II Fórum Estadual de Rádio no último dia do Ebecult
“Dimensão radiofônica” foi a expressão utilizada pelo presidente da Associação das Rádios Públicas do Brasil (ARPUB) e assessor da Superintendência de Rádio da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Mário Satorello, para explicar o enfoque de sua palestra na tarde de sexta-feira (20), na Câmara Municipal de Cachoeira, no III Ebecult. O II Fórum Estadual de Rádio, coordenado pela professora da UFRB Rachel Neuberger, trouxe a discussão da realidade do rádio na atualidade, especificamente no Recôncavo, e seu papel fundamental no desenvolvimento da cidadania.
Com dezoito anos de experiência profissional divididos entre rádio, TV, pesquisa musical, produção de produto e coordenação de projetos sociais, culturais e de comunicação, Sartorello declara-se apaixonado por rádio e relata sua indignação ao perceber a perda de credibilidade que o rádio e os radialistas, que se tornam comerciantes, estão passando. Observou que há descompromisso com o ouvinte, sem intuito de prestar serviços por diversos meios (celulares, telefone, internet), afirmando que “comunicação é direito, e sendo direito todos tem que ter acesso, participar no dia a dia”.
“É uma oportunidade única de influenciar de forma positiva a vida dos ouvintes. Inconcebível que seja utilizada em benefício pessoal ou comercial”, afirmou Mario Sartorello, que ainda incentiva: ” devemos continuar fazendo rádio de forma fácil, da maneira que a gente acredita, com responsabilidade, cidadania, e comunicando com a população.”
Questões envolvendo implantação do rádio digital, – ainda sem padrões definidos, mas com a possibilidade de inovar a forma de fazer e escutar rádio -, interatividade, regulamentação/legislação do exercício, foram explanados e recebeu participação da platéia.
O radialista da rádio Santa Cruz regional, Lielza Lordelo, falou que a palestra foi fundamental para esclarecimentos e informações, através de “experiências de um profissional da área e dos questionamentos da comunidade”. Cidadã do Recôncavo, Lorena Morais reconhece a população como “ouvinte” e afirma que “discutir sobre esse veículo, que é tão interativo, é relevante para que compreendamos principalmente o papel das rádios comunitárias”.
Rica de conhecimento, a palestra foi avaliada por Fabiana Dias, graduanda de comunicação (UFRB), como “interessante, cheia de assuntos importantes para serem discutidos na área de comunicação”. Fora da área de comunicação, a graduanda em cinema (UFRB), Marina Nascimento, declarou como foi útil pensar, discutir e questionar a comunicação ao lado de pessoas que atuam na rádio. “Acredito que a mídia está nas mãos das pessoas e interesses errados, e que a população precisa retomar esse poder”, afirmou a aluna.
Desenvolvido de forma paralela ao III Encontro Baiano de Estudos em Cultura (Ebecult), o fórum não precisou de inscrição, e mediante comparecimento, os participantes tiveram direito a certificado.
Por Laís Sousa, estudante de jornalismo
Edição: Hérica Lene