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IV Festival Paisagem Sonora ocupa Santo Amaro de 17 a 19 de novembro com intensa programação gratuita

Depois de cinco anos, o Festival Paisagem Sonora – Formação, Gestão e Difusão da Música está de volta. De 17 a 19 de novembro, sua quarta edição transformará a cidade de Santo Amaro em um grande palco para conferências, atividades de formação, intervenções urbanas e shows que colocam em foco a música como representação de culturas, afirmação identitária, compartilhamento de saberes, diálogos interculturais e inovação tecnológica. O evento busca não apenas intervir, mas, sobretudo, revelar as paisagens e riquezas sonoras do Recôncavo da Bahia, colocando história, ancestralidades e manifestações populares em diálogo com a contemporaneidade e as tendências mundiais. A programação, totalmente gratuita, inclui 12 mesas de debate, um curso sobre direitos autorais, três oficinas, lançamentos e 12 shows.

“O Recôncavo da Bahia se constitui como uma das forças motrizes de ancestralidade, sobretudo pelo seu caráter polissêmico de sonoridades e ecologia acústica. Não por acaso, parte da fortuna da escrita da Música Popular Brasileira tem como forte índice o som fundamental afro-diaspórico produzido neste território de identidade”, contextualiza Danillo Barata, idealizador do projeto, que responde pela coordenação geral junto a Daniele Canedo, dupla que ainda se une a Cláudio Manoel e Ellen Mello na curadoria, todos servidores do Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (Cecult/UFRB), que realiza o evento junto à Fundação Nacional de Artes (Funarte). “Há uma complexa paisagem sonora que precisa ser estudada de forma mais sistemática em um momento importante de reflexão, mapeamento, crítica, descoberta e incentivo de novas iniciativas, no campo da música, emanadas desse Recôncavo expandido”, completa Danillo.

A proposta do festival nasceu, em 2013, como uma homenagem ao pesquisador canadense Murray Schafer, criador das expressões “ecologia acústica”, “esquizofonia”, “som fundamental” e “paisagem sonora” – conceito que se refere à análise do universo sonoro que nos rodeia. Neste ano, o evento reverencia a viola machete como elemento singular e destaca sua repercussão nas formas de apresentação do samba chula, afro-sambas, pagodão e em outras sonoridades contemporâneas que têm matrizes nos elementos do samba de roda da região.

O Festival Paisagem Sonora faz parte do Paisagem Sonora – Programa de Promoção da Música do Recôncavo da Bahia, que objetiva promover a valorização da diversidade musical contemporânea a partir das tradições originárias de matrizes africanas e indígenas da música. Desde maio, o Programa, que tem apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa e à Extensão (FAPEX) e da Pró-Reitoria de Extensão (Proext), vem desenvolvendo iniciativas de formação, qualificação profissional e difusão, de modo a contribuir para a promoção do intercâmbio entre fazedores da cultura, artistas, profissionais da música e a comunidade acadêmica.

Um resultado deste processo foi a “Ocupa Ação Criativa”, realizada em julho, que, entre variadas atividades, promoveu a instalação do “Códice Brasil-África”, um painel de 70 metros por 2 de altura, do artista visual J. Cunha, que permanece enfeitando o pátio do Pavilhão de Aulas do Cecult, que recebe boa parte da programação do Festival Paisagem Sonora.

COLETIVO XARÉU – Uma das ações continuadas do Programa de Promoção da Música do Recôncavo da Bahia é o Coletivo Xaréu. Criado em 2011 por professores da UFRB, atualmente se mantém como uma atividade de extensão que reúne mais de 20 músicos, cantores e beatmakers, dentre estudantes bolsistas e voluntários, sob coordenação do maestro Sólon Mendes. Na prática do ensino-aprendizagem, sua proposta é criar um repertório de referências da musicalidade do Recôncavo Baiano – como as filarmônicas, o candomblé, o samba de roda, o pagode e a sofrência –, conectado com timbragens, arranjos e grooves da música urbana e contemporânea do mundo, numa estética sonora híbrida. O repertório dialoga ainda com elementos da música pop e até com a eletrônica, incluindo beats do trap e acid jazz, por exemplo. Boa parte das composições e arranjos é autoral, fruto dos laboratórios que ocorrem de maneira conjunta aos ensaios, que acontecem regularmente duas vezes por semana: um permanente laboratório de experimentação. “O diálogo entre os saberes acadêmicos e populares representa a maneira como está estruturado este projeto. Um dos pressupostos pedagógicos que permeiam o Coletivo Xaréu é de que a teoria seja uma reflexão da prática”, detalha Sólon Mendes.

CURSO DE DIREITOS AUTORAIS – A advogada Verônica Aquino, especialista em Política, Gestão e Produção Cultural, com experiência nos aspectos jurídicos do fazer cultural e gestão de direitos autorais, ministra o curso “Festival Paisagem Sonora – Formação, Gestão e Difusão da Música”, que se desenvolve nos três dias do evento, no Arquivo Público de Santo Amaro, das 16h às 19h, totalizando uma carga horária de 9 horas. Em linguagem acessível, o curso objetiva instrumentalizar participantes a respeito das questões basilares dos direitos autorais, com seus fundamentos e princípios, conceitos-chave, limitações, modalidades de utilização, repercussão econômica, transações e práticas associativas. Também buscará promover o entendimento sobre direitos autorais aplicados ao mercado da música, focados em execução pública e presença no ambiente digital, e as habilidades para análise de contratos. Com 70 vagas, esta atividade exige inscrição prévia, abertas até 7 de novembro no site www.paisagemsonorabahia.org.

IV FESTIVAL PAISAGEM SONORA - Formação, Gestão e Difusão da Música

Quando: 17 a 19 de novembro de 2022 (quinta a sábado)

Onde: Santo Amaro – Bahia

Pavilhão de aulas do Cecult | Arquivo Público de Santo Amaro | Ruas da cidade

Quanto: Programação totalmente gratuita

Site: www.paisagemsonorabahia.org

Apoio Cultural: Secretaria Municipal de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer – Prefeitura de Santo Amaro, Educadora FM Bahia e TVE Bahia

Apoio: Fundação de Apoio à Pesquisa e à Extensão (FAPEX) e Pró-Reitoria de Extensão (Proext)

Realização: Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (Cecult/UFRB) e Fundação Nacional de Artes (Funarte)

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 PROGRAMAÇÃO

17 de novembro (quinta)

9h às 12h: ABERTURA + MESA #01

Saudação dos Alabês + Artivismos urbanos: vagalumes, formigas e borboletas em alianças 

Com: Cíntia Fernandes (UERJ) e Micael Herschmann (UFRJ)

Mediação: Nadja Vladi (UFRB)

Onde: Pavilhão de Aulas do Cecult

14h às 16h: MESA #02

Gêneros, pós-gêneros, sexualidades e práticas musicais

Mediação: Tatiana Lima (UFRB)

Onde: Pavilhão de Aulas do Cecult

14h às 16h: MESA #03

Música em diálogo: palcos, presenças e personas

Mediação: Lia Lordelo (UFRB)

Onde: Pavilhão de Aulas do Cecult

16h às 17h30: OFICINA DE MÚSICA #01

DNA Samba Reggae – Diálogo, negritude e ancestralidade

Com: Anderson do Samba

Onde: Pavilhão de Aulas do Cecult

16h às 19h: CURSO DIA 1

Pra quem quer viver de arte: direitos autorais na prática

Com: Verônica Aquino

Onde: Arquivo Público

19h às 20h: LANÇAMENTO #01

Revista Trilhos

Onde: Arquivo Público

A partir das 20h: SHOWS

Com: Coletivo Xaréu + Anderson do Samba & Solista Qué Base + Vox Sambou + Afrocidade

Onde: Pavilhão de Aulas do Cecult

18 de novembro (sexta)

9h às 12h: MESA #04

Cartografias, sons, redes e fluxos

Mediação: Nadja Vladi (UFRB)

Onde: Pavilhão de Aulas do Cecult

9h às 12h: MESA #05

Música em diálogo: a psicanálise, o improviso e o teatro

Mediação: Lucio Agra (UFRB)

Onde: Pavilhão de Aulas do Cecult

9h às 12h: MESA #06

Indicadores Culturais_01

Mediação: Mariella Pitombo (UFRB) 

Onde: Pavilhão de Aulas do Cecult

12h às 14h: CHEGADA DA CAMINHADA PELA VIDA E LIBERDADE RELIGIOSA E FEIJOADA

Onde: Pavilhão de Aulas do Cecult

14h às 16h: MESA #07

Fomento, difusão e internacionalização da música

Com: Eulícia Esteves (Funarte), Gabriel Lunelli (músico e compositor), Giba Gonçalves (Batalá Mundo) e Vince Athayde (Hack Modular)

Mediação: Daniele Canedo (UFRB)

Onde: Arquivo Público

16h às 17h30: OFICINA DE MÚSICA #02

Reivindicar poderes da contemporaneidade para o Recôncavo Baiano: uma introdução ao uso do sampler SP404

Com: Pedro Marighella

Onde: Pavilhão de Aulas do Cecult

16h às 19h: CURSO DIA 2*

Pra quem quer viver de arte: direitos autorais na prática

Com: Verônica Aquino

Onde: Arquivo Público

19h às 20h: LANÇAMENTO #02

Lançamento de livros

Onde: Arquivo Público

A partir das 20h: SHOWS

Com: Neila Kadhí + Pedro Marighella e Pedro Filho + Sued Nunes + IFÁ feat Lazzo Matumbi

Onde: Pavilhão de Aulas do Cecult

19 de novembro (sábado)

9h às 12h: MESA #08

Cenas musicais negras e decoloniais

Mediação: Nadja Vladi (UFRB)

Onde: Pavilhão de Aulas do Cecult

9h às 12h: MESA #09

Formação em música e artes

Mediação: Anderson Brasil (UFRB) e Jorge Lampa (UFRB)

Onde: Pavilhão de Aulas do Cecult

9h às 12h: MESA #10

Indicadores Culturais_02

Mediação: Daniele Canedo (UFRB) 

Onde: Pavilhão de Aulas do Cecult

14h às 16h: MESA #11

Paisagens sonoras e cultura da conectividade

Mediação: Tatiana Lima (UFRB)

Onde: Pavilhão de Aulas do Cecult

14h às 16h: MESA #12

Política, gestão e economia da música 

Mediação: Luciano Simões (UFRB) e Rodrigo Heringer (UFRB)

Onde: Pavilhão de Aulas do Cecult

16h às 17h30: OFICINA DE MÚSICA #03

Princípios básicos de mixagem para DJs

Com: Ian Valentin

Onde: Pavilhão de Aulas do Cecult

16h às 19h: CURSO DIA 3*

Pra quem quer viver de arte: direitos autorais na prática

Com: Verônica Aquino

Onde: Arquivo Público

A partir das 20h: SHOWS

Com: Samba Chula Renovação + Roberto Mendes + DJ Ian Valentin + Aila Menezes

Onde: Pavilhão de Aulas do Cecult

 

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