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"Não pode nos filmes" - Código Hays: censura autoimposta

Código Hays limitava a liberdade de expressão e restringia a criatividade dos artistas. A experiência ajudou a moldar a compreensão contemporânea da liberdade artística e demonstrou a importância de proteger a liberdade de expressão dos artistas, ao mesmo tempo em que se considera questões éticas e sociais mais amplas.

O Código Hays foi um conjunto de diretrizes de censura para filmes de Hollywood, estabelecido em 1930. Também conhecido como Código de Produção, o código foi criado pela Motion Picture Producers and Distributors of America (MPPDA) em resposta a preocupações públicas com a moralidade e a influência dos filmes.

O código recebeu o nome de Will H. Hays, presidente do MPPDA na época, que liderou os esforços para estabelecer diretrizes rigorosas para a indústria cinematográfica. O principal objetivo do código era evitar a representação de conteúdo considerado imoral, obsceno, indecente ou ofensivo, com medo de que isso corrompesse os espectadores, especialmente os mais jovens.

Algumas das proibições do Código Hays incluíam a representação de nudez, obscenidade, relações sexuais fora do casamento, uso de drogas, blasfêmia e qualquer conteúdo que pudesse ser considerado prejudicial à moralidade pública. Além disso, o código também enfatizou a necessidade de retratar valores familiares, respeito às autoridades, promoção do patriotismo e evitar qualquer tipo de representação que possa ser interpretada como favorável ao crime ou à violência.

O Código Hays foi amplamente aplicado na indústria cinematográfica até a década de 1960, quando começou a ser desafiado devido às mudanças sociais e culturais da época. Em 1968, foi substituído pelo sistema de classificação de filmes, que ainda está em uso hoje em dia.

codigo hays

Capa de uma cópia em papel do Código Hays./ Foto 'Thou Shalt Not' de Whitey Schafer para a revista LIFE, exibindo os tabus da censura cinematográfica zombando do Código Hays (Wikimedia)

O código teve um impacto significativo na cinematográfica americana durante sua vigência, moldando as narrativas e limitando a expressão artística de muitos cineastas. No entanto, também gerou controvérsias e debates sobre a liberdade de expressão e a responsabilidade da indústria cinematográfica em relação ao conteúdo que produz.

 

Influências do Código Hays no cenário do audiovisual atual

Embora o Código Hays tenha sido amplamente criticado por suas restrições à liberdade de expressão e sua influência na conformidade artística, sua existência e posterior abolição tiveram alguns efeitos positivos no audiovisual atual. Aqui estão algumas maneiras pelas quais a experiência do Código Hays ajudou a melhorar o audiovisual hoje:

  1. Conscientização sobre censura: O Código Hays serviu como um exemplo histórico de censura e restrições à expressão artística. Sua existência e os debates que o cercaram aumentaram a conscientização sobre a importância da liberdade de expressão e a necessidade de proteger essa liberdade no campo do audiovisual. Isso ajudou a fortalecer a resistência contra a censura e a promover um ambiente mais propício à criatividade e à diversidade de ideias.
  2. Valorização da diversidade e inclusão: O Código Hays era notoriamente restritivo em relação à representação de temas e grupos marginalizados. A experiência do código ressaltou a importância de uma representação mais inclusiva e diversa no audiovisual. Atualmente, existe uma maior consciência da necessidade de representar diferentes perspectivas, culturas, identidades e experiências na tela, o que contribui para uma narrativa mais rica e autêntica.
  3. Debate sobre ética e responsabilidade: O Código Hays gerou debates e questionamentos sobre os limites da responsabilidade da indústria cinematográfica em relação ao conteúdo que produz. Essas discussões incentivaram a reflexão sobre questões éticas, como a representação precisa de eventos históricos, a responsabilidade social dos cineastas e a influência dos meios de comunicação no público. Hoje em dia, essas reflexões éticas continuam a moldar o audiovisual e promovem um diálogo crítico em torno da criação de conteúdo.
  4. Mudanças nos sistemas de classificação: A experiência do Código Hays destacou a necessidade de um sistema de classificação etária mais flexível e transparente. Em resposta, o sistema de classificação etária foi introduzido, fornecendo orientação aos espectadores sobre o conteúdo dos filmes. Embora ainda haja debates sobre a eficácia e a consistência desses sistemas, eles ajudam os espectadores a tomar decisões informadas sobre o que desejam assistir, permitindo uma maior diversidade de conteúdo.

É importante reconhecer que a melhoria no audiovisual não é diretamente atribuível ao Código Hays em si, mas sim à conscientização gerada pela sua existência e pela experiência de restrição artística. A luta pela liberdade de expressão e pela representação diversa é contínua, e o Código Hays serve como um lembrete das consequências da censura e da importância de proteger e promover a liberdade artística. O cinema atual reflete uma maior diversidade de temas e perspectivas, resultado das mudanças culturais e sociais ao longo das décadas desde a abolição do código.

 

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