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Defesa de Mestrado | 18DEZ

Tatuagem como fissura na elaboração de novos campos sensíveis da vida cotidiana
Alessandro Prates

18DEZ | 9h | Pavilhão Dois de Julho, Laboratório de Pesquisa Social - São Félix

O hiperinvestimento do corpo na contemporaneidade produz mudanças na forma pela qual o sujeito lida e se relaciona com o próprio corpo. Nesse contexto, a tatuagem tem sido um dos fenômenos mais disseminados, mostrando-se uma codificação cultural que funciona como um indicador de poder e prestígio social. Nesse viés, ao partir de uma concepção que toma o corpo como o nosso primeiro meio de comunicação, como também um espaço vivido onde se cruzam partes individuais e coletivas, esta pesquisa se propôs a investigar de que maneira a tatuagem, no corpo negro e gay, constrói ou potencializa cenas de dissenso no Recôncavo Baiano. Para essa articulação foi acionada, numa ótica interseccional, a relação da tatuagem com sistemas de dominação, raça e sexualidade que agem diretamente nas elaborações das percepções e sentidos. Tais imposições normativas igualmente atuam na relação com as espacialidades e territorialidades que esses corpos elaboram por meio da performance e da performatividade. Sendo assim, o objetivo geral da dissertação é discutir como as relações entre tatuagem, performance e território podem elaborar e/ou potencializar cenas de dissenso e indicar devires, além de examinar como se elabora a ação policial e política no território estudado. Também intenta-se demonstrar a complexidade dos diferentes atravessamentos na produção, circulação e difusão das formas sígnicas dos corpos e discutir os processos de produção de sentidos em relação às territorialidades contemporâneas segundo aspectos multidimensionais (raça, classe, gênero, orientação sexual e marcações corporais). Para os diálogos conceituais foram acionados pensadores como Jacques Rancière, Maurizio Lazzarato, Leda Maria Martins, Judith Butler e Rogerio Haesbaert. A abordagem metodológica tomou como base a interseccionalidade, a deriva  e a pesquisa-ação. No decorrer do percurso de investigação, a busca pelos corpos-sujeitos para o diálogo também aconteceu de forma digital, via instagram. Ao fim, foi possível observar que as cenas de dissensos são constituídas em matizes de diversas intensidades e acontecem nas nuances do dia a dia, nas sutilezas do cotidiano, numa espécie de micro fissuras constantemente elaboradas que são sempre contextuais e localizadas, cuja elaboração nasce inicialmente de processos individualizados que reverberam para a coletividade. 

Banca examinadora
Profª. Drª. Regiane Miranda de Oliveira Nakagawa | presidente - UFRB
Prof. Dr. Jorge Cardoso Filho | PPGCOM - UFRB
Profª. Drª. Helen Campos | UNEB

PPGCOM24 DEZ post 01

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