Resumo dos Grupos de Trabalhos

 

GT 01 - POLÍTICAS AFIRMATIVAS NA UNIVERSIDADE: ACESSO, PERFIL E INCLUSÃO SOCIAL


COORDENADORES: Prof. Dr. Bruno José Rodrigues Durães (UNICAMP); Prof. MSc. Mário Resende (UNILA); Prof.ª Ana Paula Santos de Jesus (UFRB)

RESUMO: Pretende-se reunir trabalhos que tratem das políticas afirmativas em suas diversas modalidades no âmbito da universidade e do ensino superior, seja no plano de análises qualitativas ou quantitativas. Dessa maneira, esperam-se agregar propostas que estejam pensando sobre as formas passadas e/ou atuais de inclusão ou de democratização, principalmente, estabelecendo relação com a expansão do ensino superior público no Brasil, e que reflitam, na medida do possível, sobre o redimensionamento da Universidade no contexto social e político da inclusão. Serão valorizados também trabalhos que apresentem um diálogo com a própria concepção de Universidade Contemporânea, e que abordem a função (ou papel) e a esfera da abertura da Universidade  em contextos de crises sociais e econômicas. A própria Universidade hoje está imersa em crises, sobretudo, na esfera do saber, do conhecimento e da própria formação social e humana dos indivíduos. Será que a Universidade ainda é o centro da produção do saber e espaço da cidadania humanística? E qual a relação dessa ideia de produzir saber com a inclusão social de grupos e povos que historicamente foram alijados do ensino superior? Será que se constitui com a inclusão uma Universidade realmente diversa, plural e participativa? Estaria a inclusão propiciando uma mudança positiva e qualitativa na Universidade, ampliando seus sentidos e horizontes? Também se pode relacionar às políticas inclusivas com desigualdades sociais diversas (raça, gênero, educação etc.) e com questões de poder e classe. São temas contemplados no GT.

 

GT 02 -  UNIVERSIDADE: PERMANÊNCIA, AFILIAÇÃO E ÊXITO ACADÊMICO

COORDENADOR: Profª.  Rita de Cássia Dias Pereira Alves (CAHL/UFRB)

VICE-COORDENADOR: Prof. Dr. Cláudio Orlando C. do Nascimento (CECULT/UFRB)

RESUMO: O Grupo de Trabalho acolherá o debate, a problematização e a socialização das experiências e inovações, das políticas e práticas, desenvolvidas no campo das ações formativas (de ensino/pesquisa/extensão e comunitárias) em prol da permanência de estudantes cotistas e de origem popular, com enfoque na construção do êxito acadêmico no ensino superior contemporâneo. Contempla a produção epistemológica e a troca de saberes sócio-culturais elaboradas no âmbito das instituições, organizações e dos movimentos sociais, com a finalidade de difundir as abordagens de formação, as estratégias curriculares e as práticas de democratização, e diversidade que cooperem para a construção do sucesso acadêmico, dos estudantes cotistas, considerados os objetivos educacionais de formação cidadã, humanística, profissional, e de promoção da inclusão social. A temática integra, em campo multidisciplinar, os estudos, pesquisas e experiências que tem como foco o acolhimento das múltiplas identidades sócio-históricas, étnico-raciais e culturais que constituem o cenário atual da universidade brasileira, a partir das ações em prol da popularização do ensino superior, da democratização do acesso e da interiorização da rede de ensino público de nível superior. Tal contexto dinamiza a produção, a socialização e a difusão das contribuições  para o desenvolvimento, advindas da convivência em contextos complexos e multirreferenciais. O GT abordará aporte teórico e vivencial sobre afiliação universitária, construção da identidade discente, inclusão social das populações negras no ensino superior, equidade e formação.

 

GT 03 - A CIDADE E O URBANO NO BRASIL: OBSERVAÇÕES SOBRE O PASSADO E O PRESENTE DAS DESIGUALDADES SOCIECONÔMICAS, ESPACIAIS, RACIAIS E DE GÊNERO.

COORDENADOR:  Dr. Reinaldo José de Oliveira (UNIOESTE)

RESUMO: O tema da cidade e o urbano é central nas ciências humanas e sociais que estudam e pesquisam a produção social do espaço, ou seja, a intervenção humana por intermédio do trabalho que transforma e metamorfoseia o ambiente social. A literatura nacional, em geral, tem sua origem, desenvolvimento e quadro atual, enquanto base os preceitos acima indicados. Estes preceitos organizaram-se com as contribuições da escola francesa de estudos urbanos de orientação marxista. A exemplo disto podemos citar: os estudos sobre os movimentos sociais urbanos e a luta pela terra, os movimentos de favelas, encortiçados e loteamentos irregulares; a luta em torno dos equipamentos coletivos de consumo coletivo, como hospitais, creches, postos de saúde, mercado de trabalho, enfim, os lugares de viver a vida e o mundo do trabalho; os espaços de produção e reprodução da cultura, ou seja, de espaços públicos e privados. Deste modo verifica-se que na literatura da academia nacional, os estudos sobre a cidade e o urbano privilegiaram corpo teórico metodológico  que tem como base as diferenças socioeconômicas. No entanto, pelo que  apresentamos acima, é imprescindível os estudos sobre as desigualdades raciais, de gênero e as demandas que se inscrevem na etapa atual. É fundamental propor e problematizar a cidade e o urbano em interface aos fenômenos de classe social, articulando neste debate as dimensões de raça e gênero, em geral ausentes no quadro conceitual tradicional dos estudos sobre o urbano no Brasil. Portanto, a proposta de GT busca  reunir trabalhos que façam as combinações e  entrelaçamentos de temas para  além  da tradicional leitura socioeconômica,  pois em nossa contemporaneidade o direito à cidade se inscreve em diferentes frentes territoriais, que ultrapassam o campo tradicional das classes sociais.

 

GT 04 – DISPARIDADES RACIAIS: SAÚDE MENTAL DA POPULAÇÃO NEGRA

COORDENADORA: Prof.ª Dr.ª Regina Marques de Souza Oliveira (UFRB)

RESUMO: A saúde mental é tema complexo e historicamente revestido de estigmas e preconceitos. No mesmo sentido a formação dos profissionais de saúde está atrelada a um modelo médico de formação o qual não aborda as diferenças raciais e étnicas enquanto importantes elementos norteadores de políticas em saúde e formas de avaliação e intervenção em saúde. Esta tradição conceitual propicia a franca falta de habilidade teórico conceitual dos próprios profissionais de saúde mental que engendram o processo de reprodução social do saber/fazer/ciência e práticas sociais em saúde, sejam eles psicólogos, enfermeiros, médicos, assistentes sociais, dentre outros. No contexto internacional, (EUA, Inglaterra e Canadá), há inquestionável reconhecimento dos profissionais de saúde e academia científica sobre a importância dos estudos étnico-raciais enquanto norteadores de políticas públicas de saúde e saúde mental das diferentes populações (grupos populacionais) que habitam e compõem o país. No Brasil, apesar da majoritária presença negra em seu contingente sócio-demográfico (IBGE, 2010), esta realidade prática e acadêmica do fazer científico voltado para a área da saúde mental ainda figura muito distante dos dados empíricos observados nos serviços de saúde.  Portanto, este GT busca considerar abordagens em saúde mental que considerem a dimensão étnico racial para o bem estar social geral das pessoas e do contexto de saúde no Brasil, aglutinando estudos e leituras do psiquismo e dos processos de adoecimento e sofrimento mental a partir e em conjunção/entrelaçamento com a abordagem étnico-racial.

 

GT 5- RELAÇÕES DE RAÇA, CLASSE, GÊNERO E SEXUALIDADE.

COORDENADORAS: Prof.ª Dr.ª Angela Lucia Silva Figueiredo (IUPERJ); Prof.ª Msc. Zelinda dos Santos Barros (UFRB)

RESUMO: Incontestável a compreensão de que as desigualdades sociais afetem diferentemente homens e mulheres, negros e brancos. Ao longo das ultimas décadas tem crescido o numero de pesquisas que contemplam as diferenças raciais na sociedade brasileira. O objetivo deste GT é propiciar o debate de pesquisas que tenham como foco as desigualdades de gênero, raça e sexualidade. Particularmente gostaríamos de abordar a perspectiva do feminismo, tendo em vista o protagonismo das mulheres oriundos de diferentes lugares da estrutura social.

 

GT 6 – Culturas Negras, Identidades e Representações.

COORDENADORES: Dr. Wilson Rogério Penteado Junior (UFRB); Prof. Msc. Marlon Marcos Vieira Passos (PPGA)/(UFBA)

RESUMO: O eixo central que aglutina os trabalhos para este GT é o conceito de “culturas negras”, entendendo-se por isto, os efeitos geopolíticos e sócio-culturais da diáspora negra africana nas Américas e, em especial, no Brasil. Em sendo assim, almeja-se a contribuição de trabalhos sobre culturas populares e religiosidades em suas múltiplas representações seja pela dimensão cosmológica (que envolve mitos, ritos e sistemas de crença), seja pela dimensão política (que envolve a configuração social, étnica e/ou racial de grupos e suas fronteiras). Os diferentes agenciamentos da memória da escravidão negra, as diversas modalidades rituais dos cultos e sistemas de crença de matriz africana, os folguedos e festejos populares que remontam à experiência de negras e negros africanos no “Novo Mundo” e de seus descendentes, a experiência do cotidiano de escravos africanos no eito e no meio citadino que revelem experiências culturais, dentre outros, são aspectos fundamentais propostos para discussão e reflexão neste GT sobre “Culturas Negras, Identidades e Representações”.

 

GT 07 - ÁFRICAS:HISTÓRIA,HISTORIGRAFIA E ENSINO

COORDENADORES: Prof. Msc.Juvenal de Carvalho Conceição (UFRB); Prof. Msc. Denílson Lessa dos Santos (UNEB); Prof. Dr. Flávio Gonçalves dos Santos (UESC)

RESUMO: Considerando que: é necessário conhecer o Continente Africano por aquilo que ela representa para toda humanidade, em termos de patrimônio histórico e cultural; existem vinculações históricas e sociais estreitas entre o Brasil e determinadas regiões do Continente Africano de tal modo que a compreensão de toda complexidade social, econômica e política da sociedade brasileira, só é tangível quando levamos em conta essas relações; a Lei 10639/2003 desencadeou uma série de processos que ainda se encontram em movimento e exigem, tanto dos professores da educação básica quanto da educação superior, um investimento adicional de suas energias no sentido de darem vida à nova legislação e, por fim, as especificidades da História da África e sua importância para a ciência histórica; Apresentamos esse simpósio temático com o objetivo de reunir professores, pesquisadores e demais interessados na História da África, para discutir perspectivas de ensino, assim como propostas de estudo e pesquisa sobre as sociedades africanas nas mais diversas temporalidades e dinâmicas culturais, assim como refletir sobre as relações, as conexões destas formações sociais africanas com a construção do Brasil.

 

GT 08 – INTERDISCIPLINARIDADES: HISTÓRIA, CULTURA, POLÍTICA E MEMÓRIA DE/EM ÁFRICAS - AMÉRICAS.

COORDENADOR: Prof. Msc. Wesley Barbosa Correia (UFBA)/(IFBA)

VICE-COORDENADOR: Profª. Ms. Sonia Maria de Souza Brito (IFBA)

RESUMO: O presente GT tem por objetivo contemplar as discussões sobre os diálogos culturais entre países africanos e países americanos, intensificados no século XIX, considerando-se o contexto da diáspora dos povos africanos, na perspectiva histórica, sociológica, artística, literária ou linguística. A proposta é discutir de que modo a produção do saber, na contemporaneidade, tem (re)inscrito a presença de África na América e vice-versa, contemplando os estudos que versam, tanto no âmbito do local quanto do global, sobre o processo de construção das identidades nacionais, da trajetória e do protagonismo de indivíduos e de grupos sociais, da religiosidade, da territorialidade e das reflexões acerca das questões de gênero, atentando para o fato de como estes estudos apontam caminhos no que tange à descolonização do pensamento e do poder. Dispõe-se, ainda, este GT, a abarcar produções que considerem o debate em torno da raça e da etnia na configuração dos espaços sociais a partir do trânsito África-América, bem como a utilização e apropriação por parte do Estado das classificações étnicas e raciais para a proposição de políticas públicas. Dentre outras formulações teóricas, dão relevo às reflexões acima indicadas as proposições de Homi Bhabha, Boaventura Sousa Santos, Walter D. Mignolo, Stuart Hall, Frantz Fanon e W. E. B Du Bois.

 

GT 09 - TRADIÇÃO, PATRIMÔNIO E MEMÓRIA NA EXPERIÊNCIA DAS POPULAÇÕES NEGRAS

COORDENADORA: Profª. Msc. Marluce de Lima Macêdo (UEFS)

VICE-COORDENADOR: Prof. Msc. Kleber José Fonseca Simões (UNEB) 

RESUMO: Este grupo temático tem por objetivo reunir trabalhos que refletem sobre trajetórias e experiências das populações negras, no continente africano e na diáspora, particularmente no que diz respeito às diversas memórias construídas acerca destas, enfocando também as tradições negras como um patrimônio histórico/cultural que encerra a herança dos povos africanos e afrodescendentes, sendo um lugar de (re)apresentação das experiências históricas dessas populações.

 

GT 10 - INTERFACES ENTRE A LUTA CAMPONESA E A DOS AFRO-DESCENDENTES NO BRASIL

COORDENADORA: Profª Silvana Lúcia da Silva Lima (CFP/UFRB)

RESUMO: Na leitura da construção dos Movimentos Sociais do Campo percebemos grandes  aproximações com o Movimento Negro no Brasil. Isto se dá especialmente quando analisamos a constituição da classe trabalhadora brasileira que libera os sujeitos político para gestar estas lutas organizadas. O resgate histórico do primeiro passa, necessariamente, pela luta do negro africano no Brasil, outrora camponês em seu país de origem.  Estes conduziram os quilombos como espaços que agregavam pobres de toda ordem (negros, índios, brancos e mestiços) sustentados no trabalho camponês, constituindo territórios de luta e resistência contra a ordem social e econômica estabelecida. As batalhas dos quilombolas talvez tenham sido as primeiras grandes manifestações políticas da classe trabalhadora neste país. Atualmente, 30,95 % da população do Nordeste é rural, 40,7% aufere renda oriundas de atividades agrícolas (bóias frias, arrendatários, etc), onde parte significativa destes sujeitos são negros e mestiços que sofrem os resultados históricos da segregação e exclusão social próprios do modelo hegemônico. Com isso, as pautas de lutas destes movimentos sociais se cruzam necessariamente. Os referencias que os individualizam, ser campesino e raça,  reencontram-se/sintetizam-se na condição de classe trabalhadora. Ambos lutam contra as estruturas políticas e econômicas que sustentam as desigualdades sociais. A maciça presença de afro-descentes entre os  sujeitos políticos que vivem e trabalham no campo e engrossam as fileiras dos movimentos sociais camponeses, nos permite identificar uma interface entre os dois movimentos, objeto de análise deste texto. As organizações reivindicam políticas públicas que permitam a construção de identidades sociais (Educação do Campo e para os Afro-descentes), de direitos sociais e conquistas territoriais (assentamentos rurais e demarcação de área quilombolas) engajados num projeto popular maior, meso sem a necessária clareza, que visa reverter às relações sócias de produção que sustentam o sistema Capitalista.

Palavras chaves: Movimentos Sociais, Luta, Classe

 

GT 11 - PODER, REPRESENTAÇÃO RACIAL E RACISMO INSTITUCIONAL

COORDENADORES: Dr. Nilo Rosa dos Santos (UEFS); Prof. Dr. Luis Tomas Domingos (UNILAB); Prof. Msc. Romilson da Silva Sousa (UNEB)

Resumo: As instituições no Brasil cumprem um papel importante no momento que qualificam as diferenças.  Mulheres, Afro-brasileiros, homossexuais são previamente definidos como bons, ruins, feitos, incompetentes e ouros adjetivos. Estes grupos discriminados ficam, em função desta discriminação, sem representantes nas esferas de poder. É com esta perspectiva que nos propomos a discutir o racismo institucional, a representação racial e as formas de obtenção de poder pela maioria dos afro-brasileiros. É preciso discutir o poder em todas as suas dimensões, desde a dimensão religiosa, passando pela dimensão pessoal, uma vez que estas dimensões podem ter influência na constituição de representação racial, entendida esta como a distinção pela cor da pele, já que o modelo é branco loiro de olhos azuis. Entretanto, até que ponto se pode negar que a alteridade pode ser transferida do pessoal para o institucional.

 

GT 12 - A CONSTITUIÇÃO SÓCIO-HISTÓRICA DO PORTUGUÊS DO BRASIL COMO UM PROCESSO MULTIÉTNICO: IMPLICAÇÕES CONTEMPORÂNEAS NO CAMPO

 

COORDENADOR: Prof. Dr. Gredson dos Santos (CFP/UFRB)

VICE-COORDENADOR: Profª. Msc. Geisa Borges da Costa (UFRB)

RESUMO: A constituição sócio-histórica do português do Brasil como um processo multiétnico: implicações contemporâneas no campo escolar. Trata-se de Grupo de Trabalho que, vendo a constituição sócio-histórica do português do Brasil como um processo multiétnico, pretende congregar propostas que ponham em debate: i) a influência, no português brasileiro, das centenas de línguas africanas faladas pelos escravos que aqui desembarcaram; ii) as consequências do aprendizado forçado do português por escravos africanos e  pelas gerações deles descendentes; iii) características atuais do português falado por populações quilombolas; iv) os reflexos escolares contemporâneos da constituição do português num cenário historicamente  multilíngue e multiétnico; iv) o preconceito linguístico como uma extensão do racismo  à brasileira. Em termos gerais, o GT pretende evidenciar que as práticas escolares brasileiras, centradas em atividades de letramento pensadas apenas para a elite branca brasileira e alheia às questões colocadas acima, é responsável pelas altas taxas de insucesso escolar (e consequente segregação social e cultural)  da população negra brasileira. Sendo assim, o GT pensa que o acesso da população negra brasileira à chamada sociedade do conhecimento no século XXI está diretamente relacionado ao modo como as práticas escolares se efetivam, sobretudo no que tange ao ensino de português.

 

GT 13 – Interseccionalidades, DETERMINANTES SOCIAIS, violência e Saúde da População Negra

COORDENADORA: Profª Drª Denize de Almeida Ribeiro (ISC-UFBA) 

VICE-COORDENADORA: Profª Msc. Vilma Maria dos Santos Reis (CEAO/UFBA)

RESUMO: No Brasil, o racismo tem se configurado como um dos principais determinantes sociais das desigualdades impostas à população negra. O racismo possui suas raízes na escravidão e, por conseguinte, através da anulação e negação da humanidade da população negra atuou como uma das estratégias dos colonizadores para legitimar sua dominação. A força desse racismo pode ser medida pelo fato de a escravidão ter dominado a história do Brasil por mais de três séculos, sendo o último país do mundo a aboli-la. Por conta deste processo a população negra brasileira apresenta até os dias atuais os piores indicadores de saúde e qualidade de vida. Tal situação agrava-se quando se interseccionam as dimensões de gênero, classe, geração, orientação sexual ou quando consideramos a realidade das populações negras tradicionais (Quilombos e Terreiros de Candomblé), pois essas permaneceram mais esquecidas e invisibilizadas que os demais grupos, por conta do preconceito, da intolerância religiosa, do racismo institucional a que ficaram sujeitas. Assim, o presente Grupo de Trabalho (GT) pretende oportunizar o debate, a reflexão e a troca de informações sobre tais temas, relacionando-os a qualidade de vida e de saúde da população negra brasileira. Analisaremos também o papel do poder público diante dessas realidades e apontaremos caminhos possíveis, tudo isso a partir dos estudos, pesquisas, relatos de experiências e atividades conjuntas que serão pautadas neste GT.