visitação de seus alunos nos espaços do CAHL, "uma vez que a universidade facilita ainda mais a abertura de suas portas com um evento dessa magnitude, a população e a comunidade escolar ocupam a universidade. A nossa expectativa é que dentro de pouco tempo, essa juventude entrem na universidade e ocupem esses espaços".
A professora Silvia de Oliveira Pereira, gestora de Extensão do CAHL (Centro de Artes, Humanidades e Letras), destacou “a visibilidade da nossa produção acadêmica através das obras de docentes, discentes e servidores técnicos, a parceria colaborativa nas mesas temáticas, a imersão do público na Flica que ocorre numa cidade universitária e a possibilidade de participar organicamente daqui para frente dos próximos eventos”, como saldo do evento.
Silvia Pereira considera “que um passo importante foi dado no sentido de uma articulação mais forte e mais visível da UFRB com o evento, mas principalmente com a comunidade local e externa”. “Senti um fortalecimento da identidade da UFRB como parte indissociável do território”. Silvia observa que é a primeira vez que a UFRB participa ativamente da Flica, na programação oficial e cedendo e ocupando o espaço físico. “Nas edições anteriores, ficava um vazio e uma pergunta no ar: mas e a universidade? E a UFRB?”.
Para ela, a presença de estudantes adolescentes do ensino médio e fundamental nas dependências do CAHL foi algo lindo de se ver. Isso projeta a UFRB como um futuro possível mediado pela concretude do espaço. “A alegria adolescente explorava o espaço; foi lindo”, descreveu.
O reitor da UFRB, professor Fábio Josué, destacou a participação da UFRB, pela primeira vez, de forma oficial, na programação e na logística da Flica, com a contribuição na construção de toda a programação, cedendo espaços físicos e trazendo a EDUFRB para divulgação a produção acadêmica da instituição. “O saldo é bastante positivo, pois fortalecemos a Flica - que é um evento consolidado na Bahia e no recôncavo - e a presença da UFRB serve para socializar os resultados da nossa universidade, com as produções acadêmica, cultural e artística; e a divulgação das ações da UFRB para o público externo, para os jovens que frequentaram a Flica, além de prestar contas à sociedade regional”.
Segundo Fábio Josué, a perpectiva é que nas próximas edições, a UFRB possa estar mais presente fortalecendo a Flica e, por consequência, a UFRB.
Confira fotos da Flica 2022: