Link Recôncavo http://www.ufrb.edu.br/linkreconcavo Notícias do Recôncavo da Bahia Tue, 25 Jun 2013 20:11:46 +0000 pt-BR hourly 1 http://wordpress.org/?v=3.8.4 Privatização e apagão http://www.ufrb.edu.br/linkreconcavo/2011/08/28/privatizacao-e-apagao/ http://www.ufrb.edu.br/linkreconcavo/2011/08/28/privatizacao-e-apagao/#comments Sun, 28 Aug 2011 23:25:16 +0000 http://www.ufrb.edu.br/linkreconcavo/?p=5923 No âmbito do que se denominou Reforma do Estado, FHC privatizou muitas estatais. Administradas por políticos, sem dúvida em muitos casos, eram sugadoras de dinheiro publico, com crônicos e eternos prejuízos causados justamente pelo uso político. Usinas siderúrgicas, ferrovias, telefônicas, bancos estaduais e distribuidoras elétricas, passaram para a iniciativa privada com argumentos de que o Estado não tinha condições de investir, e que haveria melhoria na eficiência da gestão destas empresas.

 

A justificativa era de que o mundo havia mudado, e era necessário redefinir o papel do Estado, e se desfazer assim de estatais ineficientes e eliminar a corrupção, pelo menos onde o estatal virou privado. No caso particular do setor elétrico, os defensores do processo de privatização acenavam a população com promessas de melhoria dos serviços prestados e com o barateamento das tarifas. Lembram disso?

 

Hoje passados 20 anos os apagões tem se tornado rotina em algumas regiões do país, não por falta de produção de energia, desabastecimento como ocorreu há 10 anos, mas por deficiências, tanto no sistema de transmissão quanto de distribuição, principalmente devido a falta de investimentos. Com relação aos reajustes tarifários estes não param de aumentar, sempre acima dos índices de inflação que reajustam os salários, mesmo com os serviços prestados deficientes e em crescente deterioração, não cumprindo com as obrigações contratuais com os consumidores.

 

Por outro lado, os governos estaduais e federal também têm responsabilidades. As agencias reguladoras, de ambas as esferas, são coniventes com as empresas não atuando mais efetivamente e fazendo cumprir a lei. A falta de fiscalização das agencias reguladoras é o grande problema, tendo uma relação direta com os constantes apagões. Quanto à questão das multas eventualmente aplicadas, ocorre que as concessionárias recorrem à justiça da punição, arrastando a decisão por anos, e continuam a operar sem nenhuma restrição.

 

Logo, se a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e as agências estaduais não fiscalizam direito as concessionárias, e o serviço entregue ao consumidor é ineficiente, por lógica os apagões que ocorrem são de responsabilidades também da agência reguladora.  Afinal, se o serviço é ruim a tarifa não pode ser alta.

 

O cidadão constata que o fornecimento de energia está sendo interrompido com uma freqüência cada vez maior, e as empresas privadas não conseguem estancar o processo de deterioração dos serviços.  As razões dadas pelas concessionárias para os blecautes, não conseguem convencer ninguém. Muitas vezes, as simplicidades das explicações nos deixam atônitos. E a pergunta que não quer calar é se são tão simples assim, porque as empresas não têm mecanismos de prevenção para tais acidentes?

 

Nos últimos três anos, o índice de interrupções do Brasil subiu de 16 horas para cerca de 20 horas. A região Nordeste está entre as mais prejudicadas, tendo a média subida de 18 para 27 horas. Situação de descaso foi verificada em Sergipe, onde o volume de apagões dobrou, de 22 para 44 horas. A Bahia também teve uma piora significativa: subiu de 14 para 20 horas. No Maranhão e no Piauí os indicadores são altos, respectivamente 22 e 52 horas.

 

De fato, o setor privado não está fazendo os investimentos necessários e adequados nas redes existentes de distribuição e transmissão, desrespeitando as metas comprometidas com a ANEEL.  A qualidade dos serviços de energia elétrica entregue ao consumidor brasileiro entrou num processo de deterioração crescente resultando que o número de apagões só tem aumentado.

 

Baseiam-se em fatos auto evidentes, que as reformas do setor elétrico com as privatizações das distribuidoras frustraram as expectativas, e as esperanças dos que acreditaram na propaganda governamental de um serviço mais eficiente e mais barato.

 

O poder público precisa agir, pois não tem cumprido seu papel, e a população cobrar. Do lado do consumidor nos últimos meses as reclamações junto aos órgãos de defesa têm aumentado muito. O que se espera é outra postura dos gestores do setor elétrico, e não a relação promíscua que tem se aprofundado com as empresas privadas.

 

Heitor Scalambrini Costa

Professor da Universidade Federal de Pernambuco

 

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Que desenvolvimento queremos? http://www.ufrb.edu.br/linkreconcavo/2011/08/13/que-desenvolvimento-queremos/ http://www.ufrb.edu.br/linkreconcavo/2011/08/13/que-desenvolvimento-queremos/#comments Sat, 13 Aug 2011 22:07:28 +0000 http://www.ufrb.edu.br/linkreconcavo/?p=5920 No Nordeste, as referências de desenvolvimento apontam para o Sul,
Sudeste. Somos induzidos a pensar que o desenvolvimento está ligado a
eventos como à chegada de novas empresas que vêm aqui se instalar, a
vinda de capitais de fora que para cá se dirigem atraídos por diversos
fatores (recursos naturais, posição geográfica, oferta de mão de obra
barata, incentivos fiscais, frouxidão na aplicação da legislação
ambiental) ou ainda pela realização de grandes investimentos públicos
em obras ou instalações.

Atualmente, o termo desenvolvimento é usado como um sinônimo para
crescimento Mas afinal o que é crescimento? O que é desenvolvimento?

Crescimento e desenvolvimento não é a mesma coisa. Crescer significa
“aumentar naturalmente em tamanho pela adição de material através de
assimilação ou acréscimo”. Desenvolver-se significa “expandir ou
realizar os potenciais de; trazer gradualmente a um estado mais
completo, maior ou “melhor”. Quando algo cresce fica maior. Quando
algo se desenvolve torna-se diferente.

O objetivo prioritário da economia dominante é o crescimento
econômico, cujo critério de avaliação da medida do crescimento de um
país é o PIB (Produto Interno Bruto). Quanto mais produzir, quanto
mais vender, melhor é o país, melhor está sua economia. Crescimento
tornou-se sinônimo de aumento da riqueza. Dizem que precisamos ter
crescimento para sermos ricos o bastante para diminuirmos a pobreza.
Mas o crescimento não é suficiente. Nos Estados Unidos há evidência de
que o crescimento atual os torna mais pobres, aumentando os custos
mais rapidamente do que aumentando os benefícios.

Não devamos nos iludir na crença de que o crescimento é ainda possível
se apenas o rotularmos de “sustentável” ou o colorirmos de “verde”.
Apenas retardaremos a transição inevitável e a tornaremos mais
dolorosa. Crescimento, para que constitua base de um desenvolvimento
sustentável, tem de ser socialmente regulado, com o controle da
população e com a redistribuição da riqueza.

Já o conceito de desenvolvimento sustentável propõe uma maior
igualdade com justiça social e econômica, e com preservação ambiental.
Espera-se que a progressiva busca da igualdade force a ruptura do
atual padrão de consumo e produção capitalista, visto que a
perpetuação deste modelo contemporâneo não é sustentável. Pois, se
caso o padrão de consumo dos países ricos fosse difundido para toda a
humanidade, seria materialmente insustentável e impossível. Este
padrão de consumo para existir, alcançado e propagandeado pela
economia capitalista contemporânea, requer a exclusão e a profunda
desigualdade entre os mais ricos e os mais pobres.

O progresso desejado não é fazer obras em detrimento de comunidades e
ecossistemas. Há que mudar o paradigma do lucro para a qualidade de
vida da população. Enquanto isso não ocorrer, nossas cidades
continuarão a serem entupidas de carros, pois a indústria automotora
paga substancial tributo ao governo, sem que seja oferecido à
população transporte coletivo de qualidade.

Pernambuco é um exemplo de que estamos caminhando na contra mão de
oferecer melhor qualidade de vida ao seu povo. A opção adotada pelo
atual governo, o chamado “crescimento predatório”, utiliza argumentos
do século passado de que o “novo ciclo de desenvolvimento (?)” é a
“redenção econômica do Estado (?)” exigindo assim “sacrifício
ambiental”.

A mais nova investida contra a natureza é a implantação do Estaleiro
Construcap S.A. Para a implantação desta planta naval, que ira ocupar
40 ha, a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) concedeu a licença
de instalação autorizando a supressão de 28 ha de mangue (berçário
natural de centenas de espécies) na ilha de Tatuoca.  Sendo que as
atividades típicas desse tipo de empreendimento poluem em todas suas
formas, e a mão de obra necessária não é na sua grande maioria,
oriunda da comunidade, e seu entorno, com vêm falando os interessados
e o governador.

Em meio a posições conservadoras e atrasadas frente os desafios
atuais, os atuais dirigentes e gestores públicos do Estado, buscam
justificar o crescimento a qualquer custo, se utilizando do
oportunismo político e uma má fé inquestionável. O discurso do
desenvolvimento econômico nada mais é do que a negação dos direitos
fundamentais da pessoa, do meio ambiente e da natureza. Contra esta
visão devemos sim estar alertas, principalmente para aqueles que se
auto denominam de “novo”, e que dizem que estão trilhando “novos
caminhos”. Na verdade são meros representantes do antigo, do arcaico,
do conservadorismo; e ao mesmo tempo em que desrespeitam a natureza e
o meio ambiente, desmerecem a própria vida.

Logo, a estratégia escolhida ao buscarmos o desenvolvimento mais
humano, precisa responder às necessidades sociais de alimentação,
habitação, vestuário, trabalho, saúde, educação, transporte, cultura,
lazer, segurança. Não basta fazer coleta seletiva de lixo, evitar o
desperdício de água, substituir os carros a gasolina por carros
elétricos. Na verdade, o que é preciso mudar, para interromper a
destruição, é o tipo de desenvolvimento. Também o que não se pode
perder de vista são os limites da natureza e a nossa responsabilidade
em preservá-la para as gerações futuras.

Heitor Scalambrini Costa
Professor da Universidade Federal de Pernambuco
____________________
Heitor Scalambrini Costa é professor associado da Universidade Federal
de Pernambuco (UFPE), graduado em Física pela Universidade Estadual de
Campinas (UNICAMP/SP), Mestrado em Ciências e Tecnologias Nucleares na
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Doutorado em Energética,
na Universidade de Marselha/Comissariado de Energia Atômica
(CEA)-França.  E-mail: hscosta@ufpe.br

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Segurança e eficiência energética http://www.ufrb.edu.br/linkreconcavo/2011/08/13/seguranca-e-eficiencia-energetica/ http://www.ufrb.edu.br/linkreconcavo/2011/08/13/seguranca-e-eficiencia-energetica/#comments Sat, 13 Aug 2011 22:02:59 +0000 http://www.ufrb.edu.br/linkreconcavo/?p=5918 A segurança energética é um fator prioritário para o país e somente aumentará com a diversificação da matriz energética com o uso de fontes energéticas renováveis. Do ponto de vista da produção de energia, segundo a Empresa de Planejamento Energético-EPE, o país tem folga no abastecimento, e pode suprir as necessidades de energia elétrica, com as atuais taxas previstas de crescimento, para os próximos anos. Portanto não existe relação direta entre os atuais apagões, que tem ocorrido freqüentemente no país todo, com a necessidade da instalação de mega-hidroelétricas e de usinas nucleares para evitá-los. Como que se os atuais apagões fossem decorrentes do desabastecimento, e novamente repetiríamos 2001/2002.

 

O fundamento principal para a construção de novas usinas de geração é de que existe uma previsão de crescimento da economia (sem que se questione a natureza do crescimento) e de que, em função disso, há necessidade de se ofertar mais energia para atender a esta demanda, construindo assim novas usinas.

 

Projeções do consumo futuro de energia dependem do tipo de desenvolvimento e crescimento econômico que o país terá. Existem vários questionamentos sobre os cálculos oficiais que apontam para taxas extremamente elevadas de expansão do parque elétrico brasileiro para atender a uma dada demanda. O que essa previsão esconde é o fato de praticamente 30% da energia elétrica ofertada pelo país ser consumida por seis setores industriais apenas: cimento, siderurgia, produção de alumínio, química, o ramo da metalurgia que trabalha com ferro e papel/celulose. São exatamente estes setores que elevam o consumo da energia elétrica para cima, os chamados setores eletro-intensivos. Precisamos urgentemente discutir no planejamento energético dois pontos: energia para quê? E para quem?

 

Temos de fugir dessa idéia míope de discutir qual a melhor fonte. A melhor fonte de energia é aquela que não é consumida. Não consumir energia significa ter uma política de aumento da eficiência energética, situação da qual estamos muito longe ainda. Os resultados oficiais apresentados nesta área são pífios.

 

No Brasil, o consumo de energia per capita ainda é pequeno e é indispensável que cresça para promover o desenvolvimento sustentável. No entanto, nada impede que o uso de tecnologias modernas e eficientes sejam introduzidas logo no início do processo de desenvolvimento, acelerando com isso o uso de tecnologias eficientes (aquecimento solar da água, eletricidade solar, geradores eólicos, geração distribuída,… ). Contrapondo assim ao pensamento de que, para haver desenvolvimento, é preciso que ocorram impactos ambientais, devido à geração, transporte e uso da energia.

 

A conservação com o uso eficiente de eletricidade reduz o consumo e posterga a necessidade de investimentos em expansão da capacidade instalada, sem comprometer a qualidade dos serviços prestados aos usuários finais. Exemplos ocorridos em outros países nos anos 80, particularmente nos EUA demonstraram este.

 

A eficiência energética é, sem dúvida, a maneira mais efetiva de, ao mesmo tempo reduzir os custos e os impactos ambientais locais e globais, suportando assim, conjuntamente com as fontes energéticas renováveis solar, eólica e biomassa; a segurança energética do país.

Heitor Scalambrini Costa (hscosta@ufpe.br)

Professor da Universidade Federal de Pernambuco

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Privatização não é sempre solução http://www.ufrb.edu.br/linkreconcavo/2011/08/13/privatizacao-nao-e-sempre-solucao/ http://www.ufrb.edu.br/linkreconcavo/2011/08/13/privatizacao-nao-e-sempre-solucao/#comments Sat, 13 Aug 2011 21:50:43 +0000 http://www.ufrb.edu.br/linkreconcavo/?p=5916 Passados quase 20 anos desde o inicio das privatizações das distribuidoras de energia elétrica, já se pode fazer um balanço do que foi prometido; e realmente do que esta ocorrendo no país, com um primeiro semestre batendo recorde em falhas no fornecimento de energia elétrica em diversas regiões metropolitanas.

 

Desde então a distribuição elétrica é operada pela iniciativa privada. As distribuidoras gerenciam as áreas de concessão com deveres de manutenção, expansão e provimento de infraestrutura adequada, tendo sua receita advinda da cobrança de tarifas dos seus clientes.

 

A tão propalada privatização do setor elétrico nos anos 90, foi justificada como necessária para a modernização e eficientização deste setor estratégico. As promessas de que o setor privado traria a melhoria da qualidade dos serviços e a modicidade tarifaria, foram promessas enganosas. Os exemplos estão ai para mostrar que não necessariamente a gestão do setor privado é sempre superior ao do setor público.

 

Desde 2006 é verificado na maioria das empresas do setor uma tendencia declinante dos indicadores de qualidade dos serviços com sua deterioração, refletindo negativamente para o consumidor. A parcimônia da Agencia Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ante a decadência da prestação dos serviços é evidente. Criada no âmbito da reestruturação do setor elétrico para intermediar conflitos, acabou virando parte deles. A Aneel é cada vez mais questionada na justiça tanto por causa dos blecautes que ocorrem, já que não fiscalizam direito as prestadoras de serviço que acabam fazendo o que querem, como é questionada pelos reajustes tarifários.

 

Esta falta de fiscalização ilustra a constrangedora promiscuidade entre interesses públicos e privados dando o tom da vida republicana no Brasil. Os gestores da Aneel falam mais do que fazem.

 

O exemplo mais recente e emblemático no setor elétrico é a da empresa AES Eletropaulo, com 6,1 milhões de clientes, que acaba de receber uma multa recorde de R$ 31,8 milhões (não significa que pagará devido a expectativa de que recorra da punição, como acontece em quase todas as multas), por irregularidades detectadas como o de não ressarcimento a empresas e cidadãos por apagões, obstrução da fiscalização e falhas generalizadas de manutenção. A companhia de energia foi punida por problemas em 2009 e 2010, e devido aos desligamentos ocorridos no inicio do mês de junho, quando deixou as famílias da capital paulista e região metropolitana ficarem três dias no escuro.

 

O que aconteceu na capital paulista, não é exclusivo. Outras distribuidoras colecionam queixas de consumidores em todo o Brasil. Vejam o caso da Light, com 4 milhões de clientes, presidida por um ex-diretor geral da Aneel, com os famosos “bueiros voadores”, cuja falta de manutenção cronica tem colocado em risco a vida dos moradores da cidade do Rio de Janeiro.

 

A Companhia Energética de Pernambuco (Celpe), com 3,1 milhões de clientes, controlada pela Neoenergia, uma das maiores empresas do setor elétrico do país, também é outra das distribuidoras que tem feito o consumidor sofrer pela baixa qualidade da energia elétrica entregue, e pelas altas tarifas cobradas.

 

Infelizmente a cada apagão e a cada aumento nas contas de energia elétrica, as explicações são descabidas, e os consumidores continuam a serem enganados pelas falsas promessas de melhoria na qualidade dos serviços, de redução de tarifas e de punição as distribuidores. O que se verifica de fato, somente são palavras ao léu, sem correção dos rumos do que esta realmente malfeito. A lei não pode mais ser para inglês ver, tem de ser real, e assim proteger os consumidores.

 

Mostrar firmeza e compromisso público com a honestidade e com a eficiência é o minimo que se espera dos gestores do setor elétrico brasileiro.


 

 

Heitor Scalambrini Costa

Professor da Universidade Federal de Pernambuco

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Cidades não conseguem responder às demandas da comunidade universitária‏ http://www.ufrb.edu.br/linkreconcavo/2011/08/11/cidades-nao-conseguem-responder-as-demandas-da-comunidade-universitaria%e2%80%8f/ http://www.ufrb.edu.br/linkreconcavo/2011/08/11/cidades-nao-conseguem-responder-as-demandas-da-comunidade-universitaria%e2%80%8f/#comments Thu, 11 Aug 2011 17:13:43 +0000 http://www.ufrb.edu.br/linkreconcavo/?p=5589 http://www.ufrb.edu.br/linkreconcavo/2011/08/11/cidades-nao-conseguem-responder-as-demandas-da-comunidade-universitaria%e2%80%8f/feed/ 4 Insensata opção http://www.ufrb.edu.br/linkreconcavo/2011/08/11/insensata-opcao/ http://www.ufrb.edu.br/linkreconcavo/2011/08/11/insensata-opcao/#comments Thu, 11 Aug 2011 13:11:15 +0000 http://www.ufrb.edu.br/linkreconcavo/?p=5906 Muito se tem falado e escrito pró e contra a opção do governo Lula/Dilma em reativar o Programa Nuclear, implicando assim na instalação de centrais nucleares no território brasileiro.

Os defensores desta tecnologia, identificados com setores da burocracia estatal, militares, membros da academia, grupos empresariais (empreiteiras e construtores de equipamentos), julgam que o Brasil não deve prescindir desta fonte de energia elétrica para atender a demanda futura, alegam ser vantajosa por ser barata e “limpa” por não emitir gases de efeito estufa. Afirmam não ser possível acompanhar o desenvolvimento científico-tecnológico, caso não se construa usinas nucleares. E por outro lado, minimizam o recente desastre ocorrido no complexo de Fukushima Daiichi, garantindo riscos mínimos, e mesmo a ausência deles, nas instalações brasileiras.

A primeira vista tais argumentos pareceria convincente, e poderiam até confundir os mais neófitos e menos desavisados cidadãos e cidadãs, que desejam o melhor para o país e para sua população. Mas a verdade dos fatos tem revelado que a opção pela energia nuclear atende somente a interesses inconfessáveis de alguns, em detrimento dos interesses da ampla maioria, resultando em mais problemas do que soluções.

É preciso entender de uma vez por todas, a grande vantagem comparativa do Brasil por possuir uma diversidade e abundância de fontes energéticas renováveis que não são encontradas em nenhuma parte do mundo, e que podem pela tecnologia atual, atender as necessidades energéticas atuais e futuras do país. Estas sim, desde que utilizadas de forma sustentável, podem contribuir para uma sociedade descarbonizada.

Afirmar que as usinas nucleares não emitem gases de efeito estufa é uma meia verdade. É certo que quando em funcionamento as usinas núcleo elétricas emitem desprezíveis quantidades destes gases. Mas lembremos que as centrais não funcionam sem o combustível nuclear. E este para ser obtido, passa por etapas e operações que são conhecidas como “ciclo do combustível nuclear”, que vão desde a extração do minério radioativo, sua concentração, enriquecimento, preparação das pastilhas de combustível, seu uso na usina na geração de eletricidade, armazenagem do lixo radioativo produzido e o descomissionamento da usina, depois de atender sua vida útil. Em todas estas etapas e operações a produção de gases de efeito estufa é importante, e a quantidade varia muito em função da metodologia empregada para calcular, de 60 a 400 gCO2/kWh, como relatado por inúmeras publicações científicas. Por si só esta grande variação merece explicações e estudos mais conclusivos.

Relacionar a necessidade de instalação de usinas nucleares no país como sendo fundamental e imprescindível para acompanhar o desenvolvimento científico tecnológico na área nuclear é uma justificativa completamente fantasiosa, irreal e agride o bom senso. Ao invés de investir 10 bilhões de reais na construção de uma única usina, com baixo índice de nacionalização de seus componentes, poderia se construir reatores multi-propósito por 1 bilhão de reais cada unidade. Seriam muito mais úteis ao desenvolvimento e a soberania do país.

Minimizar os riscos das instalações nucleares é um atentado a inteligência de qualquer pessoa. Mesmo não divulgados são freqüentes os vazamentos de materiais radioativos e problemas que ocorrem nos 442 usinas nucleares espalhadas em 29 países. Os desastres mais significativos nos últimos 20 anos, de Thernobyl, Three Mille Island e de Fukushima Daiichi, foram suficientes para alertar o mundo de quão é perigosa e dos riscos à vida que oferecem estas instalações.

E finalmente, os custos da energia elétrica produzida pelas usinas nucleares são mais caros que outras fontes, como a eólica e a hidráulica, e comparados ao das termoelétricas. Além de necessitarem de subsídios públicos, ou seja, repasse de enormes recursos financeiros do tesouro nacional disponibilizados para esta tecnologia; que acabam dificultando que investimentos sejam realizados em outras fontes energéticas como a solar, eólica, biomassa, pequenas centrais hidroelétricas, e no aproveitamento dos recursos energéticos encontrados nos oceanos. É certo também que com as novas regras de segurança impostas pós Fukushima, ainda mais caro ficará o custo da eletricidade nuclear.

Uma pergunta que não quer calar, diz respeito à negativa de muitas seguradoras em cobrir os acidentes nucleares, que em muitos países essa cobertura é atribuída ao Governo Federal. Se as companhias de seguro, especialistas em estimar os perigos de acidentes, não desejam arriscar seu dinheiro, por que se devem obrigar as pessoas a arriscarem suas vidas?

No mínimo é insensata esta opção energética adotada pelo governo brasileiro, que deve ser mais discutida com transparência. Daí estar junto à imensa maioria da população que tem se manifestado contrária a construção de usinas nucleares em território nacional, fortalecendo o coro: Energia nuclear? Não obrigado.

 

 

Heitor Scalambrini Costa

Professor da Universidade Federal de Pernambuco

]]> http://www.ufrb.edu.br/linkreconcavo/2011/08/11/insensata-opcao/feed/ 0 Cachoeira também tem trânsito problemático http://www.ufrb.edu.br/linkreconcavo/2011/08/09/transito-em-cachoeira-gera-problemas/ http://www.ufrb.edu.br/linkreconcavo/2011/08/09/transito-em-cachoeira-gera-problemas/#comments Tue, 09 Aug 2011 18:46:27 +0000 http://www.ufrb.edu.br/linkreconcavo/?p=644 É comum nas grandes metrópoles que o trânsito torne-se desorganizado pela quantidade de carros, porém essa realidade é percebida também em Cachoeira, que se situa no interior do estado e não possui um grande número de carros, sendo que suas ruas não propiciam que esses automóveis circulem ordenadamente por suas vias. Conta para isso, a inexistência de placas de trânsito, muitos becos, carros estacionados em lugares indevidos, além de calçadas pequenas, que não permitem o fluxo seguro dos pedestres, que são obrigados a disputar espaço entre os carros nas ruas.

O taxista Fernando Santana reclama que as ruas estreitas prejudicam a orientação do trânsito, para ele deveria existir um guarda de trânsito, que ajudasse a organizar o tráfego de carros. “Tenho que pedir licença para passar de carro”, fala o taxista sobre as dificuldades encontradas no trânsito de Cachoeira. Um dos locais de maior fluxo na cidade, o cruzamento entre as ruas Nossa Senhora do Rosário e Lauro de Freitas, localizada no centro da cidade é um ponto crítico, como observa Santana.

A pedestre Gerônima Leal, também aponta esse local como problemático. Segundo ela, a chegada de novos estudantes, aumentou a quantidade de pessoas, o que contribui também para o caos. Fiscalização, guardas e semáforos são soluções apontadas por Leal para ajudar a solucionar o problema do trânsito, que ela classifica como horrível.

Trânsito em Cachoeira (Veja imagens do cruzamento entre as ruas Nossa Senhora do Rosário e Lauro de Freitas)

Por Hamurabi Dias e Daniela Oliveira
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Cachoeira entre os principais roteiros turísticos do Brasil http://www.ufrb.edu.br/linkreconcavo/2011/08/01/cachoeira-entre-os-principais-roteiros-turisticos-do-brasil/ http://www.ufrb.edu.br/linkreconcavo/2011/08/01/cachoeira-entre-os-principais-roteiros-turisticos-do-brasil/#comments Mon, 01 Aug 2011 15:05:21 +0000 http://www.ufrb.edu.br/linkreconcavo/?p=31 Vista parcial de Cachoeira

Vista parcial de Cachoeira

Conhecida por sua importância histórica, Cachoeira concentra um dos maiores e mais importantes acervos de arquitetura barroca do Brasil, com seus casarões imperiais, ricos em cores e detalhes. A cidade tem o turismo como principal cartão de visita para aqueles que buscam beleza atrelada ao conhecimento e já faz parte dos roteiros e guias turísticos do Brasil.

Quem passa por Cachoeira não pode deixar de conhecer pontos relevantes da cidade, como a Praça da Aclamação. Lá está localizada a Casa de Câmara e Cadeia, que foi sede do Governo da Província da Bahia por dois períodos, ainda na época do Brasil colônia. Seus arcos e paredes chegam a medir quase um metro e meio de espessura e atualmente abriga a Câmara de Vereadores.

A praça ainda comporta um antigo canhão utilizado contra o exército português na guerra de independência da Bahia, além do Conjunto do Carmo e o Casarão nº04, apontado por muitos como a mais imponente construção da cidade.

Para a professora Ilmajane Amorim, a Praça da Aclamação propõe ao seu observador um contato direto com a história. “Além de olhar para os quatro cantos e achar tudo muito belo, você se depara não só com a história de Cachoeira, mas também com a do Brasil”, afirma. Outro local apontado por ela é o Largo D’Ajuda. A pequena praça permite uma visão privilegiada de parte da cidade e foi o ponto de início para a construção da então vila da Cachoeira. Além da Capela D’Ajuda, encontra-se neste largo a casa da Irmandade da Boa Morte e o primeiro prédio construído na cidade. “O local é poético, romântico e muito bonito”, completa Ilmajane. Esta mesma opinião é compartilhada pela também professora Idanis Santos, que considera a Irmandade da Boa Morte um lugar essencial para o turista conhecer.

Outras grandes construções que se destacam na pequena cidade do Recôncavo Baiano são as igrejas. Espalhadas pela cidade, a altura de suas torres e a riqueza de detalhes encantam turistas e a comunidade local. Igrejas como a do Rosário, do Carmo, Conceição e a Ordem Terceira do Carmo, esta última com parte de seu interior banhada a ouro, são as mais procuradas.

A ponte D. Pedro II é outro cartão postal da cidade. Construída em 1865 para ligar Cachoeira a São Félix, ela mede 365 metros de comprimento e 9 metros de largura, sua estrutura é toda de ferro importado, com lastros e dormentes de madeira. Para o aposentado José Carlos de Almeida, a ponte D. Pedro II é o principal ponto turístico da cidade. “Ela merece destaque por sua beleza e por seu conteúdo histórico”, disse.

Cachoeira é, sem dúvida, uma cidade singular para a Bahia e a cada ano vem ganhando mais visibilidade nos roteiros turísticos do Brasil. Inconfundível por seus monumentos também chama a atenção pela cultura local e o carisma de seu povo.

Ted Sampaio e Astrude Modesto

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Ponto Cidadão diminui o tempo de espera pelo documento http://www.ufrb.edu.br/linkreconcavo/2011/06/04/ponto-cidadao-diminui-o-tempo-de-espera-pelo-documento/ http://www.ufrb.edu.br/linkreconcavo/2011/06/04/ponto-cidadao-diminui-o-tempo-de-espera-pelo-documento/#comments Sat, 04 Jun 2011 14:21:22 +0000 http://www.ufrb.edu.br/linkreconcavo/?p=4961 Inaugurado em janeiro de 2009, na Rua JB da Fonseca, o Ponto Cidadão foi criado pelo governo do estado para ampliar o acesso dos cidadãos à emissão de documentos, expandido os serviços oferecidos pelo SAC (Serviço de Atendimento ao Cidadão).

Funcionando de segunda a sexta-feira, das 08 às 12h, o Ponto Cidadão também tem como objetivo diminuir o tempo de espera de 120 para 15 dias úteis no prazo de entrega dos documentos com custo reduzido e melhor atendimento. No local são emitidos Carteira de Identidade, Carteira de Trabalho, CPF e Antecedentes Criminais.

Desde o início de suas operações em Cruz das Almas o posto emite diariamente cerca de 35 Carteiras de Identidade, 25 Carteiras de Trabalho, cinco Antecedentes Criminais e oito de CPFs. Além de Cruz das Almas, o Ponto cidadão está presente em mais quatro cidades da Bahia: Inhambupe, Coaraci, Central e Presidente Tancredo Neves

Além dos serviços da Rede SAC, o Ponto Cidadão de Cruz das Almas foi o primeiro a contar com um posto do SineBahia ( Serviço de Intermediação ao Trabalho), que realiza a intermediação de mão de obra entre empregado e empregador e recebe documentação para requisição de seguro-desemprego.

 

O SineBahia promove, em média, cerca de 70 atendimentos por dia.O Serviço de Intermediação também tem um banco dados atualizado com cerca de 12.000 cadastros.

Por Gustavo Medeiros

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(Ir)responsabilidade nuclear http://www.ufrb.edu.br/linkreconcavo/2011/05/24/irresponsabilidade-nuclear/ http://www.ufrb.edu.br/linkreconcavo/2011/05/24/irresponsabilidade-nuclear/#comments Tue, 24 May 2011 13:51:38 +0000 http://www.ufrb.edu.br/linkreconcavo/?p=5885 Não podemos nos esquecer dos trágicos e desastrosos acidentes

nucleares ocorridos nos últimos anos, em Three Mile Island, na
Pensilvânia – Estados Unidos em 1979, em Chernobyl-Ucrânia em 1986, e
mais recente em Fukushima-Japão.

Para se ter uma idéia da dimensão dos problemas, o acidente em Three
Mile Island, ficou no nível 5. O de Chernobyl e o de Fukushima no
nível máximo 7, considerado como acidente grave pela Escala
Internacional de Eventos Nucleares – INES, que mede a gravidade de
desastres atômicos.

Os acidentes de 1979 e de 1986 foram causados por falhas humanas que
provocaram um superaquecimento no reator, e vazamento de material
radioativo para a atmosfera. Já o mais recente e dramático acidente em
Fukushima, ocorreu depois de um terremoto seguido de Tsunami. Também
neste caso houve liberação de radioatividade para o meio ambiente,
levando a evacuação de mais de 170.000 pessoas no entorno de 30 km do
local do acidente.

Pouco divulgadas são as anomalias menos graves que ocorrem nas 442
usinas nucleares espalhadas pelo mundo. Mesmo assim, há de se
considerar que a segurança destas usinas teve avanços importantes nos
últimos anos. Todavia, continuam suscetíveis a erros humanos, erros
técnicos e desastres naturais.

Mesmo com as evidências e com as imagens instantâneas vistas da
explosão de reatores da usina de Fukushima, os (ire)responsáveis e
defensores da construção de novas usinas, continuam minimizando os
riscos desta fonte de geração de energia elétrica. Afirmam que a
segurança das centrais nucleares é perfeita, e que o risco é
praticamente zero. Tentam tranqüilizar as pessoas, afirmando que a
evolução tecnológica levou as usinas nucleares a se modernizarem e
serem praticamente imunes a acidentes. É citado nos discursos “o
perigo zero” que representa as centrais nucleares.

No acidente de Fukushima o que vimos na realidade, foi à impotência
dos técnicos de nada poderem fazer para evitar a liberação de
radioatividade para o meio ambiente.  Portanto, os perigos ainda
existem, e ocorrendo acidentes provocam graves danos à saúde e uma
enorme devastação com a contaminação da água, solo e ar. Esta fonte
energética é desastrosa para a vida.

Mesmo não ocorrendo acidentes, para os rejeitos produzidos durante a
geração elétrica, não se pode garantir sua segurança nos depósitos por
milhares de anos.  A atividade radioativa do lixo atômico sobreviverá
muito tempo, mesmo depois que a usina for desativada, legando assim
para as gerações futuras um problema considerável. Sem falar no
desastre ambiental produzido já na mineração do urânio.

No caso brasileiro o elevado custo de construção de usinas nucleares
(aproximadamente 8 bilhões de dólares cada uma), associado a uma
tendência de alta devido ao rigor que será exigido com relação aos
padrões de segurança pós-Fukushima, não compensará o uso que se fará
da energia. Sem dúvida o impacto imediato será “sentido” nas tarifas
elétricas. Pagamos uma das mais altas tarifas do mundo, e com
tendência de aumento para os próximos anos. Sem nenhuma dúvida pode-se
afirmar que o uso da eletricidade nuclear irá contribuir ainda mais
para a elevação das tarifas de energia elétrica.

A história do nuclear mostra que sempre foi e continua sendo, mesmo
com a nova geração de reatores, uma indústria altamente dependente de
subsídios públicos. O que significa dizer que quem vai pagar a conta
da imensa irresponsabilidade de se implantar estas usinas em nosso
país será a população de maneira geral, e em particular os
consumidores.

Por *Heitor Scalambrini Costa

Professor da Universidade Federal de Pernambuco

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