Duas estudantes da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) foram selecionadas para integrar a delegação que representará a juventude brasileira na 28ª Conferência das Partes (COP28) das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas da Organização. Samara Assunção e Mirela Coelho, do Centro de Ciência e Tecnologia em Energias Sustentáveis (Cetens), Campus de Feira de Santana, irão participar do evento, que acontece de 30/11 a 12/12 em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. A viagem foi financiada por meio de campanha de arrecadação on-line e de ajuda de custo da Universidade, através da Reitoria.
Samara e Mirela fazem parte de uma delegação de 14 jovens do Engajamundo, uma rede de ativismo que se dedica às pautas de justiça climática, gênero e desenvolvimento sustentável. O grupo, composto por ativistas de várias regiões do Brasil, foi escolhido para representar o país na COP28. Na bagagem dos jovens brasileiros, para discussão com os líderes mundiais, estão pautas da transição energética; da educação climática; e da ratificação, por parte do Brasil, do Acordo de Escazú para criação de mecanismos para proteção das pessoas que lutam pelos territórios.
Estudante de Engenharia de Energias e bacharela em Energia e Sustentabilidade, Samara conta que o interesse pelo ativismo ambiental começou em 2019, quando surgiu a oportunidade de participar do Climate Week, evento regional promovido pela ONU e realizado em Salvador. No Cetens, o contato com o curso e com pessoas envolvidas com a temática ambiental tornou o engajamento ainda mais contundente e ela começou a participar de programas climáticos.
“Além de ter conhecido as pessoas do Engajamundo dentro da UFRB, também tenho contato dentro do curso com vários temas que fazem intersecção com o que a gente trabalha no Engajamundo e dentro do meu ativismo, como por exemplo, energia renovável, que é uma pauta que a gente leva para a COP. Porque a gente acredita que a transição energética deve ser feita com equidade e não somente uma transição em que 100% das pessoas de países desenvolvidos tenham acesso à energia, enquanto outros países tenham apenas 17%, como é o caso de Niger, na África”, relatou a estudante.
A experiência do trabalho com o ativismo climático e a participação anterior na COP — a primeira foi em 2021, em Glasgow, na Escócia — levam Samara a analisar previamente o cenário desta edição, a qual, segundo ela, apresenta dificuldades, como certas mudanças na estrutura do evento e a escolha do país sede: “Infelizmente a gente já tem notícias ruins no espaço para a sociedade civil porque o Brasil tinha dois espaços: um para a sociedade civil e outro para a delegação, o governo. Mas, neste ano, reduziram a um espaço só, oficial, daí a gente teve que disputar espaço de fala com as empresas. Outra dificuldade é em relação ao país. O Emirados Árabes é um país bastante conservador, tem leis bastante conservadoras. Muitos desafios para além da conferência”, afirmou.
COP28
A 28ª edição da Conferência das Partes irá discutir os impactos das mudanças climáticas. As missões da COP28 serão focadas nas agendas de transição energética e na proposição de ações de adaptação e redução de danos causados pelas mudanças climáticas.
O evento reúne autoridades oficiais dos países que participam da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC) e ativistas climáticos de organizações da sociedade civil.
Acesse o perfil oficial do Engajamundo nas redes sociais e conheça mais sobre o trabalho do grupo.
Assista ao vídeo da reportagem da CNN Brasil sobre a COP28: