A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) tem mais uma inovação tecnológica registrada junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Trata-se de um software de sistema para conexão wi-fi e gerenciamento de dados de balança digital, desenvolvido por meio da parceria de pesquisadoras e pesquisadores da UFRB e da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Na instituição baiana, o desenvolvimento do projeto teve participantes dos cursos de Engenharia de Materiais e Engenharia de Tecnologia Assistiva e Acessibilidade, ambos do Centro de Ciência e Tecnologia em Energia e Sustentabilidade (CETENS/UFRB), em Feira de Santana.
Compõem a equipe responsável pela pesquisa os professores Keila Machado de Medeiros, Nilmar de Souza e Leandro Brito Santos, além da estudante de Engenharia de Materiais Joanne Graziela Andrade Mendes, da UFRB, além do professor Carlos Antônio Pereira de Lima e do doutorando em Engenharia Ambiental José Everton Soares de Souza, ambos do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental (PPGCTA/UEPB).
Para o desenvolvimento do projeto, além da parceria com a instiuição externa, a integração entre as Engenharias de Materiais e de Tecnologia Assistiva e Acessibilidade foi fundamental, como explicam os professores Keila Medeiros e Nilton Souza. “A interdisciplinaridade é fundamental no CETENS, tornando a parceria algo intrínseco entre os cursos de Engenharias para desenvolver pesquisas com inovações tecnológicas. Além disso, o curso de Engenharia de Tecnologia Assistiva e Acessibilidade é uma referência no desenvolvimento de recursos para promoção da autonomia das pessoas com deficiência, mobilidade reduzida e idosos. Neste processo de desenvolvimento, algumas iniciativas de adaptação de balança já tinham sido elaboradas”, apontam Medeiros e Souza. Os pesquisadores detalham que no grupo existem professores das áreas de computação, elétrica e mecatrônica, “profissionais com capacidade técnica para desenvolver tal tarefa, contribuindo com o desenvolvimento e inovação tecnológica dos demais cursos de Engenharias, como foi o caso da parceria com o curso de Engenharia de Materiais”, complementam os docentes.
Registrado sob o número 512024002354-2, o sistema foi projetado para balanças digitais, a partir de uma demanda laboratorial, oferecendo recursos avançados de conectividade e gerenciamento de dados para melhorar a precisão, a eficiência e a conectividade. Ele é baseado em um microcontrolador de 32 bits, operando a uma velocidade de até 240 MHz, o que permite o processamento rápido e eficiente dos dados da balança. Além disso, suporta conexões sem fio via Wi-Fi e bluetooth, tendo a capacidade de verificar se há redes disponíveis na memória SPIFFS e, caso não encontre, habilitar uma rede Wi-Fi para que o usuário insira os parâmetros de conexão (nome e senha).
Esses recursos fazem do sistema uma solução versátil para diversas aplicações nas quais seja necessário criar um banco de dados com amostras coletadas em intervalos temporais pré-definidos. Os professores Medeiros e Souza explicam que nessas situações, as balanças convencionais, por apresentarem os valores em display alfanumérico, exigem a presença de um operador para visualizar e anotar as medidas em um intervalo de tempo pré-determinado. Com o novo sistema desenvolvido pelos(as) pesquisadores(as) da UFRB e da UEPB, é possível minimizar o esforço repetitivo e, com o objetivo de dar escalabilidade à coleta de dados, integrar o equipamento com uma plataforma virtual, responsável pelo armazenamento dos dados em nuvem e salvá-los em diversos formatos. Além disso, existe a possibilidade de definir o intervalo de tempo mais apropriado para cada amostragem.
Nessa primeira etapa de desenvolvimento do novo sistema, uma parte dos componentes utilizados para produzi-lo foi adquirida em pequena quantidade e apenas uma placa de circuito foi feita. Caso a produção seja realizada em escala maior, os professores Medeiros e Souza estimam que o produto poderia ser vendido em valores similares às balanças de precisão de até 5 Kg.
Para os próximos passos do projeto, o grupo responsável planeja a disponibilização do sistema para aplicações específicas.
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