JUVENTUDE NEGRA E DEMOCRACIA: Viver, Esperançar e Transformar

*Viver

A juventude negra é herdeira da cosmovisão ancestral; é potência de vida, expressão da arte, da liberdade, da revolução...

A força dessa juventude é capaz de re-mover estruturas, re-desenhar outros cenários, outras memórias, outras resistências, outro projeto de sociedade.  

O que querem as juventudes negras? Direito de ser, pertencer, existir, coexistir... Vida, trabalho, cultura, renda, lazer, educação, autonomia, segurança pública, sanitária, nutricional, territorial, existencial... Cidadania plena!  

Celebrar nossas juventudes implica reconhecê-las, respeitá-las, integrá-las. Nesse percurso, depositar um olhar sobre múltiplas trajetórias; infâncias e ancestralidades; re-visitar a história, respeitar as/os que nos antecederam e, em outra mirada, sorrir para as próximas gerações.

*Esperançar

As crises política, econômica e social são, também, morais. Estão amparadas pelo racismo, pela fúria do olhar anti-negro, anti-indígena; pelo sexismo, capacitismo, etarismo, xenofobia... Desumanidade que anda de mãos dadas com o apagamento histórico e social que destitui grupos de sua dignidade humana, representatividade, humanização.

Esperançar conjuga com a consciência e o engajamento político, com a defesa dos direitos humanos, com a luta por equidade, pela descolonização do conhecimento e pela inclusão social radical.

A história segue pavimentada pela Juventude que grita, pulsa, chora, levanta, espera, sonha, compõe o tecido social, têm voz ativa, revoluciona, resiste, transforma!  

*Transformar

Não é possível compensar o horror da escravidão. Os legados desse sistema escravagista atravessam os séculos, perseguem as juventudes negras, obstruem talentos, cerceam protagonismos e silenciam processos criativos - principal força motriz do desenvolvimento científico e tecnológico do país.

Em tempos de distopia, totalitarismo em plena vigência e impactos devastadores sobre nossas juventudes: encarceramento em massa, criminalização da pobreza, genocídios, feminicídios, memoricídios; o ser jovem, ético, justo, humanitário, político e geracional oportuniza as transformações.

Nesse sentido, precisamos consolidar as ações afirmativas, discutir sobre re-distribuição das oportunidades, as sabotagens das políticas sociais e o fortalecimento de identidades e direitos.

A história segue em disputa... Disputa pelo protagonismo da diversidade, do respeito e por horizontes sociais que nos possibilitem viver com dignidade, esperançar e transformar.

Em que bases reconstruiremos a nação? JUVENTUDE NEGRA E DEMOCRACIA.

Bem-vindes ao Fórum Pró-igualdade Racial e Inclusão Social do Recôncavo - 2022!

O Fórum acontecerá entre os dias 08 e 11/11 de 2022, na modalidade híbrida (atividades presenciais e virtuais), e propõe celebrar o protagonismo da juventude negra no processo de reconstrução do país por meio de apresentações artísticas, apresentações de trabalhos em sessões temáticas e publicações em anais, oficinas e minicursos, lançamento de livros.

A PROPAAE e demais Pró-Reitorias, em articulação com todos os Centros de Ensino e Assessoria de Comunicação, alinhados e imbuídos de vontade política têm se debruçado sobre a construção desse grande marco político referencial de nossa UFRB.

No Fórum 2022, a UFRB celebra a beleza da vida, a esperança e o poder de transformação da juventude que, em linhas contínuas, demarcadas pela ancestralidade, seguem em direção ao que há de vir, e reafirma o compromisso com a inclusão social, a justiça, a liberdade, a autonomia e a democracia. Chega mais, juventude! “Vamos lá fazer o que será!?” (Gonzaguinha)

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