Observatório lança pesquisa "Impactos da COVID-19 na Economia Criativa"
No contexto da pandemia do novo Coronavírus, o Observatório da Economia Criativa da Bahia (OBEC-BA) lança nesta sexta-feira (27 de março) a pesquisa "Impactos da COVID-19 na Economia Criativa". Os dados coletados permitirão análises sobre as consequências da crise da COVID-19 para os indivíduos e organizações atuantes nos setores artísticos, culturais e criativos. O OBEC-BA pretende divulgar um boletim semanal com os resultados preliminares, sempre às sextas-feiras.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o setor criativo emprega aproximadamente 1,9 milhões de pessoas (1,6% dos ocupados) no Brasil, sendo que destes, cerca de 44% atua de maneira autônoma. O “Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil”, lançado pela FIRJAN, indica que, em 2015, o setor foi responsável por 2,64% do PIB (Produto Interno Bruto). Desde o começo de março, a dinâmica da economia criativa tem sentido o choque das determinações necessárias para o controle da pandemia, como o fechamento de espaços, o cancelamento de espetáculos e a suspensão da produção de
novos filmes e discos, só para citar alguns exemplos.
Diante desse contexto, a pesquisa poderá fornecer subsídios para a tomada de decisões nos setores públicos e privados. Inicialmente, estão disponíveis dois modelos de questionário para preenchimento online, buscando levantar dados sobre profissionais e organizações, com e sem fins lucrativos, nos diversos setores da economia criativa. O objetivo é identificar o perfil de atuação de profissionais autônomos e organizações, o impacto estimado da COVID-19 no momento atual, as estratégias de enfrentamento e as relações prévias dos participantes com os poderes públicos. Posteriormente, o OBEC-BA pretende acompanhar a evolução dos impactos e das estratégias de enfrentamento. "A economia criativa sempre sofreu com a lacuna de dados que permitam análises mais coerentes sobre a realidade do setor. Neste momento, mais do que nunca, precisamos de informação para que as medidas propostas sejam mais efetivas para mitigar as consequências da crise", ressalta a coordenadora da pesquisa, Daniele Canedo, que é docente do Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas (CECULT) e Coordenadora de Cultura e Universidade da Pró-Reitoria de Extensão (PROEXT) na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).
O OBEC-BA espera uma ampla participação das organizações e profissionais atuantes no setor da economia criativa. A pesquisa pode ser acessada através do link: ufrb.edu.br/economiacriativa-covid19. O tempo médio de resposta é de quinze minutos.
Temas pesquisados
O questionário procura identificar:
1) Impacto estimado da COVID-19 - identificação do perfil dos impactados, o número de atividades afetadas, a escala de grandeza das perdas financeiras, quais as receitas estão sendo mais impactadas e possíveis choques no mercado de trabalho da economia criativa;
2) Estratégias de enfrentamento - como cada organização e indivíduo está avaliando e se preparando de forma diferente para a situação. A pesquisa procura identificar a percepção do setor criativo e as estratégias que estão sendo acionadas para enfrentar a situação, incluindo necessidades não atendidas;
3) Relações prévias com o poder público - tendo em vista o papel que o poder público tem no fomento à cultura nacional e no enfrentamento da crise da COVID-19, a pesquisa procura mapear, de forma sucinta, a relação prévia dos agentes culturais com níveis de governo no Brasil e relação com instituições estrangeiras.
Sobre o OBEC-BA
O Observatório de Economia Criativa da Bahia (OBEC-BA) integra uma rede de núcleos vinculados às universidades federais do Brasil instituída em 2014 com o objetivo de produzir informações e conhecimento e gerar experiências e experimentações sobre a economia criativa local e estadual. Sediado no Instituto de Humanidades, Artes e Ciências da Universidade Federal da Bahia (IHAC/UFBA), o OBEC-BA agrega docentes, discentes e técnicos da UFBA, da UFRB, da UNEB, bem como de outras instituições públicas, como a Secult, com experiências multidisciplinares, para o desenvolvimento de iniciativas de ensino, pesquisa e extensão no campo da economia criativa.
Equipe da pesquisa - OBEC-BA
Daniele Canedo (Coordenação) - UFRB; Pós-Cultura e NPGA/UFBA
Carlos Magno Guerra - UNEB; NPGA/UFBA
Carlos Paiva - FUNCEB/SECULT; Pós-Cultura/UFBA
Carmen Lima - UNEB
Leonardo Costa - UFBA
Luiz Gustavo Campos - Pós-Cultura/UFBA
Luciano Simões - UFRB
Mércia Queiroz - FUNCEB/SECULT; Pós-Cultura/UFBA
Raíssa Caldas - Pós-Cultura/UFBA
Renata Rocha - UFBA