19/12 - Clube da Radiola
Dois LPs que marcaram a década de 1970 por promoverem o diálogo entre o rock psicodélico e a música de Recife (PE) serão apresentados no projeto de extensão Clube da Radiola, no dia 19 de dezembro (quarta-feira), a partir das 20 horas, no Bar do Lalay, no Bairro do Bonfim, em Santo Amaro. O estudante do Cecult Arthur Nery e o professor Victor Valentim (DJ Zivitin) vão comentar e tocar faixas do álbum “Ave Sangria” (de 1974), da lendária banda pernambucana de mesmo nome. O professor, músico e performer Lúcio Agra debaterá o álbum “Vivo!” (1976), de Alceu Valença.
Além da conexão entre a música regional e a contracultura, os dois álbuns têm em comum a participação dos mesmos instrumentistas. A banda Ave Sangria surgiu nos anos 1970 em Recife com uma proposta irreverente e teve carreira meteórica. O LP de estreia “Ave Sangria”, lançado pela gravadora Continental em 1974, emplacou o sucesso “Seu Waldir”, nas rádios pernambucanas. A letra da canção foi interpretada pela censura como uma declaração de amor entre homens e por isso o disco foi proibido e recolhido, o que contribuiu para o fim do grupo.
O guitarrista Paulo (Lampião) Rafael, o percussionista Ivan Semente e o baterista Agrício Noya, recém-saídos do Ave, começaram a tocar com Alceu Valença e participaram da gravação do LP “Vivo!”, lançado em 1976 pela Som Livre. O disco de Alceu foi registrado ao vivo no Teatro Tereza Rachel, no Rio de Janeiro, durante as apresentações do show “Vou Danado Pra Catende”. Sobre o álbum, Alceu Valença escreve em seu site oficial: “gravamos com dois microfones, um amarrado no outro. Um voltado para os músicos, outro para a plateia. Eu me vestia de homem-sanduíche e, ao lado de Zé da Flauta, saía pelas ruas divulgando o show”. A banda que toca no disco “Vivo!” incluía também o paraibano Zé Ramalho.
O Clube de Radiola é um projeto de extensão integrado ao grupo de pesquisa Música e Mediações Culturais (MMC), do Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas (Cecult), da UFRB.