O Conselho Estadual do Meio Ambiente – CEPRAM se reune nesta sexta-feira(06/11) , às 9h, na sede do IMA(Instituto do Meio Ambiente), no bairro Monserrat em Salvador. O motivo é a deliberação sobre a licença ambiental para a instalação de duas usinas termelétricas na localidade de Jenipapo, zona rural de Sapeaçu. Na reunião, os membros do Conselho vão apreciar o relatório emitido pelo IMA (Instituto do Meio Ambiente), que definiu pela reprovação do projeto.
Contudo, o CEPRAM poderá ou não seguir o parecer do IMA. Os moradores de Sapeaçu e de outros municípios vizinhos, representantes de grupos ambientais contrários à instalação das usinas prometem realizar uma grande mobilização para acompanhar a reunião do conselho na capital.
Ambientalistas e parte da população de Sapeaçu, que vivem na sua maioria do cultivo de citros, mandioca, milho e pecuária, temem a poluição gerada pelo funcionamento das usinas. As termelétricas utilizam um tipo de óleo pesado, o OCB1, para funcionar.
Os empreendimentos fazem parte do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) no Recôncavo baiano e já deveriam estar concluídos em janeiro de 2010. Mobilizações de moradores e ambientalistas com representação no Ministério Público Federal, além de outras ações, assim como o não-licenciamento ambiental pelos órgãos competentes inviabilizaram a evolução das obras.
O projeto do governo federal prevê a implantação de mais uma usina termelétrica em Sapeaçu, com prazo de funcionamento para 2013.
O presidente da Multiner, empresa vencedora na licitação pública realizada pela ANEEL(Agência Nacional de Energia Elétrica) para a concessão da geração de energia com a instalação de Usinas Térmicas, Jorge Boueri, disse que não há risco para a população com o as atividades das usinas, porque segundo ele, as unidades utilizam tecnologia de ponta para funcionar.
Para os integrantes do Movimento Termoelétricas Jamais, a empresa ainda não conseguiu esclarecer questionamentos sobre a emissão de gases na atmosfera, tampouco sobre as características do óleo pesado (OCB1) e não estão convencidos com as explicações fornecidas pela Multiner sobre o funcionamento das usinas, por isso prometem seguir na luta contra a implantação das usinas. “Não estamos convencidos com as informações prestadas até agora pela Multiner”, disse o coordenador do movimento e PHD em Química, Silvonido da Silva Borges.
Por Alzira Costa