Morreu na madrugada da última sexta-feira (21), aos 56 anos, no hospital Jorge Valente, em Salvador, o poeta, jornalista e fotógrafo Damário Dacruz. Ele não resistiu aos efeitos de um devastador câncer no pulmão. O corpo foi velado até o meio-dia no Cemitério Jardim da Saudade de onde seguiu para o sepultamento no cemitério da Piedade em Cachoeira.
Em vida, Damário sempre manifestou aos familiares o desejo de ser sepultado em Cachoeira, cidade que ele adotou há mais de duas décadas e onde fundou o espaço cultural Pouso da Palavra. Damário estava atuando na Assessoria Geral do Comunicação do Estado da Bahia (Agecom).
Sepultamento-Amigos, familiares, artistas, autoridades e pessoas simples se despediram ontem (21/05) à tarde do poeta Damário Dacruz. O corpo do fundador do ESpaço Cultural Pouso da Palavra, foi velado no Salão Nobre da Câmara de Vereadores.
Antes do sepultamento no Cemitério da Piedade, amigos prestaram homenagens a Damário. No ato religioso que antecedeu ao sepultamento, o cônego Hélio Cezar Leal Vilas-Boas lembrou a criatividade do poeta. Familiares do poeta Damário Dacruz continuam recebendo muitas manifestações de pesar pelo seu falecimento.
POEMAS
Todo Risco
A possibilidade de arriscar
É que nos faz homens
Vôo perfeito
no espaço que criamos
Ninguém decide
sobre os passos que evitamos
Certeza
de que não somos pássaros
e que voamos
Tristeza
de que não vamos
por medo dos caminhos
Caixa-preta
Sou um homem.
Portanto,
mais que palavra.
Não pronuncio
o sentimento
apenas como palavra.
O que foi dito
ao entardecer
não se confirma
na madrugada.
O que foi visto
no sonho
não se confronta
com a realidade.
Sou um homem.
Portanto,
uma surpresa.
Por Elsimar Pondé e Alzira Costa ( adaptado)