O curso de Tecnólogo de Políticas e Gestão Cultural, oferecido pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), foi avaliado e reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC), com nota máxima: 5 - numa escala de 3 a 5. A avaliação e reconhecimento feitos pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), vinculado ao MEC, medem a qualidade de ensino dos cursos de graduação oferecidos pelas Instituições de Ensino Superior no Brasil.
O curso superior de Tecnologia em Políticas e Gestão Cultural é ministrado no Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas (CECULT), em Santo Amaro. A comissão avaliativa realizou a visita in loco virtual recentemente e verificou três dimensões no processo de reconhecimento e avaliação: organização didático-pedagógica; corpo docente e tutorial e infraestrutura.
A coordenadora do curso, professora Laura Bezerra, disse que a avaliação e reconhecimento do MEC "refletem a excelência do ensino no nosso curso". "Isto seguramente está conectado com a excelência do nosso corpo docente, que, entre seus 20 professores, tem 19 com doutorado e que são 40h/Dedicação Exclusiva". Segundo Laura, cabe salientar que o curso foi concebido por um grupo de docentes-pesquisadores do CECULT que, em sua maioria, tinham vasta experiência prática na política e gestão da cultura, tanto na esfera pública, quanto privada. "Assim, nosso curso busca continuamente promover a conexão teórico-práticas".
Para Laura, trata-se de um curso inovador, que não existe desta forma em nenhum outro lugar e não consta (ainda) no catálogo de cursos do MEC. "O curso oferece uma formação interdisciplinar e diversificada e foi estruturado de maneira a possibilitar ao aluno um percurso formativo que traz como orientação central articular teoria e prática, aproximando o debate acadêmico da vida laboral dos discentes", explicou.
"O objetivo é criar condições teórico-metodológicas para que os discentes problematizem sua realidade e reelaboram suas práticas de intervenção profissional, social e política a partir das leituras teóricas, fazendo a releitura do teórico a partir da vida e da prática profissional e cotidiana", afirma a coordenadora do curso.
Os grupos de pesquisa vinculados ao curso, o Motriz - Laboratório de Política e Gestão Cultural; o LabGestão - pensar sentir fazer contra-hegemônico; o Observatório de Economia Criativa (OBEC-BA) e o Coletivo de Gestão Cultural, se constituem em espaços onde se exercita a estreita articulação entre ensino, pesquisa e extensão mediante a realização de ações e projetos na área de política e gestão cultural.
"Os estudantes têm aqui a oportunidade de vivenciar na prática os conteúdos trabalhados em aula, preparando-os também para o mundo do trabalho. Deste modo, os referidos espaços são locus por excelência para experimentação e para o pensar, resultando em práticas e ideias inovadoras; para a formação de redes; para a criação de um ambiente de referência que possa contribuir com os agentes culturais da região (artistas, gestores públicos e privados, produtores, etc.) e para apoiar o desenvolvimento de políticas e iniciativas de gestão no campo da cultura", explica Laura Bezerra. "Além disso, os discentes fazem, no final do curso, uma "Residência Cultural", uma espécie de estágio que tem por objetivo possibilitar uma imersão e uma vivência prática-reflexiva dos/das discentes em atividades ligadas ao campo profissional da política e da gestão cultural para estimular essas conexões nos Trabalhos Finais de Curso (TCC)".
Diante do conceito 5, na avaliação de reconhecimento do curso, a superintendente de Regulação e Avaliação Institucional (SURAI), Delma Ferreira de Oliveira, agradeceu "todo o apoio da Reitoria, da Pró-Reitoria de Graduação, da Direção do Centro e o empenho e protagonismo da coordenação e vice-coordenação do curso, bem como estender os agradecimentos aos docentes, discentes, técnicos administrativos e terceirizados que contribuíram diretamente e/ou indiretamente com esta avaliação do curso na condução dos trabalhos".
Política e Gestão Cultural
O curso de tecnólogo em Política e Gestão Cultural é uma experiência pioneira, inspirada nos estudos interdisciplinares nos campos da cultura, das linguagens artísticas, das tecnologias do espetáculo e da economia criativa. Formações, produtos e serviços oriundos dessa proposta impactarão a dinâmica social e econômica da região e do estado da Bahia. Notadamente, por constituir um novo campo de desenvolvimento associado às vocações locais, aos padrões de criatividade e inovação dos setores da região mais diretamente ligados à cultura.
Cabe salientar que o setor cultural tem participação crescente no PIB baiano e brasileiro, principalmente nas últimas duas décadas, e que continua em processo de expansão, graças ao reconhecimento, cada vez mais unânime, da sua importância estratégica no desenvolvimento econômico de países e regiões, através do campo que atualmente é denominado Economia Criativa e que abrange a produção cultural, empreendimentos criativos, patrimônio, linguagens artísticas e etc.
Segundo a vice-coordenadora do curso, professora Mariella Pitombo, como portador de uma formação interdisciplinar, o egresso deverá apresentar habilidades profissionais que lhe permitam formular, executar e avaliar políticas culturais, bem como se utilizar de estratégias e instrumentos de gestão cultural. "Para tanto, o curso oferecerá uma extensa e diversificada gama de conhecimentos teóricos, práticos e experimentais, alinhados com a conformação contemporânea da cultura e com as peculiaridades dos diferentes segmentos e setores criativos, o que lhe possibilitará um amplo leque de atuação profissional na área da política e gestão cultural, condizentes com as distintas e promissoras possibilidades de ofertas do campo na atualidade", explica Mariela Pitombo.
Segundo Mariella Pitombo, o egresso estará apto a elaborar, planejar e executar políticas, programas e projetos culturais desenvolvidos nas esferas pública e privada; analisar, avaliar e monitorar políticas culturais; gerir instituições e espaços culturais (museus, teatros, centros culturais e similares) nas esferas pública e privada; gerir instituições culturais da sociedade civil (ONG's, OSCIP's, OS's e associações comunitárias); empreender e gerir negócios culturais inovadores; assessorar artistas, grupos e coletivos artístico-culturais, enquanto agente organizador da atividade cultural; captar e gerir recursos financeiros vinculados a políticas, programas e projetos culturais nas esferas pública e privada; e desenvolver capacidades de gestão, planejamento, marketing e gestão financeira, aplicados ao setor cultural.
O recôncavo da Bahia é um celeiro de produção artístico-cultural do Estado, encontrando-se um rico e variado leque de manifestações e expressões da cultura popular como Bembé do Mercado, samba de roda, capoeira, maculelê e outras manifestações culturais relevante produção artística e cultural, notadamente, nas áreas de música e literatura, além de abrigar importantes instituições culturais, como o Teatro Dona Canô, o Museu Hansen da Bahia, Cine Theatro Cachoeirano, Museu do Cinema e Audiovisual Roque Araújo, Irmandade da Boa Morte, entre outros.
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