A Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (INTERCOM) anunciou o professor doutor Guilherme Moreira Fernandes do Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL), da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), como vencedor do Prêmio Luiz Beltrão de Comunicação, na categoria Liderança Emergente, em 2023. O certificado de Liderança Emergente premia um jovem doutor que adquiriu projeção local ou regional pela seriedade do seu trabalho, pela capacidade de liderar projetos e pela busca por parcerias.
Guilherme Moreira é professor e pesquisador, nos cursos de graduação e do programa de pós-graduação em Comunicação da UFRB; presidente da Rede de Estudos e Pesquisa em Folkcomunicação (Rede Folkcom) e coordenador do GT História das Mídias Audiovisuais da Associação Nacional dos Pesquisadores de História da Mídia (ALCAR). Seus trabalhos discutem Folkcomunicação, censura às diversões públicas e homossexualidade nas telenovelas. Ele é coordenador do Bacharelado em Comunicação Social/Jornalismo da UFRB; presidente do Núcleo Docente Estruturante do curso de Jornalismo; e pesquisador do Grupo de Pesquisa Corpo e Cultura (CNPq/UFRB).
Para Guilherme Fernandes, o prêmio Luiz Beltrão, "cujo patrono faz parte dos meus objetos de estudo e pesquisa, representa que fui feliz nas escolhas teóricas, metodológicas e opções de carreira acadêmica que fiz". "Acredito que o prêmio também consolida a Folkcomunicação como condição disciplinar perante o campo. É essa corrente teórica que objetivo consolidar na UFRB, tanto no âmbito da graduação como da pós-graduação", registrou Guilherme.
O prêmio foi entregue pela professora doutora Marialva Carlos Barbosa, orientadora de Guilherme Fernandes, no doutorado em Comunicação, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), durante a programação presencial do 46º Congresso do INTERCOM, em solenidade no dia 6 de setembro, no Teatro São João Paulo II do Campus Coração Eucarístico da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), em Belo Horizonte. A Intercom que lhe concede o prêmio é uma instituição sem fins lucrativos, destinada ao fomento e à troca de conhecimento entre pesquisadores e profissionais atuantes no mercado. A entidade estimula o desenvolvimento de produção científica não apenas entre mestres e doutores, mas também entre alunos e recém-graduados em Comunicação, oferecendo prêmios como forma de reconhecimento aos que se destacam nos eventos promovidos pela entidade.
Outros vencedores também receberão a premiação, na mesma solenidade, em outras categorias: Rede Nacional de Combate à Desinformação (RNCD Brasil) como Grupo Inovador; Arquivo Nacional como Instituição Paradigmática; e a professora e pesquisadora da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília, Nélia Del Bianco, como Maturidade Acadêmica.
Os candidatos ao prêmio são indicados pela comunidade acadêmica das ciências da comunicação, dirigentes e colegiados dos cursos de comunicação (graduação e pós), institutos de pesquisa e outras entidades da área. As indicações podem ser individuais ou coletivas, dirigidas ao Presidente do Júri do Prêmio Luiz Beltrão. A escolha dos vencedores de cada categoria é feita por um colegiado, composto pelos ex-presidentes da Intercom, pelo atual presidente da entidade e pelos vencedores em todos os anos do Prêmio Luiz Beltrão na Categoria “Maturidade Acadêmica”.
Prêmio
O Prêmio Luiz Beltrão é uma homenagem da INTERCOM ao jornalista, professor e pesquisador olindense Luiz Beltrão de Andrade Lima (1918-1986), autor da primeira teoria brasileira das Ciências da Comunicação e da Informação, baseada nos estudos do pensamento comunicacional latino-americano. Beltrão foi o primeiro Doutor em Comunicação no Brasil com a tese "Folkcomunicação: um estudo dos agentes e meios populares de informação de fatos e expressão das ideias", defendida na Universidade de Brasília, em 1967. Ele é escritor de diversos livros. Na área de comunicação escreveu, dentre outros, Iniciação a Filosofia do Jornalismo (vencedor do prêmio Orlando Dantas, em 1959); Comunicação e Folclore (1971) e Índio, um mito brasileiro (1977). Beltrão foi fundador do Instituto de Ciências da Informação, primeiro centro acadêmico nacional de estudos midiáticos, e criou a revista Comunicações & Problemas, primeira revista de ciências da comunicação (Universidade Católica de Pernambuco, 1963).
Foi um dos fundadores e presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Pernambuco; atuou na imprensa como jornalista por quase trinta anos, trabalhou em veículos regionais, nacionais e internacionais, este último como correspondente das agências de notícias France Press e Asa Press. Formou-se pela Faculdade de Direito da antiga Universidade do Recife, depois denominada de Universidade Federal de Pernambuco, numa época em que existiam somente os cursos de Medicina, Direito e Engenharia.
Crédito das fotos: INTERCOM.