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EXTENSÃO

Programa de extensão da UFRB completa 16 anos unindo educação popular e tecelagem

26/07/24 14:47 , 30/07/24 16:18 | 972
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O programa de extensão Tecelendo, que une educação popular e tecelagem, completa 16 anos de atuação em Amargosa. Ao longo dos anos, a iniciativa cresceu e se consolidou agregando ações de pesquisa e ensino, além de abranger diversas áreas do conhecimento. A ação de extensão do Centro de Formação de Professores (CFP) da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) já atendeu 7 mil pessoas, entre crianças, jovens, adultos e idosos.

A formação de educadores na perspectiva da educação popular é o foco central do Tecelendo. A partir disso, o programa desenvolve diversas ações e projetos em diálogo com a comunidade, adaptando-se às demandas locais. Andreia Barbosa dos Santos, professora do CFP e coordenadora do programa, explica: "começamos com a alfabetização e ela vai dando um caminho pra gente entrar nas comunidades. Às vezes, chegamos a uma comunidade onde a necessidade não é a alfabetização de adultos, mas percebemos algo da educação popular que está latente ali. Então, a gente acolhe o que vem”.

Professora Andreia Barbosa dos Santos, coordenadora do Tecelendo.
Professora Andreia Barbosa dos Santos, coordenadora do Tecelendo.

Claiane Santana, estudante de Pedagogia e filha de agricultores familiares da comunidade de Tamanduá, é um exemplo do impacto do programa. Aos 15 anos, Claiane e sua família começaram a participar de uma feira promovida em parceria com o Tecelendo. Hoje, como estudante universitária, ela se considera uma educadora popular e segue atuando no programa, agora como bolsista do Programa Pibex.

"Quando cheguei à Universidade como estudante, eu já sabia quem era e o que queria. Já tinha vivenciado experiências aqui e conhecido pessoas. Eu já fazia parte da UFRB através da extensão. Hoje, quero incentivar minha comunidade a continuar estudando e valorizando nossa cultura, o que é produzido na comunidade, nossas origens", compartilha Claiane.

Além da extensão universitária, o Tecelendo abrange o ensino, a partir do estágio de graduação, e a pesquisa acadêmica,  com estudos que surgem das práticas e desafios encontrados no programa.  "Quando enfrentamos limites em nossas ações, a pesquisa se torna essencial para produzir novos conhecimentos e continuar avançando", explica Andreia, destacando o processo metodológico da educação popular: ação - reflexão - ação.

Carmen Isabel Gatto, consultora da Unesco a serviço do Ministério da Educação, visitou o Tecelendo nos dias 23 e 24 de julho.  Após avaliar a oferta de alfabetização de jovens, adultos e idosos na região Nordeste, ela destacou a integração entre trabalho, educação e cultura promovida pelo programa. "Essa iniciativa é promissora e traz uma importante contribuição para as políticas públicas, ao unir esses três pilares", afirmou.

Carmen Isabel Gatto, consultora da Unesco.
Carmen Isabel Gatto, consultora da Unesco.

No programa de extensão, a tecelagem não apenas faz parte do processo de formação de educadores e de alfabetização, mas também contribui para a geração de renda de grupos produtivos. Todos os participantes do programa aprendem a tecer. “O Tecelendo convida as pessoas para, a partir do que elas sabem, se unirem à tecelagem, e ali desenvolverem um processo de leitura e escrita. E aí a gente vai fazendo o movimento de escrever de várias formas. Se eu escrevo dentro de um tear, eu escrevo num papel, eu escrevo uma obra de arte”.

No processo de formação de educadores populares, a partir do tear, das letras e das demandas apresentadas pelas comunidades, o Tecelendo também enfatiza a importância do exercício da cidadania. O programa  incentiva a participação dos educadores populares em espaços de decisões coletivas, como conselhos e associações, promovendo o diálogo entre a sociedade civil e o poder público.

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