A estudante da Universidade do Recôncavo da Bahia (UFRB) Theisy Nascimento foi aprovada na seleção para o Caminhos Amefricanos: Programa de Intercâmbio SUL-SUL- edição Moçambique, uma ação do Ministério da Igualdade Racial (MIR) em parceria com o Ministério da Educação (MEC) e a Universidade Pedagógica de Maputo (UP-Maputo) que visa a socialização e conhecimentos e combate ao racismo no Brasil por via do intercâmbio internacional de curta duração. No país africano, a graduanda em Licenciatura em Música Popular Brasileira, do Centro de Cultura Linguagens e Tecnologias Aplicadas (CECULT), em Santo Amaro, irá pesquisar sobre a relação da musicalidade brasileira e africana.
“Direciono minhas investigações para a compreensão dos etnométodos usados para o ensino-aprendizagem da Música Popular Brasileira. É sabido que nossa musicalidade tem forte influência da musicalidade africana. Acredito que essa influência também se atualiza na nossa forma de apreciar, contextualizar, criar, aprender e ensinar. Penso a metodologia de ensino vinculada à política de acesso e permanência”, explica a estudante.
Enquanto aguarda o dia da viagem, marcada para 16 de setembro de 2024, Theisy participa da primeira etapa do Programa: um curso on-line para imersão cultural, ministrado por professores do curso de Licenciatura Interdisciplinar em Estudos Africanos e Afro-Brasileiro, da Universidade Federal do Maranhão, e por professores e estudantes da Universidade Pedagógica de Maputo. A segunda etapa será a experiência imersiva em Moçambique.
Theisy afirma esperar que a participação no Programa contribua para além da produção de sua pesquisa. “Minha expectativa é a conexão de saberes com o território, com as pessoas, conhecer novas possibilidades de pensamento e organização pedagógica, social, musical, humana, estabelecer redes de confluências de saberes e relações interpessoais comprometidas com a criação de novas possibilidades para o nosso mundo, principalmente no que tange o combate ao racismo e a xenofobia dentros dos territórios e entre os continentes”, relata a jovem.
Além de Theisy, a edição Moçambique do Caminhos Amefricanos selecionou outros 49 estudantes brasileiros que se autodeclaram quilombolas, pretos ou pardos, para um momento de troca e conhecimento durante 15 dias na UP-Maputo. Eles(as) receberão ajuda de custo com passagens aéreas, auxílio saúde, auxílio na emissão da documentação; auxílio para retirada de passaporte e apoio ao chegar no destino final.
Saiba mais
O Caminhos Amefricanos: Programa de Intercâmbio SUL-SUL, promovido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e o Ministério de Igualdade Racial (MIR), possibilita o intercâmbio de estudantes brasileiros para países da África, Latinoamérica e Caribe.
Entre os objetivos do Programa estão contribuir para o combate ao racismo e a promoção da igualdade racial no Brasil; promover a cooperação acadêmica entre instituições de ensino superior dos países envolvidos; promover o diálogo entre os países da diáspora africana na América Latina e Caribe para a apreensão e a socialização de conhecimentos utilizados para o combate e superação do racismo e das políticas públicas educacionais de inclusão da História e Cultura Africana e da Diáspora Africana; estimular a produção de pesquisas, o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação para a promoção da igualdade racial e combate ao racismo no Brasil; entre outros.
Para saber mais sobre o Programa e acompanhar a publicação de editais para novos destinos, acesse a página do Caminhos Amerfricanos.