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EDUCAÇÃO MUSEAL

Profissionais e gestores de 23 Estados participam do Encontro Nacional de Educação Museal

13/07/23 10:57 , 13/07/23 14:04 | 545
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A Política Nacional de Educação Museal, os desafios e as estratégias para a sua implementação nos âmbitos federal, estadual e municipal foram temas debatidos no I Encontro Nacional de Educação Museal (EMUSE), com a presença de 350 participantes, oriundos de 23 estados e de todas as regiões brasileiras, nos dias 6, 7 e 8 de julho, com programação concentrada no Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL), da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Outras atividades artísticas da programação aconteceram na Estação Ferroviária e nas ruas históricas de Cachoeira. Mais de 45 artistas se apresentam na programação cultural envolvendo poetas, performers, forrozeiros, músicos, sambadeiras e sambadeiros.

Foram mais de 50 pessoas dialogando em mesas de debates temáticas com tradução em Libras. O evento teve 34 horas de programação, com destaque para a divulgação das recentes pesquisas realizadas sobre a educação museal em todo o País. No EMUSE foram apresentados 44 trabalhos previamente selecionados, entre teses, dissertações, artigos e relatos de experiência. Das pesquisas recentes realizadas e apresentadas estavam, divididas, em temas como “Perspectivas teóricas, epistemológicas e metodológicas do campo da educação museal”, “Educação museal, ciências e tecnologias”, “Parcerias e relações comunitárias”, “Patrimônios, territórios e comunidades”, “Experiências acessíveis” e “Gestão das práticas educativas”.

O EMUSE foi uma realização do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), em cooperação com o Observatório da Economia Criativa da Bahia (OBEC), por meio de convênio com a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e se configura como Conferência Temática prévia à 4ª Conferência Nacional de Cultura (CNC). A CNC será realizada em dezembro, em Brasília, com o tema central "Democracia e Direito à Cultura". Deste modo, as pessoas presentes puderam votar as três propostas prioritárias que serão encaminhadas ao eixo “Identidade, Patrimônio e Memória” da etapa nacional.

A união do Ibram com o OBEC na realização do Encontro Nacional de Educação Museal se desdobrou de outro projeto conjunto desenvolvido em 2022, a Pesquisa Nacional de Práticas Educativas dos Museus Brasileiros (PEMBrasil). A pesquisa produziu informações para subsidiar a efetivação e a avaliação da PNEM e serviu de base para as discussões entre os participantes, bem como as discussões de temas como o papel da educação museal na promoção da cidadania e diálogos com grupos sociais minoritários e que representam a diversidade social e cultural brasileira, além da museologia social.

Estiveram presentes nas atividades da programação, o reitor da UFRB, Fábio Josué; a reitora eleita da UFRB, Georgina Gonçalves; a diretora do CAHL, Dyane Reis; as coordenadoras gerais do evento, Marielle Costa, do Ibram, e Daniele Canedo, do OBEC e do Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas (CECULT/UFRB); a presidenta do IBRAM, Fernanda Castro; a secretária dos Comitês de Cultura do Ministério da Cultura (MinC) Roberta Martins; o secretário de Formação, Livro e Leitura do MinC, Fabiano Piúba; o chefe do Escritório Técnico do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Cachoeira, João Gustavo Andrade; a diretora geral do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), Luciana Mandelli; e a prefeita de Cachoeira, Eliana Gonzaga, entre outras autoridades.

A reitora eleita, Georgina Gonçalves fez a mediação da sessão especial “Reflexões sobre o Bicentenário da Independência do Brasil na Bahia: visibilizar outras narrativas sobre a história e a identidade brasileira”, com as presenças de Any Manuela Freitas, sambadeira e especialista em Políticas e Gestão Cultural; Daiara Tukano, artista, ativista, educadora, comunicadora e pesquisadora do direito à memória e à verdade dos povos indígenas; Dona Dalva Damiana, sambadeira, doutora honoris causa pela UFRB, que, aos 95 anos, é símbolo da cultura de Cachoeira; Renata Bittencourt, gestora cultural, historiadora da arte que investiga a representação do negro e responsável pela área de Educação do Instituto Moreira Salles (IMS); e Wlamyra Albuquerque, professora do departamento e do Programa de Pós-Graduação em História da UFBA, que investiga a construção de fronteiras sociorraciais e delimitação de direitos na sociedade brasileira durante o processo abolicionista e no pós-abolição. Elas representaram os povos nativos da região e as mulheres que lutaram e lutam para a construção da liberdade e o fortalecimento da democracia.

A programação do EMUSE, inteiramente gratuita, promoveu minicurso, apresentações de trabalhos, mesas de debate, encontros de redes, grupos de trabalho e atividades culturais, concentrados no Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL/UFRB), se expandiu pelo prédio histórico da Estação Ferroviária de Cachoeira - que recebeu o Samba de Roda de Dona Dalva, mostrando aos presentes esta tradição tombada como Patrimônio Cultural e Imaterial do Brasil pelo Iphan e proclamada Obra-Prima e Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) - e encerrado com o Grupo de Arte Popular A Pombagem, em cortejo pelas ruas de Cachoeira e no espetáculo “O Museu É a Rua”, a céu aberto.

Homenagem, plenária e convênio

Falas contundentes exaltaram a democracia, o direito à cultura e à educação, a importância da participação social na construção de políticas públicas e a trajetória e desafios da educação museal brasileira. Este foi também o momento de reverenciar a homenageada do I EMUSE: a professora doutora Maria Célia Teixeira Moura Santos, museóloga e educadora, referência da educação museal no Brasil.

Vários grupos de trabalho e encontros de redes proporcionaram a análise coletiva e a proposição de melhorias para as políticas públicas de educação museal, bem como os documentos e marcos legais que formalizam suas práticas, partilhados em plenária final, no último dia de EMUSE. A presidenta do IBRAM, Fernanda Castro, e o diretor do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), Márcio Rangel, assinaram juntos um protocolo de intenções para promover esforços necessários para o desenvolvimento, planejamento, realização e avaliação de projeto de educação museal sobre memória climática, a ser concebido em conjunto com entidades e coletivos culturais do Programa Pontos de Memória.

O MAST é uma unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, que tem como missão pesquisar a história do desenvolvimento científico e tecnológico brasileiro, realizar a alfabetização científica em espaços não formais de educação, além de preservar e socializar acervos científicos e tecnológicos.

 Com informações de Paula Berbert da central de serviços Marcatexto.

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