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Psicologia da Educação: pesquisadoras da UFRB, UFOP e UFPR contribuem para a formação de estudantes da UNICAMP para as relações étnico-raciais

Escrito por Anderson | Criado: Quinta, 06 Outubro 2022 13:37 | Publicado: Quinta, 06 Outubro 2022 13:37 | Acessos: 333

As universidades públicas paulistas apenas a partir de 2017, como a Universidade de São Paulo, passaram a aderir ao sistema de cotas raciais e cotas sociais (escola pública). Desde então, alguns investimentos importantes tem favorecido o tripé no ensino, na pesquisa e na extensão no estado de São Paulo nas universidades consideradas de excelência no Sudeste.

Em agosto, a UNICAMP, após aprovar a criação de uma vaga para concurso público de professor na Faculdade de Educação e Departamento de Psicologia da Educação, realizou rigorosa pesquisa para detectar pesquisadores com perfil representativo das produções científicas importantes em psicologia, educação e relações raciais.

Os pesquisadores selecionados pela UNICAMP através de suas produções e atuações em pesquisa, ensino e extensão na plataforma lattes, foram de três regiões do país: Sudeste (Minas Gerais), Sul (Paraná) e Nordeste (Bahia). Sendo respectivamente as cientistas do campo da psicologia da educação da UFOP – Universidade Federal de Ouro Preto, com a Profa. Dra. Zara Figueiredo Tripodi, UFPR – Universidade Federal do Paraná, com a Profa. Dra. Lucimar Rosa Dias e UFRB – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, com Profa. Dra. Regina Marques de Souza.

Este fato é de fundamental importância no cenário nacional, pois em 2023 a LDN – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional completa 20 anos de alteração através dos dispositivos da Lei 10.639/03 e posteriormente o aditivo da lei 11.645/08 que obrigam a implementação efetiva da transmissão da história da cultura e civilização africana, bem como da cultura afro-brasileira e dos povos indígenas no Brasil. A implementação desta legislação é ainda um grande desafio para o bem estar das crianças e jovens na educação básica brasileira.  Igualmente, as dimensões psíquicas, afetivas e emocionais também são difíceis atributos a serem efetivados por uma formação em psicologia que compreenda a importância do diálogo do campo das relações étnico raciais com a educação e o fazer do professor e do psicólogo.

As pesquisadoras selecionadas pela UNICAMP cumpriram com a difícil tarefa de participar desta importante correção social de valorização do campo étnico racial para a formação dos profissionais da educação e da saúde emocional, no caso de psicólogos. Também é salutar observar que as pesquisadoras selecionadas por seus currículos, são mulheres negras, engajadas na construção científica que representa os anseios da população brasileira em seu conjunto étnico racial indígena, negro e branco.

Em pausa após o difícil trabalho de uma semana exaustivamente realizado na UNICAMP, as pesquisadoras reuniram-se no Instituto Moreira Sales em São Paulo para um almoço com a Profa. Dra. Cida Bento, que escreveu a obra de referência em psicologia e relações raciais Psicologia Social do racismo (2000) a qual encontra-se em sua 17 edição.

As pesquisadoras, incluindo a Profa. Cida Bento, prestigiaram o lançamento do livro Territorialidades afro-indígenas e lutas pelo reconhecimento (2022) da Profa. Lourdes Carril da UFSCAR, com o capítulo de abertura Ancestralidade afro-indígena: conceitos para a psicologia e saúde mental da Professora e Psicanalista Regina Marques da UFRB.

O Professor da Faculdade de Educação da USP, Eduardo Januário, também prestigiou o encontro com Profa. Cida e as pesquisadoras selecionadas como referências para as ações na UNICAMP.

É preciso festejar e celebrar estes fatos que representam o triunfo de todos os negros e povos da diáspora que vieram muito antes destas conquistas, pessoas anônimas ou não que trilharam os difíceis caminhos para que significativas vitórias aconteçam. Lembrando que a luta antirracista é responsabilidade de todos, negros ou não. Pois a composição da universidade brasileira é ainda majoritariamente branca em seu corpo docente e discente e não pode dispensar o diálogo e as alianças para o bem estar coletivo do conjunto étnico do Brasil.

Momentos como estes são valorosos na vida social do país e do povo negro brasileiro, pois legitimam as vitórias das lutas dos que através do engajamento tecno-científico de alto nível no universo acadêmico, não apenas denunciam o racismo, mas trabalham pragmaticamente para a elevação da civilidade humana através da igualdade, do conhecimento das culturas, da valorização da diversidade do povo negro e da diáspora africana no Brasil.

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