Defesa de Mestrado | 31OUT
NA ENCRUZA, COM 3 FILMES, UM GRANDE EBÓ: contranarrativas desfazendo tudo aquilo que esperam que o Eu negro me torne
VINÍCIUS SOUZA NERI
31OUT - 09h | Google Meet
Esta pesquisa se debruça sobre os cinemas negros e a produção de afetos a partir do conceito de afropresentismo, assumindo-o enquanto ponto de vista analítico e conceitual, em diálogo à teoria da experiência narrativa de Paul Ricoeur (1994) e a perspectiva de tempo espiralar de Leda Maria Martins (2002), para compreender três produções audiovisuais contemporâneas do cinema negro brasileiro e seu movimento de oposição a linearidades hegemônicas, denominada aqui de contranarrativa. A hipótese desenvolvida é que essas produções, guardando suas especificidades em diferentes cenas culturais, evidenciam a emergência de sensibilidades em (re)composição que se articulam enquanto ação e transformação promotora de estratégias de ‘enfrentamento’ às narratividades ocidentalizantes sobre _ negr_ brasileir_. O exercício interpretativo é composto a partir dos filmes: Um transe de dez milésimos de segundos, 7', de Jamile Cazumbá (2020), o curta-metragem Baga de Bagaceira Souza Campos, 23', de Vinny Nepomuceno (2020) e o longa-metragem Café com Canela 102’ (2017) de Glenda Nicácio e Ary Rosa.Nesse sentido, compreende-se que este trabalho contribui para o campo dos formatos narrativos dissidentes contemporâneos, pensados como uma encruzilhada de saberes exuziásticos, investigados sob sensibilidades negras que operam na relação com filmes e prefiguram, configuram e refiguram diversos ciclos espiralares de suas existências, formulando-as por suas próprias matrizes de nomeação. Reivindica-se assim o seu direito a abstração fabulativa e a representação, as performances dos corpos negros comunicam pela afirmativa destes enquanto dimensão estético-política que aciona sua própria metamorfose.
Banca examinadora
Prof. Dr. Jorge Cardoso Filho | presidente - UFRB
Profª. Drª. Dorotea Souza Bastos | PPGCOM/UFRB
Profª. Drª. Emi Koide | CAHL/UFRB